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Olá Thóruanos, estou saindo de férias e vou ficar sem internet por uns dias. Portanto resolvi adiantar o capítulo que seria postado na próxima sexta. Não esqueçam de votar e de deixar comentários com suas opiniões. Espero que gostem, bjs. 

Alison retirou os sapatos de salto agulha que estava usando, segurando um em cada mão. Sua cabeça girava, não apenas pela bebida alcoólica que havia ingerido, mas se encontrava em choque devido ao que presenciava. Ela posicionou os saltos como duas possíveis armas. Alison sabia que não poderia fazer nada com aquilo, mas lutaria por sua vida, não se renderia facilmente.

Ian caiu de joelhos no chão e por um momento pareceu lutar contra aquilo que estava agora dentro dele. Alison soube que era a sua única chance de sair dali viva e ela correu. Ela correu na direção do bar, sem ousar olhar para trás. Alison sentiu quando seu vestido curto e justo subiu até a metade do seu quadril, libertando ainda mais suas pernas que pareciam esticar com vontade própria e de forma ágil. O bar ficava cada vez mais perto e um brilho de esperança palpitou em seu coração. Lutaria com os sapatos um outro dia. No momento, tudo o que ela queria era o conforto dos braços de Edward. O pequeno trajeto até o bar ficava cada vez mais claro e Alison estava pronta para entrar lá correndo, quando sentiu um puxão em seus cabelos.

Ian a puxou com tanta força que ela gemeu ao cair no chão. Alison esboçou um grito. Filetes de nevoa negra saíram das mãos de Ian e entraram por sua garganta, a sufocando. Ela segurou seu pescoço com ambas as mãos se contorcendo, buscando por ar, compreendendo no mesmo instante porque o guerreiro não usava armas.

A morte. Alison viu a morte diante de si. Ela sentiu seu cheiro, sentiu seu gosto, enquanto lutava se segurando naquele fio frágil que se tornara sua vida. Ela sentiu o guerreiro invadir seu corpo, tatear sua mente e lutou para expulsá-lo. Queria ele longe. Queria conseguir levar ar aos seus pulmões. Quando a consciência estava prestes a abandoná-la, o guerreiro recuou.

- Você vai fazer exatamente o que eu mandar. Se abrir a boca para gritar, se tentar correr de novo, vou matá-la. – A voz ainda era de Ian, o mesmo sotaque e o mesmo corpo, mas ela sabia que havia muito pouco de Ian ali.

Alison respirava ofegante ainda sentada na calçada tentando recuperar o fôlego. Ela ergueu o olhar até encontrar os olhos de Ian. O castanho dourado de antes havia desaparecido. Agora seus olhos eram como ébano. Alison desejou que tudo não passasse de um pesadelo. Desejou acordar em sua cama quente e segura. - Ela afastou o pensamento. Não poderia se deixar levar pelo desespero. Precisava ganhar tempo e encontrar uma forma de sobreviver. Só então, se preocuparia em compreender o que estava diante dela.

A coisa dentro de Ian a ergueu do chão. As mãos dele a seguraram pelo braço fazendo com que caminhasse ao seu lado. Para quem avistava ambos caminhando, poderia jurar que eram amantes e Alison duvidara que teria qualquer chance de pedir ajuda antes de ser sufocada novamente.

- Quem é você? – Aqueles olhos negros voltaram-se para ela. Um predador avaliando sua presa. Mas a coisa não voltou a falar. Eles caminharam um quarteirão após o outro e Alison colaborou, estudando o caminho. Ela retirou o anel que era de sua mãe e jogou-o no chão. - A coisa parou.

- Volte e junte. Se deixar algo para trás novamente, vou matar qualquer um que seguir seu rastro. – Alison engoliu seco. Ela caminhou até onde havia jogado o anel e olhou para além da rua onde estavam. Fugir não era uma opção. Alison voltou seu olhar para o chão e encontrou o brilho do anel que refletia sob a fraca luz. Ela o pegou colocando em seu dedo novamente. - Uma angústia envolveu seu peito. Ela jamais veria Edward de novo.

Alison lutou contra a vontade de se esparramar no chão e chorar. Não. Ela não morreria assim se humilhando. Ela se levantou e olhou aquela coisa nos olhos, respirou fundo para afastar o terror e caminhou até ela. A mão de Ian ameaçou segurar seu braço, mas Alison se esquivou.

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