Rio de Janeiro, 2015
Madison
— Eu sinto muito, Mad. — Bryan me abraçou forte e eu retribui, coloquei a cabeça em seu ombro e me permiti chorar. Ver os seus pais sendo enterrados no mesmo dia por causa de um acidente aéreo e ainda ter que ir embora para outro país por não ter mais ninguém na cidade onde você nasceu é horrível, sufocante e triste. Principalmente para uma garota perdida e sem rumo de quinze anos, como eu. Bryan é o meu melhor amigo e também minha paixão secreta, não consigo me fazer de durona perto dele, ele me conhece muito bem, todos os meus segredos e fingimentos são descobertos em um piscar de olhos. Somos brasileiros, mas nossos pais são americanos por isso dos nomes gringos. — Calma Maddie, eu tô aqui. Eu vou cuidar de você, vou te livrar dessa dor agoniante, relaxa eu vou sempre estar aqui por você, minha pequena. Eu amo você.
"Eu também amo você Bryan, muito."
Nenhuma palavra sai da minha boca, só consigo chorar compulsivamente. Não só pelos meus pais e a minha mudança, mas por ter que deixá-lo.
— Nem acredito que você vai embora, minha catota. — Me apertou ainda mais. Eu me sentia uma mulher de verdade mesmo com a pouca idade que eu tenho quando ele me chama de "minha"
Me sinto completamente sua.
A dor sufocante no meu peito aumentou desesperadamente, parecia que eu ia morrer daquela dor sufocante. Era a pior dor que eu já senti em toda minha vida.
— Eu.. Amo você. Obrigada por está sempre comigo, Bryan. Você é melhor pessoa desse mundo horrível, eu te amo. — Ele sorriu daquele jeito que me fascina, que me deixa completamente boba e corada. Eu me sinto uma trouxa por gostar tanto assim dele. Ele me deu esse sorriso lindo e eu fiquei hipnotizada como sempre. Mal sabia ele que eu realmente o amava como homem. Sei que sou nova e pode parecer coisa de adolescente clichê boba, mas eu realmente o amo. É uma pena o tio Mike morar tão longe. Isso vai me afetar tanto.
— Madison Siega? — Um homem alto e moreno, aparentando ter uns quarenta anos, todo formal: de paletó e gravata, estilo executivo se aproximou da gente, nos separamos do abraço aconchegante.
— Sou eu, o que deseja? — Ele retirou um papel da pasta preta que estava na mão.
— Sou Marcos Duarte, advogado dos seus pais e agora seu. Queria falar a respeito da sua guarda e...
— Cara, ela acabou de enterrar os pais, dá um tempo. — Bryan o repreendeu e ele assentiu.
— Volto em duas semanas, não se preocupe eu sei onde você mora. E eu sinto muito pelos os seus pais de verdade. — Piscou e foi embora.
As pessoas começaram a ir embora e finalmente eu poderia ficar em paz, mais aliviada. Todos olhavam para mim com pena, eu era o centro das atenções dessas pessoas que só vinheram por vim, nem sabiam sobre os meus pais, não sabem sobre mim, só vieram olhar a nossa vida. Só vieram rir da minha dor.
Duas semanas depois
— O voo já vai sair. Vamos logo, Madison! — Marcos me alertou pela segunda vez enquanto estava agarrada a Bryan. Ter que deixar o seu melhor amigo, o seu amor no lugar que você ama, onde seus pais foram enterrados é muito ruim, triste e doloroso. Mas o que eu poderia fazer? Morar com Bryan? Ele me ofereceu isso, mas eu não me dou bem com o seu pai extremamente chato. Pois eu e ele sempre discutimos por ele pressionar o filho em tudo, não deixa o garoto fazer nada que um adolescente tem que fazer, não o deixa aproveitar as coisas mais simples. Mas eu sempre combati o "Senhor controlador doente com titica de galinha na cabeça idosa que não sabe como se viver" e conseguia fazer o Bryan me ver de todo jeito. E sempre o divertia e ele mais ainda a mim. Pois, ele é o único que faz-me sentir viva de verdade com pequenas coisas. Bem vai ser difícil deixar ele aqui pra viver com um homem que eu nem conheço. Não é porque é meu tio que vou ter uma intimidade absurdamente instantânea. Mas vou tentar, eu vou conseguir e quando ficar de maior vou voltar para o Rio. Para o Bryan Brant, o meu grande primeiro amor.
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Você é minha!
General FictionTODOS OS DIREITOS RESERVADOS! Se você veio aqui achando que vai encontrar uma história romântica com um cara que gosta de marcar território, mas que trata a mulher como uma princesa, um cara que daria a vida por sua amada, e que seria capaz de sacr...