Back to the Island

Griffin.

Erick Griffin

Abro a porta da sala de Thiago sem mais delongas. Ele estava aos beijos e amassos com a residente sentada em sua mesa. Aponto para a saída para que ela se retire de uma vez.

– Quem você pensa que é para// - Corto a fala da residente mantendo meu olhar sobre Saether.

– Quem é Ana Luisa, chefe? – Ele solta um risinho curto e dá um beijo em Maya, que olha para mim claramente aborrecida. Certamente é uma mulher que me desperta muito interesse.

– Pode me esperar no meu quarto? – Diz já entregando a chave para a mulher. Quem diria que o grande dono do Island se dobraria para uma mera residente? Mantenho meus olhos sádicos e pensamentos inadequados sobre ela, que mesmo emburrada resolve se retirar passando ao meu lado com seu salto alto de ponta fina.

Saether senta-se em sua cadeira confortável e aponta para que eu sente na cadeira de convidados. Não o faço. Continuo em pé o encarando.

– Então você já conheceu a nossa nova hospede? Que boa notícia! – Ele solta um risinho irritantemente debochado.

– Ela é a filha da Sarah! Não é? A menina é a cara dela! Como pôde deixar isso crescer?? Estava na cara que iria se transformar em uma problemática louca como a mãe! – Digo já perdendo a calma que costumava ter com meu chefe.

– Ela foi bem cara na venda e no reembolso está sendo bem mais lucrativa. Eu trabalho com dinheiro e... Bom... Ela não poderia ser normal nem pelo lado da mãe, nem pelo lado do pai. – Odeio quando Thiago me alfineta deste jeito.

– Seria uma pena se os jornais soubessem disso tudo... Se eu mostrasse a verdade sobre o Island para todo o mundo, não acha? – Provoco com uma chantagem discreta que o faz recuar. – Imagine só! Bem na capa do jornal: Island Asylum é um inferno.

– O que você quer? – É incrível como mesmo depois de tantos anos Saether me conheça tão bem.

– Quero que contrate esse rapaz a qualquer custo... Já que dinheiro não é um problema para você.

Coloco um pedaço rasgado de uma das cartas que recebi em cima da mesa de Saether. Lá tinha o nome Dave Griffin com um numero de telefone em baixo.

– Griffin... – Comenta ele – Mais um?

Ele solta uma risada, na qual não vejo graça alguma.

– Daqui a pouco teremos que mudar o nome do hospício para Griffins Island. – Ainda muito reativo termina de comentar.

– Olhe bem... Se você não se cuidar, realmente terminaremos dessa forma.

Solto um riso contido e bato na mesa de Thiago, vendo que claramente ficou encucado com o que acabei de falar. Eu poderia dizer que é brincadeira, mas... Pra que mentir?