Ultimamente tenho ficado um tanto quanto entretido com a visão que tenho de dentro do meu escritório. A nova residente Luana toma sol de biquini praticamente embaixo da minha janela. Sei que ela gosta que eu veja seu corpo dourando, não tira pedaço afinal. Sou sugado de meus devaneios com o corpo da moça quando alguém bate na minha porta. Sei que é algo sério apenas pela forma com que bate. Sento-me na minha cadeira, aprumando-me novamente e digo para que a pessoa entre.
Griffin entra e fecha a porta atrás de si, imediatamente colocando os olhos em cima da pessoa chamativa do lado de fora da minha sala.
– Bela visão, não acha? – Ele comenta, mas decido não dar a ele a confirmação que deseja. – Tem que ver os vestidinhos que ela vai para a aula.
– Veio comentar sobre a residente ou trouxe algo realmente importante? – ele sorri e logo senta-se em minha frente.
– Recebi uma carta sobre a ala judiciária. Precisamos pensar como a separaremos dos leitos comuns. – Passo a mão sobre minha barba que já crescia de novo, mesmo tendo a feito pela manhã.
– Colocaremos os presos na área sul, criaremos solitárias especiais e quartos compartilhados. Não se preocupe. – Ele nega com a cabeça, como se não acreditasse no que ouvia.
– Você acha que temos quanto tempo para isso, Thiago? O prazo é de dois meses.
Realmente havia esquecido desse tempo tão curto. As obras ainda estão na metade e temo não dar tempo para terminar o necessário.
– Você precisa ir até a cidade para ajeitar isso para mim. Peça materiais de construção e móveis hospitalares. Quero tudo novo para que os examinadores gostem do que veem. – Sei que Griffin tem o que é necessário para terminar essa obra para mim.
O tempo em que ele esteve internado realmente tive muito mais trabalho. Precisava resolver pessoalmente os problemas e, por diversas vezes precisei ficar ausente do meu lugar preferido.
– O que seria de você sem mim? – Ele se pergunta orgulhoso praticamente lendo os meus pensamentos.
– Diga para o capitão do nosso barco que eu o permiti sair. Leve isto. – Faço a permissão por escrito para que ele mostre. – Quero que esteja de volta em, no máximo cinco dias. Seus filhos tem me dado muito trabalho.
– Trabalho? Ele mal fala. – Nego com a cabeça.
– Ele veio me pedir providências quanto a irmãzinha dele estar se cortando.
– Aquela menina nem minha filha é... Não me importo com o que vai fazer para resolver.
Erick realmente acredita que Clara não é sua filha. Isso deixa as coisas mais fáceis para realizar o que eu estou pensando para o futuro da menina. Sei que ela anda se cortando e, isso é algo que não admito. Mutilação a si mesmo é uma ótima motivação para a internação.
Griffin se despede após um breve aperto de mãos e, assim que ele sai escuto o bater na porta novamente. Solto uma lufada de ar. Tenho muitos assuntos a resolver e isso não inclui ficar batendo papo na minha sala.
As batidas da porta tem um tom diferente e... Erick não bateria ao querer retornar. É outra pessoa. Peço para que entre e o meu queixo vai ao chão.
A moça Luana que costuma tomar sol logo embaixo de minha janela aparece bem na minha frente com um biquini branco e seus seios bem-dotados. Mantenho a seriedade, recompondo-me rapidamente.
– Não devia entrar na minha sala com trajes de banho. – Digo com seriedade, tentando não olhar para baixo do seu pescoço.
– Ahn, sabe o que é? Eu queria muito pedir para voc- – Imediatamente se corrige. – o senhor... Coloque uma piscina. Eu fico morrendo de calor nesse sol... E você sabe...
Ela se coloca em minha frente, apoiando as mãos na mesa dando-me ainda mais a visão de seu corpo. Certo. Dessa vez não consigo desviar o olhar.
– Esse mar é muito bravo. – Prossegue a moça, e eu afrouxo um pouco a gravata. Ela percebe, então estica-se até mim e me puxa até ela pela gravata. Dá a volta na minha mesa e senta-se de frente para mim no meu colo. – Será que você é bravo como ele?
Luana me beija e acabo retribuindo. Seu corpo é visualmente delicioso. Suas pernas grossas e cintura fina fazem minhas mãos deslizarem sem problema algum. Claro que seu corpo não é tão durinho quanto o de Maya.
Seu beijo é molhado demais, os gemidos vindos de meus apertões são mais altos do que realmente deveriam ser. Ela é muito mais teatral do que eu imaginaria ser. Começo a tentar parar os beijos sem sucesso, já que seus lábios vão para o meu pescoço.
O clique da porta fez um frio na espinha subir. Como ela não trancou a porta?! Maya aparece sorrindo enquanto me trazia um café e logo sua expressão muda. Merda. Os cafés caem de sua mão e levanto imediatamente, deixando a mulher de lado.
– O que você pensa que está fazendo, Thiago?! – Maya pergunta com os olhos cheios de água. Vou até ela desajeitado.
– Não foi nada, eu só estava// – Ela me dá um tapa no rosto muito merecido. Coloco a mão em cima do lugar que ardia.
– Você acha que eu sou o que?!
– Maya, me perdoa... Eu-eu... Só fui fraco! – Ela puxa a aliança que tanto se orgulha do anelar e joga em cima de mim.
Agora eu percebo que Luana já tinha ido embora e seguro Maya pelo braço quando ela vira as costas para mim.
– Me perdoa! Foi só um beijo!
Ela puxa o braço de minhas mãos e sai da minha sala batendo a porta. Eu não devia ter feito isso. Abaixo e pego a aliança que estava no chão, colocando-a sobre a minha mesa. Como eu fui idiota... Nossa relação é aberta, mas Luana foi a única pessoa que Maya restringiu. Ela tinha medo que a outra me roubasse dela... Jamais me roubaria.
Não devia ter me deixado levar. Sequer estava tão bom assim com a tal Luana... Não valeria a pena trocar Maya por qualquer uma outra. Maya é importante demais para mim para a deixar ir assim. Preciso deixar que ela se acalme. Agora não vai adiantar ir atrás dela pois não conseguirei absolutamente nada. Até o final da tarde irei em seu quarto conversar. Eu sei que errei, sei como ela deve estar devastada. Preciso reverter essa situação.
Maldita Luana.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Back to the Island
Mystery / ThrillerVocê conhece o inferno? O maior manicômio do século XX continua em franca expansão. Transformou-se em um oásis para aqueles que precisam livrar-se dos problemas. Desde histéricas a catatônicos, moças loucas que desejam a igualdade e ladrões compulsi...