Amigos

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Depois que o "Que sabe de tudo" tirou ela do quarto vi os dois saírem juntos pelo corredor

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Depois que o "Que sabe de tudo" tirou ela do quarto vi os dois saírem juntos pelo corredor. Fui atrás para ter certeza que não iam clonar ela também. Eu sei que eles clonam. Se ela ciclonar seria ruim por que eu não saberia quem é ela.

Ele a leva até a área dos homens maus que dizem que são seguranças. Eu sei que policiais são maus, ja vi eles fazendo maldade aonde eu morava com meus irmãos. Não quero que façam maldade com ela também!

O que sabe de tudo estica a mão para ela. Ele vai machucar ela, vai sim!! Corro e pego ela pelo braço para levar pra longe dele. Ela é muito bonita. É igual que eu tinha pensado que era.

Ela não entende que é para correr! Ela não entende que precisa fugir! Ele vai machucar! Vai clonar! Corre! Vamos!! Por que ela não vem?! Precisa vir comigo!

O que sabe de tudo não gosta que eu puxe ela. Ele olha bravo. Será que são namorados? Achei que ela não tivesse namorado. Gente que tem namorado não fica presa. O que sabe de tudo ri e me segura pelo pulso. Não aperta tanto!! Isso dói!

— Ela vai acabar muito machucada.

Meu pulso estala e solto um grito dolorido. Está doendo mais! Ele me joga pra parede do outro lado do corredor.

— Viu como é perigoso, Dave?! — O que sabe de tudo diz bravo.

Meu pulso tá doendo... Seguro com força para não cair e ir embora. Eu não quero ficar sem mão. Teriam que clonar minha outra mão para virar essa. O policial fica bravo comigo e me levanta pela blusa.

— Louca! O que pensa que está fazendo?! — Grita em meu rosto. Fecho os olhos assustada. Não quero que machuque mais.

— Ele vai te machucar!

A menina bonita puxa ele pelo ombro. Está preocupada comigo. Será? Parece que está sim. Tem cara de preocupada.

— Solta ela, Dave! Ela é do bem! — Eu sou do bem! Sou do bem sim!! Não quero machucar você, menina! Eu sou diferente dele por que não quero machucar.

Ele me solta e volto a segurar o pulso. Está doendo mais! Saio correndo fugindo deles dois. Ela me ajudou mas não muito. Estou machucada. Bato pra ver se melhora, tento mexer mas não mexe. Está inchado, grande assim.

Volto pro meu quarto. Ele ainda está lá, o meu amigo que morreu. Não gosto de ver gente morta, mas não consigo tirar ele. Não consigo por que tá doendo. Deito na cama. Meu braço ainda dói.

Eu durmo e quando acordo meu pulso tá mais inchado. Preciso de médico, mas aqui não tem médico. Como que vou ficar boa se não tem médico?

Saio para procurar médico. Está doendo muito mesmo. Não quero perder a mão, eu uso ela para comer. Como vou comer com a mão errada? Não quero que ela caia. Não quero não!

Vou de novo pelo corredor. Vi que a moça entrou em um dos quartos sozinha, mas de novo o que sabe de tudo não me deixa entrar pra falar com ela. Ele me machucou. Ele entra no quarto usando chave, sem bater. Ele é mal-educado. Eu aprendi que tem que bater pra entrar.

Vou embora procurando remédio pra melhorar e vejo um cara de jaleco. Ele vem vindo na minha direção. Deve ser médico. Aponto para meu pulso. Se ele for médico vai entender.

— Isso está feio hein?— Ele é medico sim, entendeu. — Qual seu nome?

— Ana Luisa.

— Eu sou Andy. Vou te levar na enfermaria para ver isso, tudo bem?

A gente vai junto. Ele leva em uma sala meio suja, mas é bom. Ele examina e coloca um gesso. Disse que devia estar quebrado. O que sabe de tudo me quebrou. Quebrou em pedacinhos. Não pode mexer, ele disse. Não pode tirar. Ele vai ficar "de olho".

Ele fica me olhando e tira um cigarro do bolso depois de fechar a porta. Diz na parede que não pode fumar aqui.

— Não pode. — Aponto para a parede onde tá escrito. Ele sorri e tampa a placa com um papel. Agora pode? Eu conheço esse cheiro. Sei muito bem o que é o cigarro. Eu gosto de usar. Estendo a mão pedindo um pouco. Isso melhora a dor.

— Você quer? — Concordo com a cabeça e ele deixa eu fumar um inteiro. Novinho! É bom. Melhora o barulho na cabeça, melhora a agonia e a confusão. Fica mais devagar para entender. Eu gosto de entender as coisas que passam na cabeça. Entender tudo ajuda a ficar boa.

A dor melhorou. Arranjei um amigo. Só amigos que dividem isso comigo. Eu gosto muito de ter amigos.

— Somos amigos, né?

Ele ri e concorda com a cabeça.

— Somos amigos, Ana. Quer me dizer como arranjou isso? – Ele pergunta como machuquei o pulso.

— O que sabe de tudo segurou com força e estalou. — Fumo um pouquinho mais. Já começou a fazer efeito. Tudo organiza devagar. — Eu queria tirar a Clara do perigo e ela não entendeu que era para fugir.

Ele faz cara de quem lembra alguma coisa e balança a cabeça. Devolvo um pouquinho pra ele fumar também. Meu pulso dói.

— Ela não entendeu? Por que ela deveria fugir? — Ele devolve e pergunta pra mim.

— O que sabe de tudo estava olhando para ela com um olhar muito estranho... Mau de verdade. — Ele aperta os olhos, curioso.

— Como assim, Ana? Explica. — Ele senta na maca junto comigo.

— O Otto me disse que o que sabe de tudo vai machucar ela. Eu acredito no Otto.

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