Eu estava completamente confusa e assustada. Tentava esquecer o que aconteceu horas atrás na cozinha, com o Ruggero, mas eu não conseguia.
Ainda conseguia sentir seu toque, suas mãos grandes percorrendo meu corpo e seus dedos me estimulando, sua respiração contra meu pescoço e seus lábios que tinham um gosto viciante, seu beijo e seu toque era o melhor de todos, o melhor que já provei.
Controle-se Karol, ele é seu irmão.
Só de lembrar disso, sentia uma enorme culpa crescer dentro de mim. Eu o havia beijado, e agora não sabia mais o que fazer. Só sei que não quero vê-lo, não estou pronta para isso. Lembrei-me do seu recado sobre passar no meu quarto, rapidamente fui até a cama e deitei, cobri o corpo e fingi que estava dormindo.
Pouco tempo depois, ouvi a porta abrir, pressionei os olhos e continuei dormindo. Senti alguém sentar na cama, podia saber que era o Rugge pelo seu cheiro. Fiquei tensa quando senti sua respiração próxima do meu rosto, mas ele apenas beijou minha bochecha e segundos depois se levantou e saiu. Talvez ele desistisse de conversar, seria melhor apenas esquecer isso.
....
Acordei bem cedo, pouco tempo depois eu já estava tomando meu café da manhã junta com meus pais, Ruggero não havia descido ainda, aproveitei disso para ir logo ao colégio.
— Espere seu irmão filha. – disse papai.
— Tenho que ir agora, eu preciso ajeitar algumas coisas para um trabalho que é na primeira aula. – menti. — Beijos!
Acenei e sai correndo até a porta, o ônibus escolar passou e entrei rapidamente, como estavam quase todos os lugares cheios, sentei na frente ao lado de uma garota loira. Ela usava roupas mais largas e sentava-se toda desajeitada. Encarei-a.
— Meu nome é Chiara, e o seu? – perguntou me fitando.
— Sou a Karol. – falei meio tímida com seu olhar.
— Karol... Pasquarelli? Ah, estudo com seu irmão, os garotos falam muito de você e ele não gosta.
— Que garotos? – a olhei atenta.
- O Michael e outros babacas – revirou os olhos. — Acho engraçado quando o Ruggero os encara com raiva. – ela começou a rir. O Rugge realmente não gostava dele.
— Ah sim – sorri. — Acho que já te vi.
— Costumo passar o intervalo na biblioteca, as pessoas me irritam. – disse.
— Entendo. – na verdade eu não entendia nada.
Ela não falou mais nada, apenas pegou um livro em sua bolsa e começou a ler. Logo chegamos ao colégio, sussurrei um “tchau” assim que saímos do ônibus.
Fui direto para a sala, preferi assim.
Quando Valu chegou falei que precisava conversar com ela depois, contaria sobre o que aconteceu comigo e o Rugge, ela me daria bons conselhos sobre isso.
As aulas se passaram lentamente, assim que finalmente o sinal tocou, levantei indo até Valentina, mas ela saiu correndo dizendo que precisava ir ao banheiro. Resolvi esperar ela lá fora.
Senti duas mãos puxarem minha cintura e meu corpo se chocar no de alguém. Olhei de lado vendo o Mike, sorri.
— Senti saudade, não te vi hoje de manhã. – ele falou beijando meu pescoço e depois meus lábios.
— Eu precisava fazer umas atividades. – menti de novo. — Por isso vim direto pra sala.
— Então vamos aproveitar nosso tempinho juntos. – falou ele, me puxou para a minha sala e me empurrou devagar contra a porta.
— Você está muito linda com essa saia. – sua mão veio até minha bunda e apertou.
Congelei.
Nossos corpos estavam bem próximos e sua respiração batia em meu rosto, Mike me olhava intensamente.
— Obrigada. – sussurrei levando suas mãos até minha cintura. Eu não queria que ele me tocasse como o Ruggero me tocou. Empurrei-o um pouco.
Eu não estava pronta para isso, não com ele. — Por que está fugindo de mim? – perguntou me puxando com brutalidade.
— Eu não estou fugindo, só não quero isso agora entendeu? – afastei com força seu corpo do meu.
— Tudo bem. – ele passou a mão nos cabelos e suspirou. — Vamos.
Assim que saí, vi a Valu, ela se juntou a nós e fomos para o refeitório. Mas eu só conseguia pensar no Rugge, em seu toque, em seu beijo, seus lábios eram viciantes.
Percebi que estava mordendo o lábio, levantei o olhar e vi que ele me encarava, mas ambos desviamos o olhar rapidamente.
Enquanto eu caminhava para casa, pensei que não seria uma má ideia aceitar a ajuda de Ruggero. Afinal eu confio nele e poderia aprender muitas coisas para não decepcionar o Mike, sinto um enorme carinho por ele.
E talvez, eu precisasse sentir seu toque mais uma vez.
Entrando em casa, fui até a cozinha procura-lo.
— O almoço está quase pronto, vá chamar seu irmão Ka. – mamãe falou.
— Ok. – saí, joguei minha bolsa no sofá e subi as escadas, caminhei até seu quarto e bati na porta, logo entrei.
Rugge estava deitado, ele me encarou, mas logo desviou o olhar para uma revista que ele segurava.
— O almoço tá saindo, você vem?
— Daqui a pouco eu desço. – respondeu secamente sem me olhar, isso me incomodou.
Fechei a porta e aproximei dele, Ruggero me olhou observando meus movimentos atentamente.
— Eu quero sua ajuda com aquele assunto, e também aceito sua proposta. – eu disse.
Seus lábios se curvaram em um sorriso provocativo.
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𝗡𝘂𝗲𝘀𝘁𝗿𝗼 𝗦𝗲𝗰𝗿𝗲𝘁𝗼
RomanceEu sabia que era errado, mas eu não conseguia controlar esse desejo absurdo que sentia por ela, sempre que ela estava por perto sentia uma vontade insana de tê-la para mim e a fazer minha toda noite. Sei que ela também queria e não importaria o que...