Quando Damon decidiu deixar tudo o que amava, sabia que não deveria olhar para trás. Anos mais tarde, ele está de volta, com um mundo de perigos em suas costas. De volta para Dánika, a mulher que nunca deixou de amar. Ele saiu com um grande segredo...
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─ Você tem uma arma? ─ Damon questiona sem se afastar de mim. Onde eu estou com a cabeça que, para que não o beijasse, um disparo precisasse me impedir?
─ Eu não ─ respondo, constrangida, ao me afastar. Preocupada. ─ E você?
─ Todas no carro.
─ Merda! Hum. Eles têm armas, nós não. ─ Eu aponto o óbvio, para minha completa frustração. ─ Mas, também temos algo que eles não têm, conhecemos isso aqui mais que qualquer um.
Damon sorri, captando minhas intenções.
─ Qual é a ideia?
─ Nós somos a caça, e eu não gosto dessa posição. Então, vai ser assim: atraímos um deles, pegando suas armas e acabamos com isso.
─ É uma ótima ideia atraí-los, mas, nós não vamos matá-los. Isso aqui é um parque de preservação natural, tornar-se cena de crime atrairia muita atenção indesejada.
─ Certo, voz da razão ─ digo, com claro desprezo à razão. ─ Vamos logo.
Eu desliguei a lanterna do celular, tendo Damon correndo atrás de mim pelo espaço em aberto até a mata mais fechada. A vegetação ali não era exatamente muito apropriada para correr no escuro, mas, nós havíamos sido treinados sob as condições da cidade e arredores, então, eu tirava isso de letra.
Damon segurou meu pulso sob a lua e eu me virei rápido para receber o olhar mais escuro que a noite em mim. Ele estava sério, mais sério do que costuma estar. O semblante preocupado mudou a expressão de tristeza de antes. Ah, Damon.
Ele apontou para o espaço atrás de mim, onde era mais escuro e eu entendi o que ele planejava. Damon recuou para o espaço atrás dele e nós aguardamos em silêncio, separados pelo ar quente da noite e o clima que antes havia se formado entre nós. Eu queria acreditar que era um desses momentos de ausência de clareza emocional.
Por isso, Damon e eu iríamos nos beijar.
Um homem está no espaço que antes era vazio, ele perdeu os sons e, para seu azar completo, talvez ele tenha atrapalhado algo importante demais, então, quando Damon acena em negativo, eu não me importo, eu luto. Debatendo-se sob mim, ele tenta se defender enquanto ouço sons vindos da penumbra atrás de nós.
Damon se afasta e, no minuto seguinte eu ouço o peso desabar ao meu lado. Eu estou ofegante sobre um homem perdendo a consciência, olhando diretamente para o homem mais irritante da face do planeta. Ele segura um pedaço de madeira e o sorriso de garoto, o mesmo que eu sentia falta, está em seus lábios.
─ Eu disse para esperar.
─ Não gosto de esperar. ─ Dou de ombros, recolhendo a arma longa enquanto D fazia o mesmo com o outro homem. ─ E agora?
