Caçadores de Bruxas

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"ATÉ LEÕES CONTAREM HISTÓRIAS, OS CONTOS GLORIFICAM O CAÇADOR"

- PROVÉRBIO AFRICANO


Callie achou estranho quando entrou no colégio e viu diversos grupos de alunos cochichando entre si. Os alunos pareciam estar tensos, ela conseguiu pegar algumas palavras "novos alunos", "em menos de uma semana", "ninguém quer entrar nesse colégio".

Revirou os olhos, estava frequentando Darkwood High School há uma semana e não conseguia gostar daquelas pessoas.

─ Estranha ─ ela se virou e viu Payson Hills vindo em sua direção.

Ela olhou desconfiada para a ruiva que vinha caminhando em sua direção. Payson era a personificação viva de tudo o que ela mais odiava, mas Callie tinha que admitir que até Rachel conseguia ser um pouco mais agradável do que a ruiva.

Payson estava usando o uniforme de líderes de torcida mais curto e ridículo que Callie já tinha visto. Nem Rachel que adora extravagância em suas roupas se atreveria a usar aquele uniforme.

─ Desculpa. Está falando comigo? ─ perguntou.

─ Você é a única esquisita nesse corredor ─ ela sorriu. ─ Acho que não fomos apresentadas direito. Sou Payson Hills, capitã das líderes de torcida e eleita três vezes consecutivas a rainha do baile de inverno.

─ Callie...

─ Calliandra Elizabeth Woodley. Eu sei quem é você ─ disse. ─ Você é irmã de Thomas Woodley, ex-capitão do time de basquete, descendente de um dos fundadores da cidade, Joshua Woodley, e filha do homem que roubou o lugar do meu pai no conselho da cidade.

─ Olha aqui, Payson ─ ela começou a ficar irritada. ─ Eu não tenho nada a ver com esse assunto. Mas convenhamos que se seu pai foi recusado, ele não era bom o suficiente para participar do conselho.

─ Escuta aqui, sua ridícula ─ Payson a empurrou contra o armário. ─ Não suporto mais você e aquelas suas amiguinhas estranhas, além da vadia da sua prima.

─ Eu acho melhor você soltar a minha prima ─ Callie se virou e viu Rachel apoiada em um dos armários. ─ Ou a vadia vai fazer uma besteira.

─ Olha, falando na vaca ─ Payson sorriu e soltou Callie. ─ O que vai fazer, Rachel?

Rachel não respondeu, apenas ficou olhando para ela. Então a coisa mais estranha que Callie já tinha visto aconteceu. Espinhas começaram a aparecer no rosto de Payson.

─ Que tal marcar um dermatologista para ver essas espinhas e deixar a Calliandra em paz? ─ sugeriu.

Payson abriu a mochila desesperadamente em busca de um espelho. Quando encontrou e viu o rosto, soltou um grito tão alto que Callie foi obrigada a tapar os ouvidos.

Ela saiu correndo deixando as duas para trás. Callie virou-se para Rachel que ria descontroladamente. Assim que percebeu que era observada, ela se recompôs.

─ Não me olhe com essa cara ─ disse. ─ Não eram espinhas de verdade, era apenas um truque de ilusão. Dentro de algumas horas, vai sumir.

─ Você me defendeu ─ Callie estava surpresa. ─ Achei que me odiasse.

─ Payson não pode te infernizar ─ ela se aproximou dela. ─ Esse é o meu trabalho.

─ Não acredito no que eu presenciei ─ Callie disse. ─ Rachel Violet Woodley acabou de me defender.

─ Não se acostume, priminha ─ Rachel sorriu. ─ Ainda não gosto de você. Mas me acompanhe, temos que conversar.

Rachel a pegou pelo pulso e a arrastou escadas acima até o terraço da escola. O sol forte fez com que Callie fechasse os olhos. O mais incrível de Darkwood é que a cidade parecia viver em um outono eterno. Mesmo quando o sol aparecia, o vento gelado sempre predominava.

As Crônicas de Darkwood - A origem da Magia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora