"Tenho uma mania de tomar conta das pessoas que são importantes pra mim como se elas fossem indefesas. É bobo, eu sei, mas me preocupo com coisas do tipo, se a pessoa está respirando no meio da noite."
— Clarissa Corrêa.
Gaby
Estava dentro do carro da minha amiga, olhava pela janela as ruas que eu passava, no caminho vi várias pessoas saindo do colégio ou os trabalhadores saindo para almoçar.
— Não leva a mal a minha irmã, sabe que ela é muito ciumenta — Mari falou, quebrando o silêncio constrangedor do carro.
— Ciúmes de mim ou do Téo? — perguntei.
— Dos dois — respondeu sem conseguir conter o sorriso.
— Qual é o lance deles? — perguntei.
— Eu não sou a pessoa certa pra te contar — respondeu.
— Porquê? —perguntei.
— É uma coisa deles apenas, o Téo ou a própria Mi pode lhe contar um dia — respondeu, ela ainda insistia em esconder a verdade.
— Tenho que saber o motivo dele ter me chamado para o baile — contei.
— Sério que ele te chamou? — perguntou surpresa.
— Sim — respondi.
— Eu vou com o Wesley — contou sorridente.
— Sério? Certeza que vai com ele? — perguntei impressionada.
— Sim, porquê? — arqueou as sobrancelhas.
— Os boatos que eu ouvi sobre ele não são nada bons — contei.
— Boatos são boatos, não deve levar a sério — falou.
Percebi que tínhamos chegado na minha casa, ela estacionou no passeio perto.
— Quer ficar para almoçar? Minha mãe sempre faz bastante comida mesmo — a convidei.
— Vou aceitar — falou, saindo do carro tirando uma pequena mala da bolsa.
— Poderia me deixar tomar um banho? Estou toda suada — pediu
— Sim, você sempre carrega roupas com você? — perguntei, observando a sua pequena mala.
— Sim, nunca se sabe quando vai precisar — respondeu piscando.
Entramos na minha casa, a empregada avisou que os meus pais não estavam, mas que a minha comida já estava quase pronta.
Avisei que a Mari iria ficar para almoçar, pedi pra ela tomar banho no banheiro do quarto de hóspedes.
Fui para o meu quarto tomar um banho, hoje estava muito quente, resolvi vestir um vestido cinza acima dos joelhos e o meu par de havaianas brancas.
Dei uma arrumada nos meus cabelos, fazendo um coque bem alto.
Mari estava saindo do quarto de hóspedes, ela estava usando uma cropped de oncinha de alcinhas finas, short jeans curto num tom escuro e sapatilha vermelha.
Ela deixou os seus cabelos amarrados num coque bem despojado.
Fomos em direção à sala de jantar, o almoço de hoje era arroz, feijão, carne moída, salada de alface e tomate e abóbora verde.
Ao terminarmos de comer, a empregada serviu um suco natural de laranja e de sobremesa um tablete pequeno de chocolate para cada um de nós.
Essa dieta que estava fazendo, cada dia estava mais difícil, comer tão pouco é só colocar verduras e salada, não era pra mim.
Fomos para o meu quarto, sentamos na minha cama e começamos a conversar.
— Eu nunca fui num baile — falei meio ansiosa.
— Sei que você vive em casa vendo filmes clichês, irá se sair muito bem — falou toda esperançosa.
— Eu nunca pensei que ia acontecer comigo um dia — admiti.
Ainda não acreditava em tudo que estava acontecendo comigo, parecia que tinha entrado num filme clichê.
— E está acontecendo, Téo é um ótimo rapaz que ele te chamou porque gostou de você — revelou.
— Será? Ou só me chamou por pena? — questionei.
— Pena do que? — perguntou confusa.
— Eu não sou bonita como você ou as outras garotas — desabafei.
— Todos somos bonitos da nossa maneira, não precisa ser igual a ninguém, apenas deve se sentir assim — falou, apertando as minhas bochechas com carinho.
— Mas será que vou ao baile com o Téo? — perguntei com um certo receio, vendo ela me encarou confusa — Não quero perder a amizade da Mi — expliquei.
— Vai ao baile sim, Mi que entenda, esse é o seu momento e não o dela — falou firme.
—Você tem razão, vou ao baile — falei forçando um sorriso.
De repente escuto passos, por serem barulho de saltos altos, sabia que era a minha mãe.
— Não acredito no que acabei de ouvir, minha filha vai ao baile — Minha mãe falou toda animada.
— Sim mãe, isso mesmo que a senhora ouviu — confirmei.
— Oi, tia Angel — Mari a cumprimentou.
— Oi Mari, que bom que convenceu a minha filha a ir ao baile — Minha mãe a agradeceu.
— Ela vai com o Téo, ele a chamou — revelou.
— Mari — a repreende, por ter contado a minha mãe.
— Conta tudo, filha, quero saber — Minha mãe falou se sentando na minha cama do nosso lado.
— A Mari te conta, já que ela abriu essa boca grande — falei num tom de brava.
— Aí me desculpe, você não disse que era pra manter segredo — falou.
Contei tudo que aconteceu pra minha mãe, apesar de eu ter um pouco de vergonha de falar sobre os garotos pra ela.
Pela primeira vez estava me sentindo segura de algo, mas o meu maior medo era perder a minha melhor amiga por causa de um possível garoto dos meus sonhos.
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O Garoto Que Me Notou (Concluído)
Teen Fiction- Livro vencedor do concurso "Chapeuzinho Vermelho". Terceiro lugar da categoria melhor personagem Pulzise. - Capa feita pela GabsDutra - Barner feito pela minha amiga @MedusaDeAtenas 😍 Gaby é uma adolescente apaixonada por escrever, imersa em f...