Um Passado Macabro

1.8K 142 6
                                    

"Algumas feridas nunca se curam por mais que passes anos.'' 

-T.Q.O.


Iara (Mãe do Téo )


Um dia antes...

Meu marido foi embora atrás da sua filha bastarda, estava andando pelas calçadão de lojas e consistia em um grande corredor cheio de boutiques.

Até que vi um homem que não o via há anos, ele estava diferente com alguns cabelos brancos e a mesma barba grande.

Mas seu rosto não mudou nada, lembranças que buscava esquecer insistiam em aparecer na minha mente.

Há mais ou menos 18 anos atrás.....

Tinha acabado de sair do baile de formatura da faculdade, resolvi não beber, já que eu era uma ex alcoólatra, foi difícil me livrar do vício.

Escuto risadas de alguns homens e resolvi passar direto por aquele beco, mas sinto alguém puxando o meu braço.

Olho para o lado e vejo um homem alto, branco, olhos azuis e cabelos pretos, que estava com um sorriso encantador nos lábios.

— Aonde vai a boneca? — perguntou com um sorriso malicioso.

— Me solta — gritei, puxando o meu braço com força para tentar me livrar dele, mas era em vão ele me puxa até o beco chorava e gritava mais as pessoas estavam muito bêbadas para me ajudarem.

Naquele momento meu corpo foi violado naquele beco sujo e imundo.

Fui largada como uma qualquer no chão e senti um lixo.


Tempos atuais....


Fui tirada dos meus pensamentos quando sinto que um líquido gelado toca a minha face, tinha começado a chover.

Precisava sair o mais rápido possível, antes que aquele homem me visse, depois de tantos anos, ele reaparece, isso só pode ser brincadeira.

Procurei as chaves do meu carro e senti um forte puxão no braço igual aquele dia.

— Está mais linda do que eu me lembrava da boneca — falou me olhando de cima para baixo.

— Me solta seu nojento — falei um pouco alta.

— Voltei e agora é para ficar minha boneca, irei contar toda a sua preciosa verdade — falou com um sorriso cínico.

Acertei um forte tapa na cara dele vendo certinho a marca dos meus dedos.

Entrei no meu carro voltando para casa.

'' O que adianta ter tanto dinheiro?

Se aquele homem nunca pagou voltou para me atormentar?'' aqueles pensamentos invadiram a minha mente.

Bebi todas as bebidas que estavam na minha adaga, um copo caiu fazendo voar vários caco pego um deles cortando os meus pulsos.

Se eu morrer, aquele aproveitador não irá acabar com a minha reputação.

O que mais me preocupa é o meu filho que será envolvido em tudo isso.

Fui cortando mais profundamente, senti arde e o meu sangue começou a pingar no chão, se misturando com a bebida, sinto a minha visão ficar cada vez mais escura.

Tempos atuais....

Acordei com a minha irmã mais nova Karen, mexendo no seu celular, não era surpresa pra mim, afinal sempre foi viciada na tecnologia.

— Oi irmãzinha — a cumprimentei.

Olho ao meu redor e vejo que estou num quarto de hospital e o meu corpo estava cheio de tubos ligados nele.

— O que aconteceu? — perguntei meio atordoada.

— Tentou se matar de novo, isso não é nenhuma novidade — falou com se fosse um tanto faz.

— Tentei e não consegui? Affs de novo estou aqui — falei colocando a mão na minha testa.

— Você viu aquele cara de novo? — perguntou mostrando um pouco de interesse.

— Sim, ele me ameaçou — desabafei.

— Fiquei sabendo que ele saiu da cadeia no mês passado por bom comportamento — me explicou.

— 18 anos apenas? Ele devia ter pegado prisão perpétua — falei indignada com a situação.

— Eu sei que guarda rancor — me julgou.

— Rancor? Você sabe muito bem o que ele fez comigo — a questionei.

— Eu sei, mas não devia isso só está te fazendo mal, tem um marido que te ama de verdade e um filho que é um amor eu daria tudo para ter a vida que tem — falou com inveja.

— Então pega essa vida pra você eu não quero — falei já exaltada.

— Sabe que não funciona bem assim, tem que encarar a sua realidade — falou me dando um beijo na testa.

— Cadê o Téo? Como ele está? — perguntei me lembrando do meu filho.

— Ele foi embora ontem a noite ele queria ficar mais o mandei para casa já que ele tem aula — expliquei.

— Entendo, vou ter que dar uma explicação para ele — falei já imaginando.

— Ele já sabe que aconteceu, contei pra ele — avisou.

— Porque fez isso? — perguntei.

— Ele é o seu filho, uma hora ou outra ele iria saber o que fez — respondeu.

Quando eu ia falar algo, vejo o meu marido entrando, ele nem ao menos se deu trabalho de bater na porta.

— Já achou a sua bastarda? — o questionei.

— Não fale assim da minha filha — a defendeu.

— Como irei falar então? — o questionei.

— Eu não achei a minha filha — respondeu — A sua irmã me ligou contando que você teve um surto novamente, fui em casa e não encontrei o Téo, ele não dormiu em casa — contou, mostrando uma certa preocupação.

— Deve estar na casa do Ben — falei sem mostrar preocupação.

— Irá ser internada numa clínica de reabilitação — falou firme.

— O que? Está ficando louco? — gritei bem alto.

— Não, mas você precisa ir pra uma mesmo, estava falando com o seu medico — me ordenou.

— Não irei a lugar nenhum — Gritei novamente.

— Irá sim, não deixarei uma louca cuidar do meu filho — gritou, me sentia mal quando ele enche a boca para falar que o Téo é o seu filho.

Na época que aconteceu isso, eu tinha terminado fazia bem pouco tempo com o Thomas.

Minha menstruação é irregular, então não sei ao certo quem é o pai dele.

Apesar de achar ele muito parecido com o Thomas cada dia mais.

— Não irá acontecer novamente, só não me afaste do meu filho — falei abaixando a cabeça.

Téo é tudo para mim e não posso ter o luxo de perdê-lo.

— Tudo bem — concordou com a cabeça e me deu um beijo na testa.

O Garoto Que Me Notou (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora