O Garoto Que Me Notou (Concluído)

Nem Tudo Está Perdido

"Você era apenas só mais uma pessoa, que com o passar dos dias se tornou minha maior necessidade."

— Pluft, então te amei.

Gaby

Não aguentava mais ficar mais nenhum minuto naquela loja,ainda bem que a minha mãe veio me buscar.

Não queria mais fazer compras, era sempre a mesma coisa, nunca achava nada bom pra mim.

— O que foi filha? Cadê as sacolas? — Minha mãe perguntou-me olhando.

— Não achei nada — respondi me sentando no banco da frente.

Minha mãe cumprimentou a Mari e a Mi, depois que nos despedimos delas, saímos dali.

— Filha, se quiser ir em outra loja, vou com você — propôs.

— Nem adianta mãe — falei cruzando os meus braços.

— Vamos achar hoje esse vestido — falou toda animada.

Ela virou o seu carro numa rua que eu nem sabia que possuía lojas, já que possuía mais casas, não era um bairro bem pobre.

Logo o carro foi parado na frente de uma grande loja, onde os manequins eram de tamanho grande.

Entramos na loja, fomos atendidas por uma mulher loira que era gordinha como eu, ela era tão bonita que me lembrava uma modelo plus size.

— Penny, trouxe a minha filha Gaby pra você conhecer — me apresentou.

— Meu Deus, ela é igualzinha a você na adolescência — falou me abraçando.

Em seguida ela deu um abraço na minha mãe, não sabia que na adolescência minha mãe era gordinha como eu.

— O que está procurando hoje? — perguntou.

— Um vestido pra minha filha, ela vai ao baile do colégio — Minha mãe respondeu com um sorriso.

— Venham aqui, tenho várias opções — falou.

Ela me mostrou vários modelos, mas o que mais me chamou atenção era um vestido vermelho que apesar de ser simples, possui um charme em especial.

— O provador está ali no final da carreira de shorts — falou me apontando o lugar.

— Obrigada, senhora — agradeci.

Segui até onde ela me falou, quando experimentei vi que ficou lindo um ensaio toda sorridente do provador.

— Mãe — a chamei.

Quando a minha mãe e a Penny olharam ficaram de boca aberta.

— Meu Deus, esse vestido estava esperando por você — Penny me observou.

— Estava mesmo, te disse que acharíamos o vestido perfeito filha — falou, apertando as minhas bochechas.

Voltei ao provador, tirei o vestido, olhei o preço e vi que não era muito caro.

Ainda bem, porque provavelmente não irei usar novamente o vestido em nenhuma ocasião.

Nos despedimos da Penny e voltamos para casa.

O meu pai já estava à minha espera para fazermos a caminhada.

Troquei de roupa colocando algo confiável para caminhada, fiz uma trança boxeadora em meus cabelos.

Estava pensando seriamente em cortá-los porque estavam muito compridos.

Peguei a garrafinha de água gelada e percebi que meu pai não vestia mais a roupa de caminhar e sim o seu jaleco branco.

— Pai, não vai me levar para caminhar? — perguntei confusa.

— Surgiu uma emergência de última hora no hospital — respondeu.

Admito que fiquei um pouco triste, já que o único momento que posso estar ao lado dele é nas minhas cansativas caminhadas.

— Tudo bem pai, vou tomar um banho e ajudar a mamãe com a janta — falei tocando no corrimão das escadas.

— Nada disso, você vai caminhar sim — falou firme franzindo a testa.

— Sozinha? Nem pensar — falei irritada, cruzando os braços emburrada.

— Nunca deixaria o meu anjo ir sozinha para aqueles cantos — falou.

Aí escutei o barulho da campainha, a empregada atendeu e vi que era o Téo, que vestia uma roupa de academia.

— Téo, vai te levar querida, boa caminhada pra vocês — falou me dando um beijo na bochecha e olhou para o Téo — Cuida do meu tesouro, tá bom? — pediu.

— Pai — o repreendi estava com as bochechas vermelhas de vergonha.

— Vão então antes de escurecer — Meu pai falou com um sorriso, nos despedimos dele e saímos.

— Me desculpe pelo, meu pai — pedi

— Fico feliz de ir com você, sabe que gosto da sua companhia — falou pegando na minha mão com carinho.

Percebi que suas mãos eram tão quentes e fortes, estava com um sorriso maravilhoso nos lábios.

Fiquei tão sem jeito que coloquei uma mecha dos meus cabelos para trás e sorri de volta pra ele.