O Garoto Que Me Notou (Concluído)

Uma Linda Amizade Surge

"Eu nunca me senti tão em desacordo comigo mesmo. Algo sobre esse sentimento me fez querer estar mais perto dela."

— Belo Desastre.

Téo

A Diretora me levou na porta da sala, dispensei apresentações, vi que estava na mesma sala da Gaby, Mi, Mari e do Ben.

Só não gostei do fato de estar na mesma turma que Mirella, apesar de faltar apenas mais dois bimestres para encerrar as aulas, tenho um certo passado com ela, sem ao menos termos namorado.

Escolhi um lugar de onde vi a Mari estava sentada do lado da parede e a Gaby no meio resolvi me sentar ao lado dela, queria falar com ela, mas apenas dei um sorriso.

Quando o professor Travis entrou na sala de aula, várias garotas ficaram inquietas, olhei para o lado da Gaby e vi os seus olhos brilhando por estar admirando ele.

''O que esse professor tem de mais?'' me perguntei mentalmente.

Resolvi ignorar tudo isso, quando ele falou sobre o baile várias garotas vieram me convidar, mas a única que estava na minha mente era ela.

Ia chamá-la e queria entender melhor o que estava sentindo para não machucá-la.

O alarme de incêndio começou a tocar todos saímos e peguei meu caderno me sentando afastado dos outros comecei a escrever um bilhete.

Entregaria depois a Gaby, a diretora chegou e explicou o que tinha acontecido e voltamos para sala de aula.

Antes disso consegui colocar um bilhete nas mãos dela, quando ela viu um sorriso brotar dos lábios dela, era bom ver ela sorrindo por algo que fiz.

Um monte de garotas se juntou de novo, falando comigo novamente, era ruim ser popular.

Finalmente deu hora do intervalo, estava com muita fome, todos saímos da sala.

— Vou ficar nas arquibancadas — Ben avisou — Quer vir comigo? — perguntou.

Ele estava abraçado com uma das líderes de torcida do colégio, reconheci ser uma por causa do uniforme, ela era muito bonita, loira de cabelos curtos, olhos azuis e a pele clara.

— Depois te encontro lá, vou na máquina de comida e comprar uma barra de cereal — avisei.

— Tá bom, nos vemos lá — falou saindo, ao lado da garota.

Fui em direção a máquina de comida, vi Mi parada do lado, parecia que estava me esperando.

— Podemos conversar? — Mi perguntou com uma expressão séria.

— Fala — respondi seco.

— Não quero que ninguém saiba o que aconteceu entre a gente — falou cruzando os braços.

— Por mim, ninguém saberá, cometi um grande erro — cuspi as palavras.

— Não diga isso, sabe que amo você — falou com um olhar triste.

— Eu não, nem devíamos ter começado, mas enfim não iremos falar desse assunto novamente — pedi.

Já tinha perdido a vontade de comer a barrinha de cereal, sai dali, fui até a sala de aula, abri minha mochila e via que minha mãe tinha colocado bolacha de sal, peguei o saquinho e sai de lá.

Fui até o jardim, aqui era mais bonito a noite, talvez eu volte à noite, sinto que não posso enfrentar a Mi ainda.

Gaby estava sentada na grama, olhando para o seu lanche que estava no seu colo, parecia estar bem pensativa

— Não vai comer, mocinha? — perguntei chamando sua atenção.

— Estou enjoada da sala de frutas — respondeu se levantando.

— E eu de bolacha de sal, que tal trocarmos? — sugeri.

— Pode ser — concordou.

Cada um comeu o lanche do outro, quando terminamos vi que ela voltou a se deitar na grama e resolvi fazer o mesmo colocando as minhas pernas em cima das dela.

— Vai ao baile comigo, né? — perguntei.

— Porque eu? — me perguntou.

— É a única que não se atira nos meus braços e também gosto do seu jeito de ser — respondi sendo sincero.

Ela sorriu meio sem jeito, mas logo seu sorriso desapareceu.

— Espero que não fez uma aposta com seus amiguinhos, que ia levar a gorda para o baile e humilhá-la — falou

— Nunca faria isso e não fale assim de você — a repreendi, ficamos apenas olhando para o céu.