Já parou para pensar do por que a vida é tão complicada? Ou talvez seja mas simples do que a gente imagina? Para mim, a vida é simples, o problema sou eu.Eu poderia está trabalhando em um lugar descente, não em uma lojinha de conveniência de um posto de gasolina, ou então esta na faculdade, estudando para realizar meus sonhos. Mas o que eu faço quando não tenho sonhos e nem objetivos na vida?
Me chamo Vitor Alencar, tenho 20 anos, trabalho em uma loja de conveniência de um posto de gasolina, que fica no fim da rua onde moro, sou filho único e ainda moro com meus pais.
— Já não falei pra não vim chapado trabalhar?! – Tody fala batendo a mão no balcão pra chamar minha atenção, provavelmente ele já me chamou várias vezes.
Tody é meu melhor e único amigo, foi por causa dele que conseguir terminar o ensino médio, agora ele é o dono da loja onde trabalho, que herdou do pai no ano passado.
Deixe-me explicar o porquê dele está gritando comigo, sou viciado em maconha desde meus 15 anos, quando me mudei pra cá, também foi na mesma época que a minha vida virou um inferno.
— Eu não tô chapado, cara, relaxa. – falo, mas sei que é mentira. Ontem, domingo, pra não ter que ficar em casa fui até a casa abandonada, onde vendem back e acabei ficando a noite toda lá fumando.
— Tá, me engana que eu gosto, tá escrito na tua testa que você tá chapado, seu idiota. – Tody fala. – Quando você vai largar essa vida ein? – ele pergunta.
— Quem sabe um dia. – respondo e me sento, deitando a minha cabeça no balcão.
Como toda segunda-feira não houve muito movimento, então não tive problemas, além do Tody parecendo um cão de guarda me observando o tempo todo, as vezes ele é muito chato. As cinco fechamos a loja.
— Quer ir lá pra casa? – Tody pergunta e eu nego com a cabeça, sei que ele só quer me manter por perto e longe da casa abandonada e apesar de sermos amigos não quero me aproveitar da sua bondade, até por que sei que a mãe dele não gosta muito quando vou na casa dela.
Tiro um cigarro do bolso e Tody me olha com a cara feia, o ignoro e acendo o cigarro, coloco meus fones e vou embora pra qualquer lugar que não seja a minha casa, ainda é cedo pra voltar.
Saiu andando pela cidade sem rumo, até encontrar uma praça, acho que andei mas do que eu pensava, não me lembrava dessa praça, ou então já passei por aqui, mas estava muito chapado pra me tocar de onde estava.
Me sento em um dos bancos de madeira e observo as pessoas que estão ali, algumas com seus filhos e famílias, outras com seus namorados (as), gosto de observar as pessoas e me perguntar como seria a minha vida se ela fosse diferente, se eu tivesse um caminho a seguir, um sonho ou um objetivo.
Quando criança lembro de querer ser um piloto de avião, mas depois que meu avô morreu em um acidente de avião desistir, depois disso eu não queria ser mas nada, acendo outro cigarro, já é o quarto, levanto minha cabeça e olho as nuvens, algumas cinzas parece que vai chover, solto a fumaça pela boca e ela faz meus olhos arderem.
— Moço, fumar faz mal pra saúde. – ouço uma voz ao meu lado.
— Han? – falo abrindo os olhos e me ajeitando no banco da praça, olho para o lado e vejo uma garotinha.
— Fumar faz mal pra saúde. – ela repete olhando pra frente e balançando os pés.
— Ah, eu sei. – falo e apago o meu cigarro.— Então por o senhor fuma? – ela me olha, eu desvio o olhar, não consigo manter contato visual com pessoas estranhas.
— Maria, venha, já estamos indo. – uma mulher chama a garotinha e ela sai correndo em direção dela, mas antes de despede de mim com um aceno. – Não já falei que não é pra falar com estranhos? – a mulher fala, quando Maria chega perto dela, depois me encara, a garotinha abaixa a cabeça e elas vão embora.
Fico ali mas um pouco, até escurecer completamente, então decido que já é hora de ir pra casa, posso adiar esse momento mas não posso evitar, não tenho pra onde ir, até poderia ir pra casa do Tody, mas não aguentaria os olhares de superioridade da mãe dele sem dá um surto.
Depois de um tempo caminhando, estou aqui parado na porta de casa me perguntando se devo entrar ou não e o que está me esperando lá dentro. A melhor parte do meu dia é quando saio de casa e a pior é ter que voltar, resolvo entrar quando começa a chover, agora não tem mas volta.
— Olha, a princesinha voltou e antes da meia noite. – minha mãe fala tropeçando nas palavras, ela está sentada no sofá com uma garrafa de vodca na mão. A ignoro e subo para o meu quarto. — Vai fingir que não me ouviu é?! Seu drogadinho de merda. – ouço ela gritar e fecho a porta do meu quarto com toda força que tenho e ela começa a rir descontroladamente.
Minha mãe, Rosa, é alcoólatra, ela não era assim, ela era uma mulher incrível, tinha uma carreira promissora como professora, mas depois que o meu avô morreu ela afundou na bebida, eles eram muito próximos e a morte repentina dele destruiu ela.
Já meu pai, Jorge, é um viciado em trabalho e quase nunca tá em casa, ainda não entendo o porquê deles ainda estarem casados, mas eu ainda estou aqui na esperança que ele volte e minha mãe volte a ser como ela era antes, enquanto isso não acontece, tenho que aguentar ela ser esse tipo de pessoa e me acostumar com a ausência do meu pai.
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Vícios (Romance gay) - CONCLUIDO.
RomanceVitor é um jovem viciado em maconha, que depois da morte da sua mãe, se verá em meio a muitos problemas, com a ajuda de seu melhor amigo Tody ele encontrará o amor da sua vida que o ajudará também a se livrar de seus vícios. Todos os direitos reserv...