Quando eu tinha 7 anos meu pai me levou para um galpão abandonado perto da saída da cidade. Por fora, era apenas mais um galpão velho. Por dentro continha acessórios com tecnologia de ponta que serviam para várias coisas e uma delas era uma academia improvisada.
Durante 3 anos eu pensei que ali era um local para treinar a resistência dos meus músculos e prepara-los para o futuro. Me tornando um homem forte o qual poderia facilmente se defender. Mas, ao completar 12 anos lembro do meu pai abrir um alçapão e pediu que o seguisse. Obviamente, eu fiz.
Até hoje tenho pesadelos com o que vi...
Dentro daquele alçapão existiam cerca de quatro pessoas, duas mulheres e dois homens. Eu não entendi a princípio por eles estarem acorrentados jogados no chão sujo de urina e sangue, entretanto, um homem levantou a cabeça e eu vi seus orbes pretas com vermelho.
Eram gouls.
A princípio quis vomitar, gritar com meu pai, mas o choque foi tão grande que apenas fiquei parado enquanto ouvia os pedidos de socorros de três deles, apenas um se manteve calado me olhando com pesar. Só depois de cinco minutos completamente parado que meu pai me puxou novamente para cima, onde fica a academia e me deu um pouco de água.
Eu não lembro exatamente o que aconteceu, entretanto, vi Itachi entrando furioso no galpão e brigando com meu pai. Não entendi o motivo da briga, no entanto meu pai levou nos dois para casa ainda brigando com meu irmão no caminho. Já em casa, Itachi preparou um banho quente pra mim e ficou ao meu lado quando a lua se fez presente. Ele não parava de me pedi desculpas, contudo sequer conseguia raciocinar suas palavras porque tudo o que eu ouvia eram choros daquelas pessoas, melhor dizendo, daqueles gouls.
Infelizmente tive que voltar para aquele maldito galpão.
Meu pai me obrigou dizendo que eu deveria saber me proteger daqueles lixos, contrariado por seu ponto de vista discuti com ele perguntando o motivo de acorrenta-los feito um animal e meu pai apenas disse:" se não os matar, eles iram. "
Não pude evitar, meu próprio pai me obrigou a lutar com cada um deles. Então foi aí que os pesadelos começaram, as vozes na minha cabeça gritavam sem parar. Eram os gritos deles três, apenas um se manteve calado. Até hoje me arrependo por ter feito o que meu pai mandou.
Ele me fez matar todos os quatro, um por um, na frente do restante.
Eu chorei quando via o preto e vermelho saírem de seus orbes voltando a cor original. Chorei mais ainda quando todos eles, sem exceções, me agradeceram ao coração parar.
Não conseguia dormir, nem comer ou fazer nada, apenas tampava meus ouvidos, de nada adiantou afinal as vozes estavam dentro da minha cabeça. Na época eu quase cometi suicídio.
Em um lapso, tomei todos os comprimidos para insônia da minha mãe. Acordei três dias depois numa cama de hospital.
Eu me arrependo pois eu não tinha e nem tenho direito de tirar a vida de ninguém e esse é meu demônio porque é isso o que faço hoje. Estou tomado pela culpa a caminho da ignorância e não luto contra a maré, apenas nado em direção a minha ruína.
Meu pai não sabe, mas eu conversei com cada um daqueles gouls. E cada um deles me contou sua história, um em especial. Aquele que nunca gritava na presença do meu pai, ensinou para mim que o destino sempre lhe dar uma segunda chance, a dele era me matar. Mas, ele me disse para não o temer porque ele tinha irmãos e não poderia arriscar a vida dos outros por sua causa. Então eu aprendi que os únicos os quais eu preciso temer são aqueles que não tem nada a perder e por respeita-lo tanto, realizei seu último desejo: entreguei uma carta aos seus irmãos.
E em uma semana me ensinaram mais do que qualquer outra escola. Graças a eles entendi várias coisas sobre gouls então passei a vê-los de maneira mais suave já que a mídia e meus pais disseram barbaridades a respeito dos gouls. E hoje continuou brigando comigo mesmo me questionando quem está falando a verdade.
Quem está me alienando?
Por isso eu busquei a verdade, depois que Naruto morreu naquele beco fiz uma promessa no calor do momento quase colocando tudo a perder. Então, quando estava mais calmo busquei ver as coisas do meu jeito.
Entrei pra academia e me formei estando entre os três melhores da faculdade, a partir daí entre na CCG e estudei mais ainda todos os gouls. Me recusava a matar um goul que nunca fez mal a sociedade.
E ontem eu pensei, mas não seria o certo. Por isso dopei a criança com um veneno, ele pararia seu coração depois de alguns minutos e permaneceria assim por um hora, tempo suficiente par ao corpo ser despejado e assim aconteceu.
O encontrei a quilomentros de distrancia numa especie de terreno baldio, apenas peguei Inojin no colo e levei para uma casa alugada mais afastada dali. Quando o menino acordou assustado, expliquei para ele que não estava morto e com muita insistencia dei um banho nele e o alimentei. Algumas horas depois soube que não estava mais sozinho com o garoto.
— Onde está meu filho? — perguntou Sai, o homem estava vestido de preto bem sutil e de forma comum para não chamar a atenção. Ele estava eufórico para ver o filho, portanto apenas apontei para um quarto. Sai correu para o mesmo, entrando e pegando o filho no colo. Ele beijou as bochechas gordinhas de Inojin e então voltou para a sala com a criança adormecida nos seus braços. — Por que está me ajudando?
— Isso não é relevante no momento apenas saia da cidade, é o que tenho a lhe dizer. — disse entregando um pacote a ele. — Isso são passagens, irão levar vocês para fora de Tóquio...é o mais seguro no momento.
— Por que?
— Porque eu nunca matei um inocente e não será agora que irei fazer, além do mais seu filho serviu como isca para mim.
— Você estava rastreando ele todo segundo.
— Sim e agora sei onde fica uma das bases de Kurama, o resto não posso lhe informar. Mais tanto eu como você sabe que essa guerra vai estourar em breve e creio que você não quer ver mais matança.
E assim o dialogo se encerrou entre a gente uma vez que Sai pegou o pacote e rumou para fora da casa dizendo ''obrigado'' quando fechou a porta.
Observando os dois eu sinto que a cada dia eles me matam mais um pouco.
Eu queria me auto punir, queria acabar com tudo isso, mas não posso porque outras pessoas iriam sofrer. E pra acabar com essa guerra primeiro tenho que vencer a batalha contra os gouls e a CCG. Sim, a CCG não vai sair impune do meu caminho. Afinal eles exterminaram qualquer um sendo um goul, eles botaram medo nos gouls e agora acontece uma rebelião. A CCG nunca pensou que eles parariam de sentir medo.
É o que acontece quando não se tem dialogo e uma resolução eficiente.
Então mesmo que meus demônios gritem em minha cabeça, eu não vou parar até por um fim nisso.
Minha família começou e será por ela que irá terminar...
•••
— Senhor Sasuke Uchiha? — A voz era suave e extremamente profissional do outro lado da linha despertou o moreno de seu sono profundo causado pelos calmantes. Seu corpo arrepiou-se quando acordou, mas logo atendeu o celular insistente.
—Sim, quem é?
— É do hospital o qual o senhor Fugaku está internado, preciso que o senhor venha pra cá agora. É uma emergência.
— Que tipo de emergência?
— O senhor Fugaku tentou se matar nessa madrugada.
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Dark Side | SASUNARU
FanfictionSasuke Uchiha, o mais novo agente da classe especial tinha em mãos uma notícia de cincos anos atrás. Um jovem sem identificação dado como desaparecido e morto aos 17 anos, supostamente por um goul. Entretanto, Sasuke sabia conhecia perfeitamente o...