09 | Necessidade

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Após um longo e quente banho, Kihyun deixou o banheiro e trocou-se. Sentia seu corpo melhor e o cheiro da sopa o deixava com mais fome. Andou até a cozinha, dando de cara com Changkyun terminando de preparar a comida.

— Está se sentindo bem? — Changkyun indagou. Kihyun assentiu e se sentou no sofá, apoiando as pernas na mesinha de centro da sala. Desligou o fogo e buscou por uma tigela para pôr a sopa. Quando a achou, Changkyun sorriu e despejou o caldo quente nela.

Da segunda gaveta, retirou uma colher e levou a sopa para Kihyun. Changkyun se sentou ao seu lado e cruzou as pernas, atento a Kihyun.

— Vai parar de me olhar? — o Yoo auestionou.

— Não.

Kihyun suspirou.

— Seu ex parece ser um idiota — Changkyun disse.

— E ele é — Kihyun soprou a sopa e a engoliu — se provou um super idiota quando terminamos. Eu recebi um soco, bem aqui — tocou a própria bochecha — mas eu não podia fazer nada, estava em choque. Minha vontade era fazer de conta que nada havia acontecido porque, quando se ama, acaba sendo difícil pensar. Só que meu cérebro me mandou terminar e evitar Seungho por um tempo. No fim, acabei tomando a decisão mais racional.

— Sinto muito por isso.

— Não precisa sentir — Kihyun pôs a tigela em cima da mesinha e se encolheu no sofá. Changkyun passou o braço pelo ombro de Kihyun, o fazendo deitar a cabeça em seu peitoral — C-Changkyun... — Kihyun assustou-se.

Ficaram assim por bons minutos. Kihyun devia admitir que sorriu como um tolo ao ouvir os batimentos acelerados do Lim, mas não o faria.
Kihyun ergueu o rosto, ficando bem próximo dos lábios de Changkyun, que decidiu olhar o menor também.

— Eu te machuquei ontem à noite? — Changkyun indagou, a voz mais grave que o normal. Kihyun se lembra daquela maldita voz o enlouquecendo.

— Não — Kihyun sentia seu rosto queimar de vergonha. Estavam tão próximos, sem contar que estavam sóbrios dessa vez.

Changkyun apoiou seu queixo sobre a cabeça do menor, e acariciou seus fios. A sala estava imersa em silêncio, até mesmo Nico havia decidido tirar um cochilo.

— Vou limpar a cozinha e ir — Changkyun disse ao se desvencilhar de Kihyun para pegar a tigela e andou até a pia. Kihyun queria sentir mais do calor do Lim, um conforto que só ele trazia, mas não contaria a ele.

Quando terminou o prometido, Changkyun despediu-se de Nico primeiro, para então bagunçar os fios de Kihyun antes de deixar o apartamento. No momento em que fechou a porta, o Yoo escorregou pela madeira e abraçou seu cãozinho, já sentindo sua melancolia voltar.

— Ah, Kihyun — a voz de Changkyun ecoou do outro lado. Por baixo da pequena fresta, o Lim empurrou um pedaço de papel, arrancado de sua agenda de bolso, com seu número escrito — se precisar de algo, pode me ligar.

— C-Certo — Kihyun pegou o papel e sorriu inconscientemente.

Changkyun fazia ser cada vez mais difícil não precisar dele.

[...]

No dia seguinte, Kihyun acordou tarde. Nico dormia ao seu lado, com a barriguinha para cima. Kihyun passou longos minutos encarando o teto, rindo dos roncos de seu cãozinho.

Assim que se espreguiçou, seu telefone tocou. Esticou o braço até o criado-mudo e, com muita preguiça, atendeu seu irmão.

— O que foi?

— Como foi lá?

— Seungho era o maldito presidente, Hoseok. É claro que eu recusei essa merda — Kihyun disse entredentes.

— D-Desculpe, eu não sabia.

— Não precisa pedir desculpas, Hoseok — Kihyun suspirou — queria saber só isso?

— Hoje à noite Hyungwon vai dar uma festa. Quer ir?

— Hyungwon?

Se bem se lembrava, esse era o nome do amigo modelo de Changkyun.

Meu namorado, Kihyun — Hoseok disse como se fosse óbvio — bem, oficializamos ontem à noite.

— Me poupe dos detalhes — riram.

— Então, você vem ou não?

— Me mande o endereço e horário mais tarde.

Foi tudo o que Kihyun disse antes de desligar o telefone e se aconchegar embaixo dos lençóis outra vez.

Se era a festa de um amigo de Changkyun, significa que o Lim iria. E, bom, Changkyun, Kihyun e festas tendem a dar um péssimo resultado.

THIS IS WHY WE CAN'T HAVE NICE THINGS 「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora