THIS IS WHY WE CAN'T HAVE NICE THINGS 「 Changki 」

08 | Tire a roupa

Kihyun ficou sem palavras por um minuto inteiro. Pensava que Changkyun demoraria um pouco para juntar as peças e nem achava que ele seria tão direto ao perguntar.

— Só porque eu estava na mansão de manhã não quer dizer que eu era o único na festa — o Yoo rebateu.

— Tire o sobretudo e a blusa.

— Q-Que? — Kihyun abraçou o próprio corpo.

— Preciso ver uma coisa.

Sabendo que caso recusasse seria pior, Kihyun assentiu e desabotoou o sobretudo à contragosto.

— Pronto.

— Falta a blusa.

— Eu não vou tirar minha blusa.

Kihyun rolou os olhos quando o olhar insistente de Changkyun o despiu. Torcendo para que ninguém os visse, o Yoo, com muita vergonha inclusive, tirou a blusa. De repente, os dedos de Changkyun tocaram sua lateral, fazendo Kihyun assustar-se.

— Satisfeito?

— Vire-se pra mim.

Já impaciente, Kihyun fez como lhe foi pedido. Porém sua vergonha voltou quando Changkyun sorriu ao passar os dedos pelas marcas no pescoço branquinho do Yoo.

— Quando eu transo com alguém, eu gosto de marcar aqui — Changkyun tocou o chupão abaixo da orelha de Kihyun — e fazer uma trilha até aqui — tocou a clavícula vermelha do menor.

— Outra pessoa pode ter feito isso em mim — Kihyun cobriu-se com a blusa. Changkyun tirou o cinto e inclinou o corpo para perto do Yoo.

— Por que você não para de mentir e me diz que transamos ontem?

— É, Changkyun. Transamos ontem. Satisfeito?

Kihyun vestiu sua blusa e deixou o sobretudo apoiado sobre o ombro ao abrir a porta do carro. Changkyun não disse mais nada até que o Yoo fechasse a porta.
Ele respirou fundo, desligou o carro e saiu também, fazendo Kihyun questionar o que o Lim queria.

— O que foi? — Kihyun indagou. Changkyun abriu o guarda-chuva e o pôs sobre suas cabeças.

— Você realmente quer ficar doente, Kihyun.

Kihyun inspirou e espirou profundamente antes de girar os calcanhares e ter Changkyun o acompanhando até o prédio.

— Você já pode ir embora, Changkyun — o Yoo falou quando estavam na frente do elevador. Porém, de nada adiantou, já que Changkyun o acompanhou até seu andar.

— Alguém precisa cuidar de você se você ficar doente — Changkyun murmurou.

Quando Kihyun virou-se para Changkyun para mandá-lo embora, as portas de metal de abriram e, do outro lado, estava um Seungho cabisbaixo. Assim que o viu, Kihyun correu para a porta de seu apartamento, deixando Changkyun para trás.

O Lim assumiu que aquele era o ex de Kihyun, e pelo jeito que o menor fugiu dele, parecia ser alguém não digno do Prêmio Nobel. Então quando passou por ele, Changkyun fez questão de bater seu ombro no dele.
No final do corredor, Kihyun tinha dificuldades para destrancar a porta, já que sua mão tremia.

Changkyun pôs sua mão sobre a de Kihyun e destrancou-a. Kihyun ficou parado por um minuto inteiro, e o Lim permaneceu atrás de si.

— Ainda vai fugir de mim? — Seungho decidiu questionar. Changkyun o olhou de soslaio — já faz um mês, Kihyun. Vamos encarar isso como adultos.

— É irônico você me dizer isso — Kihyun sussurrou, sem olhá-lo.

— Kihyun... — Changkyun interrompeu Seungho ao dar um passo em sua direção.

— Por que não encara o término de vocês como um adulto e deixa Kihyun no canto dele?

Seungho chiou e rolou os olhos, para então dá-lós as costas ao chamar o elevador.

Changkyun pôs as mãos nos bolsos da calça e adentrou o apartamento de Kihyun. Fechou a porta e o observou jogado no sofá, com um cãozinho pequeno latindo ao seu lado.

— Nico não gosta de estranhos — o Yoo murmurou.

— Nico é um nome bonitinho — Changkyun disse e chamou o labrador com um assobio.

— Desculpe por isso.

Changkyun parou de acariciar o cachorrinho e caminhou até o sofá, sentando-se ao lado de Kihyun.

— Não precisa se desculpar — Changkyun tocou o rosto de Kihyun — você está com febre, é melhor tomar banho. Vou fazer uma sopa pra você.

Kihyun não tinha forças para negar aquela preocupação. Ele até gostou.

— Obrigado, Changkyun — sussurrou ao sentar-se. O Lim sorriu e deu um beijinho no topo da cabeça de Kihyun, o pegando desprevenido.

Changkyun era, de fato, uma caixinha de surpresas.