10 | Dessa vez, você não vai poder culpar a bebida

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Kihyun foi almoçar às três da tarde e passou duas horas folheando o jornal em busca de um emprego. Precisava ocupar sua mente com alguma coisa, nem que isso significasse ter oito trabalhos de meio-período ou o caralho a quatro.

Quando havia dado sete da noite, Kihyun recebera uma mensagem do irmão: nela, constava o endereço da casa de Hyungwon e o horário da festa, que começaria em menos de uma hora. À contragosto, se levantou da cadeira e decidiu tomar banho. Vestiu uma calça de couro preta, blusa branca e um sapato igualmente preto. Perfumou-se e maquiou-se, tornando-se a definição de vestido para matar.

Assim que o Yoo despediu-se de Nico, seu telefone indicou que havia acabado de receber uma mensagem. Era de Changkyun, perguntando se ele precisava de carona para a festa de Hyungwon.

— Então ele foi convidado também — Kihyun sussurrou para si, já digitando que iria pegar um táxi. Porém, por insistência de Changkyun, o Yoo teve de descer e encontrá-lo na porta do prédio — eu já extorqui você o suficiente — Kihyun disse ao se aproximar.

— Considere isso uma cortesia — Changkyun deu um sorriso ladino. O menor rolou os olhos e entrou no veículo quando o Lim abriu a porta.

Qualquer pessoa em sã consciência, após saber que transou bêbada com um estranho, buscaria afastamento. Só que Changkyun estava claramente provando o contrário, fazendo Kihyun se perguntar o que se passava na mente dele.

[...]

Youngblood, do 5sos, quase faltou estourar os tímpanos de Kihyun quando ele atravessou o largo portal da casa do Chae. Haviam muitas pessoas, gritos e risadas — coisas que Kihyun vinha tentando evitar, já que, da última vez que esteve em uma festa, transou com um estranho.

— Tem bebida no freezer — Hoseok disse quando viu Kihyun se aproximar.

— Eu passo.

Hoseok riu.

— Estranho você recusar uma bebida, irmãozinho — Hoseok provocou-o.

— Péssimas lembranças — Kihyun disse após suspirar.

O irmão se afastou de Kihyun quando viu Hyungwon chamá-lo para o apresentar a um amigo. Nesse meio tempo, Changkyun apareceu atrás do Yoo e aproximou seus lábios da orelha dele.

— Péssimas lembranças, hm?

O corpo inteiro de Kihyun se estremeceu.

— De fato, é injusto só você se lembrar daquela noite — Changkyun mordeu o lóbulo de Kihyun.

— E-Eu posso conviver com isso.

Quando Changkyun riu abafado, Kihyun arqueou as sobrancelhas.

— Tem certeza? — Kihyun virou-se para Changkyun a fim de responder àquela pergunta, só que ele travou porque a resposta era justamente a que o Lim queria ouvir. Não, ele não tinha certeza. Ele queria que Changkyun ficasse tão bagunçado quanto ele.

Mas, se Kihyun beijasse Changkyun naquele momento, ele não poderia culpar o álcool no dia seguinte.

— Tenho — o Yoo tentou soar convicto.

Changkyun suspirou.

— Vou pra piscina. Vai ficar aí?

Kihyun demorou para pensar em uma resposta, mas acabou dando de ombros e seguiu o Lim até os jardins.
Changkyun não teve vergonha nenhuma ao desabotoar, lentamente, sua blusa azul-marinho. Em seguida, tirou os sapatos, deixando-os próximos do banco.

— Vai pular de calça? — Kihyun questionou.

— Eu pego uma roupa seca de Hyungwon depois — o Lim bagunçou seus fios antes de deixar o celular e carteira em cima do banco de madeira e pulou dentro da água.

Só havia os dois naquela parte da casa. Todos estavam concentrados demais dançando e bebendo na sala.

— Tem certeza que não quer vir? — Changkyun indagou, vendo um sorriso escapar dos lábios do Yoo.

E, nesse momento, Kihyun deu-se por vencido. Ele tirou a blusa e calçados, os pondo ao lado das vestes de Changkyun. Pôs o celular em cima do tecido e, devido ao olhar descarado de Changkyun, abraçou o próprio corpo, com certa vergonha.

O Lim gargalhou, achando-o uma graça. Kihyun então correu pela grama e pulou na água, voltando à superfície em alguns segundos.

— Vai ficar bem de roupa molhada? — Changkyun estava o provocando.

— Hoseok é meu irmão. É só eu pegar uma roupa dele depois.

O maior se aproximou de Kihyun e o puxou pela cintura, pegando-o de surpresa. Em seguida, Changkyun encostou as próprias costas nos azulejos da borda, com um Kihyun estático em seus braços.

— Péssimas lembranças?

Quando Changkyun disse aquilo, seus olhos pareciam... tristes. O coração de Kihyun se apertou e, antes que pudesse formular qualquer pensamento concreto, deixou que seu corpo agisse: aproximou seu rosto do de Changkyun e, com a destra, acariciou sua bochecha.

— Tem certeza disso? — Changkyun sussurrou quando seus lábios estavam rentes aos de Kihyun — não vai poder culpar o álcool depois.

— Tenho — dessa vez, Kihyun estava convicto de sua resposta.

THIS IS WHY WE CAN'T HAVE NICE THINGS 「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora