14 | Primeiro encontro

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Changkyun desviou o olhar de Kihyun e bebeu um gole do café mesmo sem açúcar, se arrependendo da decisão um segundo depois.

— Chang?

Já estava na hora dos apelidos?

— Sim — disse rápido e cobriu o rosto. Kihyun deu uma risadinha.

— Que horas vamos sair?

E lá estava a permissão que Changkyun tinha medo de não receber. Eles iriam sair? Para onde iriam? Os Son? Mas Hyunwoo fala por todos os buracos, certamente comentaria algo desnecessário.

— A hora que você quiser — o Lim tentou não soar nervoso.

— Passe lá em casa de noite então.

Changkyun sorriu ao assentir.

Por mais que a situação parecesse desfavorável para uma conversa, Changkyun e Kihyun conseguiram conversar normalmente sobre assuntos que ambos tinham em comum: filmes. Kihyun obviamente ficou indignado com o fato de Changkyun nunca ter assistido La La Land, mas o Lim disse que o lance dele era outro, ele era o garoto dos filmes de ação. Quem passasse pelos dois na cozinha, pensaria que eram melhores amigos e não garotos que se encontraram poucas vezes.

Assim que terminaram seu café da manhã, Changkyun deixou Kihyun em seu apartamento e, no caminho de volta para sua casa, decidiu parar no restaurante dos Son, para dar um alô para Hyunwoo.
Estacionou o carro na porta e desceu animado para contar a Hyunwoo que iria pela noite ao restaurante. Só que essa felicidade esvaiu-se no momento em que viu Seungho e um outro rapaz deixarem a cafeteria do lado.

"Eu recebi um soco, bem aqui. Mas eu não podia fazer nada, estava em choque."

Changkyun cerrou os punhos ao vê-lo passar tranquilamente e abrir a porta de seu Porsche para o outro. Como Seungho conseguia viver normalmente depois de machucar alguém que ele deveria amar? Changkyun não entendia.
Deu um suspiro longo e afrouxou os punhos para então entrar no restaurante. Hyunwoo estava limpando umas mesas e sorriu ao que seu pai avisou que o Changgie tinha lembrado da existência deles.

— Changkyun! — Hyunwoo, com todo seu jeitão desengonçado, aproximou-se do Lim e o deu um abraço forte — que bom te ver!

— É bom te ver também, Hyun — Changkyun estava quase sendo sufocado com aquele abraço — escuta, eu vou vir aqui hoje à noite, acompanhado.

— Uh, parece que alguém desencalhou.

Changkyun empurrou o ombro de Hyunwoo, que riu.

— Não me difame com histórias de quando estávamos na mesma sala no colégio, eu ficaria muito agradecido.

— Então quer dizer que esse garoto que você vai trazer já é seu futuro noivo? — o Son coçou o queixo, rindo — estou brincando, não me bata. Vou pedir ao meu pai pra fazer a especialidade da casa, assim, você já conquista ele pelo estômago!

Changkyun rolou os olhos ao gargalhar.

— A China te tornou mais idiota — Changkyun disse. Hyunwoo o deu um peteleco na testa e puxou-o para se sentar em uma mesa, para que pudessem pôr a conversa em dia.

[...]

Kihyun estava lindo. Optou por uma roupa totalmente escura e ainda por cima penteou o cabelo todo para trás. Quando Changkyun chegou, perdeu a fala por um minuto inteiro, até que o Yoo o empurrou para o elevador e a primeira coisa que Changkyun fez foi elogiar o menor.

Ao chegarem, Hyunwoo cumprimentou o amigo e pediu para que o acompanhassem até a cobertura do prédio. Lá, havia uma única mesa, com um pequeno abajur ligado, pratos e talheres dispostos em um pano de mesa bordô. Kihyun estava maravilhado demais pela vista que podiam ter da cidade que agradeceu velozmente e correu pela cobertura.

— Gostou? — Changkyun indagou ao se aproximar. Kihyun se apossou das barras de ferro, as segurando para não cair dali.

— É lindo — os olhinhos do Yoo brilhavam. Changkyun deixou um sorriso bobo escapar ao olhá-lo. E ficaram assim por longos minutos. Ficariam mais, se Hyunwoo não os tivesse interrompido anunciando que trouxe o vinho pedido pelo Lim mais cedo.

Hyunwoo despejou o líquido nos copos e pediu licença antes de se retirar. Queria muito que o amigo ficasse com outra pessoa, ele já se enfurnava demais dentro daquela editora, precisava de outra companhia que não fossem os livros.

— Acho que não tive a oportunidade de te perguntar — Kihyun começou — o que você faz da vida?

Changkyun cruzou as pernas e braços.

— Sou editor-chefe em uma editora, a Linx —
Kihyun se surpreendeu com aquilo. A Linx sempre era responsável por publicar best-sellers, estavam sempre no topo das recomendações — só que por insistência de meu pai, estou, tecnicamente, de folga.

— Como assim?

— Eu passo muito tempo dentro da Linx, e meu pai, como presidente, já enjoou da minha cara — riram — brincadeiras à parte, meu pai achou melhor eu descansar — Kihyun bebeu um gole do vinho — devo assumir que você não trabalha com nada ainda?

— Tudo na minha vida começou a dar errado quando terminei com Seungho. Fui demitido do meu antigo emprego, as contas do apartamento ficaram pendentes e eu acabei pedindo ajuda ao meu irmão — Kihyun suspirou — amanhã vou procurar um emprego.

Depois de um silêncio de pouco mais de trinta segundos, Changkyun decidiu amenizar o clima, já que havia tocado em um assunto delicado:

— Cor favorita?

— Preto. E a sua? — antes do Lim responder, Kihyun disse, em meio a risos — se você disser que no momento sua cor favorita é roxo, vou te coroar como rei do clichê.

— Droga, era exatamente isso que eu ia fazer — Changkyun fez um bico com os lábios, fingindo estar emburrado. Kihyun riu alto, o achando uma graça — eu gosto de branco.

— Comida favorita? — foi a vez de Kihyun questionar.

— Sushi. A sua?

— Frango empanado.

— Música favorita? — Changkyun indagou.

— Youngblood, do 5sos. Você?

— Swim, do Chase Atlantic.

Ficaram trocando informações aleatórias por quase uma hora, até que Changkyun perguntou:

— Quer ir em um lugar comigo depois daqui?

[ 🎠 .*+ ]

gostaria de dizer que estou plotando outra fic changki rs, acho que vocês vão gostar dela 👁

THIS IS WHY WE CAN'T HAVE NICE THINGS 「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora