Analiso a situação, talvez aquela seria uma oportunidade de amenizar a situação, peço um momento a Dulce e pauso a chamada.
— olá... - o que eu estava fazendo? Ele tira um fone do ouvido e me olha confuso — é... bem... Hoje é aniversário da Dulce e... - mas que droga estou gaguejando demais, ele pausa o vídeo e retira o outro fone.
— vou ligar a luz - ele se levanta da cama e acende a luz do quarto, entrego o celular a ele que retorna com a chamada, só consigo ouvir o grito da Dulce, fico feliz ao ver ela tão feliz e a expressão facial do Alfonso se suavizando.
Após alguns segundos de nós dois rindo das loucuras da Dulce, os meninos invadem o quarto onde ela estava e começaram uma briga pelo celular, o Alfonso me entrega o aparelho e volta a se deitar na cama, apago a luz do quarto e retorno a sacada, não quero que o Christopher veja que estou no quarto com outro homem.
E o que já esperava aconteceu o Christopher pegou o celular e conversamos um pouco, ele estava muito animado com o aniversário da Dulce. Me despeço dele e desligo a chamada, me deito na cama devagar, pois parecia que o Alfonso estava dormindo e não queria acordá-lo, mas assim que me deito ele se vira para mim, posicionando o seu rosto próximo ao meu.
Sentir um frio no estômago, ele nunca esteve assim tão próximo a mim e mesmo a luz fraca consigo ver o seu rosto.
— conversou com a Angelique? - ele pergunta fechando os olhos e os abrindo devagar, eu não conseguia tirar os meus olhos do rosto dele.
— sim, foi difícil ouvir que fui usada, a vontade foi de socar a cara dela - ele sorri fraco.
— não consigo imaginar você batendo em alguém, você é tão meiga - diz fazendo um carinho na minha bochecha, engulo o seco sentindo um frio no estômago aumentar e o meu rosto queimar.
— acho... Que... - merda estou gaguejando de novo — é melhor eu ir dormir - digo virando de costas para ele, o que estava acontecendo comigo?
— se vamos ter que fazer isso - ele continua e eu fecho os olhos torcendo para ele calar a boca, a voz dele rouca de sono não estava me ajudando a controlar tudo que estava sentindo.
— vamos fazer como amigos, não precisamos tornar isso pior do que já é... Annie? - me mantenho parada de olhos fechados, sinto ele se movimentar na cama — boa noite - diz depositando um beijo no alto da minha cabeça e meu corpo se encolhe como resposta ao ato dele, estou com raiva por está agindo assim.
Não consigo entender o motivo de está sentindo tudo isso, deve ser pela proximidade dele neste momento em que estou abalada por tudo o que está acontecendo. Somos amigos, vamos passar por isso como amigos e quando tudo acabar estarei com o Christopher e ele com a Cláudia.
Dois meses se passaram desde a nossa viagem à Santos, o natal se aproximava e o ano estava acabando anunciando o próximo ano estava chegando, um ano que seria ainda pior que este pois seria ano de eleições. Estava me dividindo entre o hospital, estudar para as palestras que integravam os estagiários do hospital, estudar para os casos dos pacientes e ainda os eventos políticos.
Observo a Angelique arrastando uma caixa enorme pela casa e a Fernanda logo atrás dela com outra, eu não tinha esquecido, mas quero paz onde vivo e o clima tinha amenizado, mesmo com ela e o Alfonso ainda se estranhando as vezes.
— eu vou matar o Poncho, ele sabia que hoje é o dia de decorar a casa e o que ele faz? Some! - ela abre a caixa tirando os enfeites natalinos de dentro e a caixa que a Fernanda carregava tinha uma árvore artificial.
— ano passado ele fez a mesma coisa, não sei como se surpreende - Fernanda diz puxando outra parte da árvore da caixa.
— eu posso ajudar? - as duas me encaram sorrindo, chegou a ser macabro — sem essas expressões psicopatas por favor - elas caíram na gargalhada o que me fez relaxar.
Começamos a decorar a casa, o natal é a época que mais amo no ano, todo mundo se une e comem juntos esquecendo todos os problemas diários. Eu não poderia voltar a para casa teria que ir ao hospital no dia 24 e 26, não tinha chances de viajar, então como iria ficar aqui não custava nada ajudar até por que estou juntando o útil ao agradável.
A tarde estava chegando ao fim e ainda faltava algumas coisas para decorar e estávamos no meio da árvore quando o Alfonso chegou, a Angelique jogou um boneco de neve pequeno de gesso nele, o mesmo bateu na parede e quebrou.
— está maluca? - ele protesta fechando a porta — se isto me acertasse estaria à caminho da UTI - não pude resisti e rir baixinho da situação, ela levantou do chão e o socou na barriga.
— todo o ano você foge do dia da decoração - ele se encolhe como se o soco dela tivesse realmente doído — se sumir no dia da ceia igual ao ano passado aí sim você vai parar na UTI - ela volta e se senta aos pés da árvore novamente.
— quanto drama para um dia qualquer - nós três o encaramos, franzi o cenho o fuzilando com os olhos — digo um dia super especial que comemos peru e panetone - diz sorrindo forçado se retirando da sala.
— se não voltar para ajudar eu derrubo a porta do seu quarto e coloco fogo em tudo aí dentro! - a Angelique grita e ele aparece no corredor sem camisa, era a primeira vez que o via assim, desviei logo o olhar para os enfeites que tinha em mãos.
— eu posso tomar um banho? E pare de me ameaçar ou eu corto o seu cabelo quando estiver dormindo! - ele se retira da sala e solto um suspiro de alívio.
— amor acho que alguém aqui ficou vermelha ao ver o Alfonso sem camisa - Fernanda comenta colocando uma bola dourada na árvore, arregalo os olhos.
— que? - era para ficar calada Anahí! Isto só fez piorar ainda mais a minha situação, pois as duas me olhavam e sorriam maquiavelicamente — não, não, não eu só fiquei com vergonha.
— vergonha... Uhum... Sei - Angelique comenta rindo, estou realmente assustada, as duas estavam parecendo crianças quando iriam aprontar alguma coisa.
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Oasis [Ponny]
FanfictionApós concluir a graduação em fisioterapia, Anahí se muda para a cidade de São Paulo para cursar residência em neurologia num hospital público. Tendo que morar numa residência com mais três pessoas, se ver presa numa grande trama política tornando-s...