Dezessete

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Abraço a minha amiga forte e percebo o quanto sentia saudade do seu abraço, Christopher se aproxima sorrindo com uma mochila nas costas e uma sacola rosa nas mãos, ela grita segurando o meu rosto e eu grito de volta segurando o rosto dela.

Ela se afasta e eu abraço o Christopher que surpreendente me dá um selinho rápido ao nos afastarmos, ele não gostava de fazer isso em público, quando me volto minha atenção para a Dulce e o Christopher, ele estava olhando para o lado.

— gente este é o Alfonso o irmão da Angelique - Dulce estava completamente tímida, quando o Alfonso a beijou no rosto parecia que estava paralisada, ao cumprimentar o Christopher apenas apertam aos mãos rapidamente — então... vamos - digo e o Alfonso vai andando na frente, o Christopher segura em minha mão esquerda e a Dulce agarra o meu braço direito.

— Annie me abana que estou passando mal olhando para esta bunda em movimento - ela estava olhando fixamente para a bunda do Alfonso, ele nem tinha muita a bermuda ainda ficava um pouco folgada atrás e me xingo mentalmente por está analisando a bunda dele estando segurando a mão do meu namorado.

Chegamos ao estacionamento e a Dulce aperta o meu braço, eu entendi o que ela queria dizer, ela não queria ir na frente, mesmo sendo uma pervertida, quando chegava perto dos homens travava, mesmo a contra gosto do Christopher fui na frente e ela sorriu aliviada para mim ao colocar o cinto de segurança.

— a república fica muito longe daqui? - o Christopher pergunta e o Alfonso larga um 'que?' alto até demais, o olho séria e ele liga o carro.

— mais ou menos uns quarenta minutos, depende do trânsito - ele concorda com a cabeça, respiro aliviada ao ver que o trânsito não estava tão travado como foi na ida para o aeroporto, quando chegamos em casa a Angelique estava com a Fernanda na cozinha.

— olha se não é o meu shipp - Angelique fala alto ao nos ver, engulo o seco e o Christopher entra logo atrás de mim, com toda certeza do mundo ele ouviu, Alfonso nega levemente com a cabeça e ela arregala os olhos — na TV, shipp maravilhoso - nos viramos para a TV que estava num canal de notícias com dois âncoras de meia idade na bancada.

— irmãzinha pare de agir como louca - Alfonso retira os óculos e sorri forçado para ela, que mordeu o pão dando uma piscadela para ele.

— Angelique este é o meu namorado o Christopher e essa é a minha amiga Dulce - ela dá um tchauzinho e a Fernanda que estava na pia se vira para o balcão — esta é a Fernanda - ela sorri para eles e o Christopher sorri mais abertamente.

— ela é sua namorada? - pergunta olhando para o Alfonso, que sorri torto, aquela situação estava ficando muito estranha.

— não, ela é a namorada da Angelique - o sorriso morre nos lábios do Christopher, precisava amenizar aquela situação desconfortável com urgência.

— vamos conhecer a casa? - ele concorda e a Dulce sorri para mim, caminho com eles e apresento os cômodos (exceto os quartos dos demais que me limitei à porta) encerrando no meu quarto, Dulce se senta em minha cama e o Christopher me abraça por trás, ele estava agindo de forma estranha — vão ficar quantos dias? - pergunto sorrindo para que não interpretassem como se eu já estivesse os expulsando.

— três, vamos embora no domingo - Christopher diz me abraçando ainda mais forte — não estávamos mais suportando a saudade de você - sorrio fraco, noto a Dulce mudar subitamente de postura, indicando a presença de uma quarta pessoa no quarto.

— Annie tenho dois sacos de dormir, acho que eles podem usar como colchonetes, agora segundo as políticas da república - do que ele estava falando? — homens não podem dormir no mesmo quarto das mulheres, então o seu namorado terá que dormir em meu quarto - o encaro e levanto as sobrancelhas ele repete o gesto — algum problema? - eu poderia sentir a tonelada de sarcasmos incluídos nesta última frase.

— não, é bom saber que a minha namorada está num ambiente sério - Christopher pega a mochila dele do chão e segue o Alfonso até o quarto dele, assim que saíram a Dulce fecha a porta do quarto e a tranca, gemi e me joguei na cama, sabia o que me esperava.

— abre o jogo logo sua piranha, senti um climão entre você e o pecado que anda e respira - coloquei um travesseiro no rosto, mas ela o arranca — Annie eu te conheço, você está traindo o Christopher com ele?

— Não! - digo me sentando rapidamente na cama, mas paro para pensar e sinto a culpa pesar em minha consciência — talvez... bem... foi apenas um... - ela me encara ansiosa — beijo - ela bate com o tavesseiro no meu rosto me derrubando na cama.

— e você pretendia me contar quando sua piranha? - diz batendo mais em mim até que para com o travesseiro contra o meu tórax — ele beija bem? - sinto o meu rosto queimar e concordo com a cabeça — sua vaca sortuda - ela volta a me bater com o travesseiro e não consigo controlar os risos, porém alguém batia à porta.

O Christopher nos encara confuso, estávamos descabeladas e eufóricas de tanto rir, ele nega com a cabeça entrando no quarto.

— o que vocês estão aprontando? - pergunta se sentando na cama com um sorriso pouco afetado.

— nada, aconteceu alguma coisa? - pergunto me sentando ao lado dele e a Dulce sai do quarto com a desculpa que iria ao banheiro e fecha a porta — eu te conheço, vamos fala o que aconteceu - ele me beija, seus lábios estavam desesperados como se esperasse por aquilo há muito tempo e estranhamente não consigo o corresponder como deveria.

— isso aconteceu - ele diz se afastando ficando de pé em minha frente — você mudou muito, está me evitando desde o aeroporto, me diz, é por causa daquele cara? - sinto como se o meu coração estivesse diminuindo no peito — eu notei a forma como ele olha para você e pior como você olha para ele - abaixo a cabeça e sentindo a minha garganta fechar — vocês dormiram juntos? - sabia o que ele estava querendo dizer, levanto a cabeça devagar o olhando nos olhos.

— não transamos, se é isto que quer dizer - ele me abraça — você sabe muito bem que não seria capaz de fazer isto - ele concorda com a cabeça me abraçando mais forte, eu realmente não seria capaz de transar com ninguém estando namorando, mas a minha consciência estava me destruindo, afinal eu o trair não só no momento em que beijei o Alfonso, mas também todas as vezes que fiquei balançada por ele.

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