— quando soube da sua existência fiquei um pouco desconfiado, mas obtive boas informações a seu respeito e me sentir na obrigação de fazer uma caridade - caridade? Aquilo estava ficando muito estranho — o seu financiamento estudantil foi quitado, me agradeça.
Eu estava confusa, como aquele homem que eu nunca vi na vida sabe sobre isto e pior ter quitado? Busco apoio entre as meninas mas nada e o Alfonso aparentava está tão confuso quanto eu.
— é... Não quero parecer ingrata, mas... Por que o senhor fez isso? - ele sorriu e colocou o cigarro na boca novamente e soprou a fumaça.
— o motivo é muito simples senhorita Portilla, não quero aquela mulher manchando a imagem desta família e esta será a sua forma de pagamento, afastar a imagem daquela mulher do meu filho e consequentemente de mim, afinal nada na vida é de graça - eu não estava entendendo o que eu tenho haver com a Cláudia.
— me desculpe mas não estou entendendo onde o senhor quer chegar - ele se levantou e caminhou até a mim com um olhar nada convidativo.
— esperava mais da senhorita depois de tantas propagandas, mas estou acostumado a situações assim - ele entrega o cigarro a Fernanda que sai da sala, provavelmente foi jogar no lixo — embora a senhorita esteja bem longe de algo que buscava ao meu filho, foi a única opção que chegou a mim no tempo que precisava para desvincular o nome dele daquela criatura.
— pai não sei onde está querendo chegar, mas a Aniia não tem nada haver com o meu relacionamento com a Cláudia e muito menos com a sua candidatura - voltei rapidamente a minha atenção ao Alfonso e ele estava tão confuso quanto eu.
— serei mais direto então, não quero a minha imagem vinculada a aquela mulher, então nada melhor você ter outra pessoa para pelo menos segurar a mídia - engulo o seco entendendo o que aquilo queria dizer.
— senhor eu não estou interessada em ser "namorada" do seu filho então acho que isto é um engano - ele se limitou a rir de mim.
— não há enganos, mas caso não queira colaborar posso suspender o pagamento e a senhorita terá que pagar o valor total da dívida de uma única vez, porém sinto que não tenha dinheiro para tal e seria muito lamentável ter o diploma caçado por um motivo tolo.
O chão estava literalmente se abrindo aos meus pés, como eu vim parar nesta situação? Em meio a tantas garotas por que justo eu? Odiava mentiras com todas as forças e agora terei que mentir para milhões de pessoas.
— pai o senhor não pode brincar assim com as pessoas, a Annie não veio para São Paulo para se meter em política - o Alfonso alterou seu tom de voz e pude sentir a incerteza no final da frase, será que ele estava pensando que eu sabia daquilo? A Angelique chorava de cabeça baixa e a Fernanda não havia retornado à sala, eu no lugar dela também não retornaria.
— não só posso como fiz, agora pare de agir como uma criança mimada de cinco anos e passe a agir como homem, a sua família depende disto - ele bufou em resposta e saiu da sala, ao fechar a porta do quarto me sobressaltei com o barulho — foi muito interessante fazer negócios com a senhorita, meu assessor irá entrar em contato para as assinaturas do termo de confidencialidade - e assim ele se retirou, eu não conseguia raciocinar direito parecia que o meu cérebro tinha bugado, ainda não tinha assimilado tudo o que havia acontecido ali.
O silêncio tomou conta da sala sendo interceptado entre os soluços da Angelique, ela ainda chorava e eu queria muito conseguir fazer o mesmo mas estava em estado de choque.
— me desculpe - foi a única coisa que ela disse ao sair da sala e me deixar só completamente confusa, quando conseguir mover meus pés fui para o quarto e abrir meu notebook e pesquisei sobre a família Herrera, logo veio um vídeo da Cláudia em meio a um monte de pessoas com um cartaz na mão e gritando que o Enrique Herrera era corrupto.
Mais tarde o assessor do senhor Enrique chegou e nos entregou uma papelada, na qual estava descrito os termos de confidencialidade do nosso "relacionamento", não poderíamos comentar com ninguém que tudo aquilo não passava de uma fachada.
Como iria explicar ao Christopher que tudo aquilo não passava de mentiras? E com a situação de ontem acredito que ele não iria entender tão facilmente, afinal eu ainda estou sem entender como me coloquei nesta situação.
Até que uma cláusula me chama atenção: Nenhuma das partes deverá ter relacionamentos extraconjugais durante o período determinado neste documento.
— como assim não poderei me relacionar com o meu próprio namorado? - aquele documento estava absurdo demais, ainda temia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo de verdade, enquanto o Alfonso se limitava a soltar alguns suspiros pesados.
— acredite isto é mais para mim que pra você - ele parecia um cachorro abandonado de tão desolado que estava.
Eram tantas cláusulas naquele documento uma mais absurda que a outra, entre elas estavam não se expor na mídia e não exibir o corpo na internet, aquele cara estava pensando que eu era uma pervertida?
— eu não posso assinar isto, como vou explicar para as pessoas que estou namorando você no dia para noite, sem falar nas minhas redes sociais - o Alfonso abriu a boca para falar algo, mas o senhor a nossa frente o interrompeu.
— a sua conta no facebook foi desativada e o instagram passou por uma pequena reforma para evitar tais problemas - como assim? Quando eles tiveram acesso as minhas contas? Eu estava perto de ter um ataque de nervos.
— acredito que as minhas também tenham passado por isso - o senhor volta a sua atenção ao Alfonso e concorda o fazendo fechar os olhos por alguns segundos e engolir o seco.
— só avise ao meu pai que existe algo chamado privacidade e que desta vez vai ter volta - assinando o papel que estava com ele, pegou o das minhas mãos e assinou se retirando da mesa na qual mais cedo estávamos tomando café da manhã.
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Oasis [Ponny]
FanfictionApós concluir a graduação em fisioterapia, Anahí se muda para a cidade de São Paulo para cursar residência em neurologia num hospital público. Tendo que morar numa residência com mais três pessoas, se ver presa numa grande trama política tornando-s...