Trinta e Três

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- Alfonso -

Estava me sentindo sufocado dentro daquele carro, detesto ter que ir a algum lugar de motorista, não vejo necessidade para tal, mas meu pai fez questão, afrouxo um pouco a gravata enquanto observo a Anahí com o rosto praticamente grudado na janela do carro, estava toda encolhida na extremidade do banco, evitando qualquer contato comigo e aquilo estava me matando.

Descemos do carro e ofereço o braço esquerdo a ela que o pega meio relutante.

— sei que está sendo difícil, mas prometemos passar por isso juntos - me inclino e digo bem próximo a orelha direita dela que se limita apenas a concordar com a cabeça.

Sua mão estava tremendo em meu braço, mas temo comentar algo e a deixar mais nervosa, apenas aceno com a cabeça para alguns poucos jornalistas que estavam no local caminhando sem parar até a enorme casa onde estava havendo o evento.

Ao adentrar ao local, me sento a mesa com meus pais, Angelique e Nanda, evitava ao máximo olhar para a Anahí enquanto ocorria o evento, quando estavam passando um vídeo sobre as crianças das favelas do Rio sinto o meu celular tocar, não reconheci o número então me retirei da mesa e fui até o corredor que dava acesso a cozinha para atender.

—  parece que as coisas esfriaram no seu delírio não é mesmo? - era só o que me faltava a Cláudia — pode desligar se quiser, eu só queria te encontrar sozinho - desligo a ligação, mas ela estava logo atrás de mim com um sorriso dançando nos lábios.

— não posso demorar, fala logo o que quer - ela segura a minha gravata, mas tiro a mão dela, o que a fez rir baixinho e se encostar na parede.

— você nunca achou estranho a forma que a Anahí se aproximou da sua irmã, da sua família e de você? Sendo que são uma família que já esteve tantas vezes em noticiários e ela nem sequer saber da existência de vocês? - franzi o cenho.

— fala logo onde quer chegar! - ela sorri torto e nega com a cabeça.

— tão ingênuo, você diz que eu queria destruir a sua família por falar algumas verdades sobre o seu pai na tv, mas pelo menos você sabe quem eu sou, com quem está lidando, já a Anahí, tsc, tsc, fez você brigar com a sua irmã, seu pai e agora sua mãe?

— como sabe de tudo isso? - ela dar de ombros e se aproxima envolvendo os seus braços em meu pescoço.

— ela quem vai destruir a sua família Alfonso, quem te ama sou eu e não importa como eu sei das coisas já que nascemos um para o outro, então é algo natural.

— nada entre nós é natural Cláudia, o nosso relacionamento foi o mais tóxico que já tive na vida - sinto seu rosto se aproximar do meu.

— mas você gostava, não gostava? Você sempre disse que eu era o seu escape, você sempre gostou de tocar meu corpo para relaxar e pelo o que vejo está precisando muito do seu escape neste momento.

Fecho os olhos quando sinto os seus lábios tocarem os meus, por mais que todo o meu corpo soubesse o quanto era errado, mas não conseguia me afastar dela e a beijei, mas o arrependimento veio logo que abrir os olhos e me afastei dela, a Angelique e a Anahí estavam no corredor.

— eu disse que ele sempre volta para mim - a Cláudia disse com um sorriso triunfante nos lábios ao passar entre a Anahí, ver a decepção estampada nos olhos dela me fez me sentir pior, eu queria me desculpar, queria a abraçar, mas me limito a passar por ela em silêncio e voltar para mesa.

Nós não estávamos mais juntos, já tinha muitos problemas na minha cabeça, talvez o meu relacionamento com a Cláudia não tenho sido tão problemático quanto a possibilidade de ter algo com a Anahí e a implicância do meu pai me fez ver.

Mas não posso simplesmente voltar com a Cláudia apenas para sufocar o que sinto pela Anahí, este não sou eu, pois assim todos os três iríamos sair muito machucados, a Cláudia é uma cobra, mas nem ela merece isso.

Quando a Anahí volta a mesa recebo uma mensagem da Angelique pedindo para eu ir até o jardim, respiro fundo, já sinto o peso da lição de moral chegando. Me levanto relutante e a encontro na porta lateral sendo recebido por tapas.

— para! - seguro firme as mãos dela que me olha erguendo as sobrancelhas e a solto.

— que ceninha ridícula foi aquela Alfonso? Nem esperou o lugar esfriar e já enfiou a Cláudia, você está realmente se esforçando para perder a Anahí - bufo e me sento no banco de madeira, mas ele continua de pé me fuzilando com os olhos.

— ela escolheu terminar comigo, e minha querida irmã não vi esta sua "moralidade" toda quando terminei com a Cláudia para ficar com a Anahí - ela rolou com os olhos.

— o seu relacionamento com a Cláudia só faltava ter um selo de frágil de tão explosivo que era, eu te vi diferente com a Anahí, você participou do natal, dormiu em casa em pleno ano novo, foi para eventos que antes fazia o maior drama e sempre ia embora após dez minutos - nego com a cabeça.

— grandes recompensas recebi por isso - sorrio torto e recebo um tapa na cabeça e ela se senta ao meu lado.

— você não é um escoteiro para ganhar uma estrelinha por cada ação Alfonso, só te peço que não se feche novamente e faça coisas para afastar a Anahí de você, pois vejo que você é quem vai sair ferido nisto tudo.

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Olá, quanto tempo né? Ufa finalmente voltei e tentarei compensar por todo este tempo que fiquei sem postar.
Milhões e desculpas por este incoveniente 😘

Oasis [Ponny]Onde histórias criam vida. Descubra agora