- Anahí -
Eu estou ficando com trauma de eventos de caridade, o Alfonso saiu da mesa e a mãe dele não parava de falar, a raiva já estava fechando a minha garganta, me levanto para ir procurar por ele para ela me deixar em paz e a Angelique me acompanha, mas quando o encontro ele estava com a Cláudia.
Após a Cláudia sair despejando o seu veneno ele passou por mim sem dizer uma palavra e aquilo me machucou ainda mais do que ver eles se beijando, é como se tivéssemos retornado ao aeroporto no dia da minha chegada, ele estava frio e distante.
— você está bem? - a Angelique me olhava com uma confusão nítida no olhar e engulo tudo o que estava me sufocando.
— estou bem, vou voltar para a mesa antes que seus pais surtem - mas quando retorno a mesa alguns minutos depois ele sai e retorna depois com a Angelique.
Logo após alguns discursos se iniciou o jantar e meu apetite estava nulo. O pai dele comenta algumas coisas sobre as doações que fez para ajudar no projeto, mas não me atento a isto e coloco toda a minha atenção no prato, mesmo comendo pouquíssimo.
Ao terminar o evento entramos no carro e o silêncio foi absoluto, estava prestes a ter um surto com aquela situação e quando chegamos ao apartamento ele tira a gravata e coloca as chaves na mesa.
— podemos conversar? - ele me olha e sorri fraco.
— agora você quer conversar? Eu sou alguma espécie de troféu entre você e a Cláudia? - nego com a cabeça e engulo o seco.
— talvez para ela você seja e parece que você gosta de ser o brinquedinho dela, já que basta ela estalar os dedos que você vai correndo - me xingo internamente, eu tinha terminado com ele, eu tinha colocado um ponto final na nossa história e agora estava agindo feito uma idiota.
— talvez se você não tivesse terminado comigo eu não teria beijado ela, boa noite Annie - abro a boca incrédula quando ele passa por mim, mas antes que ele chegue ao quarto não consigo segurar a raiva.
— será mesmo Alfonso? - eu sabia que deveria parar ali, mas não consigo me controlar — ou será que este tempo todo você só estava esperando uma oportunidade para voltar com ela, isso se não estava com ela enquanto a palhaça aqui largou um relacionamento estável por você.
— você chama aquilo de relacionamento estável? - ele voltou para a sala com um sorriso torto nos lábios — se fosse estável não teria acabado e só acabou por ele ter nos visto juntos, pois se dependesse de você falar algo acredito que até hoje quem estaria fazendo papel de palhaço seria eu!
Sinto o meu corpo tremer por ele levantar o tom de voz e ele passou a mão direita no cabelo e soltou um suspiro pesado.
— me desculpa por gritar por você, mas me responda Anahí, você iria falar para o seu namoradinho se ele não tivesse visto nada? - eu hesitei, a forma como ele falava não lembrava em nada o Alfonso que havia me apaixonado — seu silêncio já é uma resposta.
— não! Eu iria falar com ele no sábado, mas surgiu o evento e não deu tempo e ele acabou descobrindo daquela forma, mas a conversa aqui não é o Christopher e sim você - ele me encara com um olhar gélido, mas não me intimido — não reconheço o homem que está a minha frente, você não confiou em mim quando mais precisei que confiasse, se enfiou nos braços da Cláudia e agora está agindo feito um ogro.
— lamento informar querida, mas este sou eu - sinto minha garganta fechar e quando ele entra no quarto e bate a porta as lágrimas caiem.
A minha sanidade mental estava indo para o espaço com o comportamento dele e quando a Angelique chegou com a Fernanda ainda estava no sofá da sala, desolada.
— Annie o que houve? - se ele falasse qualquer palavra iria desabar novamente, apenas nego com a cabeça e vou para o quarto.
Na manhã seguinte estava cansada e agradeço por estar de folga, nunca tinha desejado tanto, mas não iria ficar em casa. Não quero encontrar o Alfonso, a Maite estaria de plantão hoje então resolvi ir ao cinema sozinha, assisto a um bom filme, tomo um sorvete enorme, compro um livro novo, algumas coisinhas que estava precisando e quando finalmente entro em casa já passavam das 22hrs.
— Annie! - a Angelique veio correndo até mim saltitando — meu pai acabou de falar comigo e o compromisso de três dias que tinha em Santos na próxima semana foi cancelado, mas como você já está com as folgas garantidas e eu também, podemos ir e ficar lá, finalmente uma viagem sem compromissos envolvidos, vamos?
Meu corpo entrou numa luta interna, os olhos dela estavam brilhando de tamanha felicidade, não poderia estragar a felicidade dela e também não poderia falar "só irei se o Alfonso não for" seria ridículo, mesmo sendo tentador, não poderia estragar a felicidade dela.
— está bem - ela me abraça e sai falando de tudo que poderíamos fazer tendo a casa sem os pais, me limito a concordar quando ela me perguntava algo, mesmo sem nem saber do que se tratava.
— Anahí se eu arrancar o seu braço e colocar um mecânico tudo bem? - concordo com a cabeça... Mas que? — você nem está me ouvindo!
— estou sim, é que não esperava algo absurdo assim de uma hora para a outra - ela me fuzila com o olhar, mas logo começa a tagalerar, o Alfonso chega e ela corre até ele saltitando e começa a falar sobre a viagem, não nego que estou torcendo internamente para ele dizer que não vai.
— a Anahí vai? - que? Como ele teve coragem de perguntar aquilo? A Angelique responde que irei e ele sorri torto — então irei - o fuzilo com o olhar e ele ergue as sobrancelhas e vai para o quarto, eu irei cometer um crime de ódio durante esta viagem.
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Que comecem os xingamentos, boa noite 🥰

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Oasis [Ponny]
FanfictionApós concluir a graduação em fisioterapia, Anahí se muda para a cidade de São Paulo para cursar residência em neurologia num hospital público. Tendo que morar numa residência com mais três pessoas, se ver presa numa grande trama política tornando-s...