05 - A família não é tão ruim assim!

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Respirei fundo aquele ar sem qualquer tipo de poluição, ou pelo menos uma poluição não tão nítida quanto a do centro de Londres e abri a porta do carro sem pressa. Balancei a cabeça em negação e puta que pariu, minhas mãos suavam pra caramba!

Saí do automóvel e fui até o porta malas, puxando minhas coisas de lá com um pesar que esmagava meu coração...

Sim, eu havia aceitado a ideia insana de vir morar na casa dos ruivos.

Não foi uma ideia que partiu de mim, obviamente, e minha Mãe teve que me convencer com argumentos e insistência massante e isso levou algumas semanas... Posso dizer que dei trabalho. Também não é como se isso fosse algo fácil a se conseguir. Deus, eu me sentia uma mercadoria, um carro com direito a teste in drive. Estava em uma situação que não desejo a meu pior inimigo, mesmo que ele seja do tipo que joga lixo na rua, maltrata animais e afins.

Aceitei porque depois que processei, a ideia fazia algum sentido, mesmo que eu precise admitir isso a contragosto. Eu vou morar nesta casa dentro de alguns meses, conviver com essas pessoas por possivelmente a minha vida inteira, pode ser melhor eu já saber o terreno que vou pisar, ainda que eu quisesse retardar isso o máximo possível e imaginável, sabia que no fim das contas eu acabaria aqui de qualquer forma, então que eu conheça o inferno de uma vez!

Respirando fundo, e buscando aquela mulher corajosa que dizem que sou, comecei a andar até a porta da casa.

Era um belo dia de sol, e o terreno da Red House era ainda mais encantador durante o dia, com os raios de luz surgindo por entre as copas das grandes árvores que rodeavam toda aquela majestosa construção. Seria lindo, se eu não me sentisse melancólica o suficiente para querer sair dali chorando e gritando pela mamãe. Outro suspiro e eu ergui minhas mãos ligeiramente trêmulas para tocar a campainha.

Cada segundo de espera parecia se adequar com as batidas desreguladas do meu coração, e sei que isso parece bem "blé" de se dizer, mas eu me sentia dessa forma. 

Finalmente a porta se abriu, e uma senhora que eu não me recordava apareceu diante de meus olhos. Ela me deu um sorriso simpático, seus olhos castanhos escuros me analisaram enquanto ela me dava passagem para a Mansão. Ela não perguntou quem eu era, provavelmente já estava avisada sobre a minha chegada, mas ela não foi capaz de esconder suas feições, não totalmente. Eu podia ver que aquela situação não a agradava nem um pouco, como se fosse desrespeitoso minha presença naquela casa. Dei um meio sorriso nervoso, e finalmente adentrei. 

Como da última vez, a casa continuava com sua aparência impecável e luxuosa, fazendo-me quase abrir a boca em minha estúpida admiração.

— Srta Granger, me chamo Minerva, sou a governanta desta casa há mais de vinte anos. — ela começou, possuía uma postura rígida e seu tom de voz era forte e bem treinado. — Estou a sua disposição. — finalizou, me dando um quase sorriso, e vi sua empatia por mim enfim aparecer.

Sorri abertamente para ela, tentando quebrar o gelo. Seria bom ter alguém pra conversar, e ela me parecia uma excelente opção, mesmo que tivesse aquele olhar duro para mim.

Perdida em meus pensamentos, quase não ouvi quando a Sra Weasley apareceu na sala. Ela ainda trajava seu robe, um verde-abacate cheio de plumas e tinha uma máscara preta na cara. A matriarca ruiva se aproximou, me puxando fortemente para um abraço, sujando toda a manga da minha blusa com sua máscara de lama.

— Eu fiquei tão feliz quando sua Mãe me disse que havia te convencido, querida. — ela disse, quando me largou, empurrando-me para trás, para sentar-me no sofá. — Sei que as coisas foram meio estranhas no começo, mas aqui em casa, você e Ron poderão se conhecer melhor. — ela disse empolgada. — Ele é um bom menino, só está tão assustado nisso quanto você. — tentou defender.

O Primo do Noivo - Dramione.Onde histórias criam vida. Descubra agora