My Little Omega: Príncipe Da Lua [CONCLUÍDO/ EM REVISÃO]

18.1:[Gladiador]

ARIEL MURPHY

[14/01/2019- segunda-feira]

Aqueles lábios. Os lábios de Tera Marshall. Os lábios do capitão de equipa, o Alpha mais forte. Aqueles lábios que nunca pensei que alguma vez estariam juntos aos meus, hoje, estavam.

"Amo-te. Amo-te. Amo-te." Ele repetiu entre os beijos urgentes, enquanto me encostou a um dos espelhos da casa de banho da escola. Nem tive tempo para processar o que estava a acontecer, que, quando pus os pés dentro do compartimento, já o senti levantar-me e posicionar-se entre as minhas pernas.

"Tera..." Sussurrei, ao senti-lo molhar o meu pescoço.

"Hm?"

"O autocarro..." Alertei-o tendo em conta as horas.

"Eles esperam pelo capitão e pelo guarda-redes..." Mordeu-me. Apertei os seus cabelos e encostei a minha cabeça no espelho. Talvez esperassem por nós, ou talvez partissem para uma viagem de 17 horas até a outra cidade onde iriamos jogar.

"Isso mesmo, puto." Ouvimos de longe alguém gritar ao pé da porta.

Não sei como, nem sabia se era possível, mas, antes do rapaz entrar, nós descolamo-nos e o Tera entrou dentro de uns cubículos, deixando-me sozinho, perplexo com a rapidez que o rapaz conseguiu manter o nosso segredo.

Foi eu que lhe pedira para omitirmos a relação para todos, até para os seus pais. Não queria que ninguém soubesse, com medo de que, ao caso de saberem, nos...me julgassem. Afinal, foi o que acontecera com a antiga escola que frequentei. Quando todos descobriram por causa de um beijo inocente, olharam-me de lado, até mesmo aqueles que achava que nunca me iriam trair. Desde daí, tento manter a minha sexualidade um segredo ao máximo. Tera não gostou muito bem da minha proposta pois queria mostra a todos que eu era só dele, mas acabou por entender e aceitá-la. Já, o Max...haha...o Max quase explodiu de alegria quando, sem sequer, o Tera contou.

Ao ver o rapaz entrar na cabine ao lado onde estava o Tera, saí da casa de banho e direcionei-me até aos meus companheiros de equipa e a claque. O Sol ainda não tinha clareado o dia, o que deixava um semblante azul escuro na pouca neve que havia fora.

Puxei o feixo do casaco recém-comprado até ao pescoço e pus as mãos dentro dos bolsos.

"Quem não vem é só o Max?" O Treinador perguntou ao lado da enfermeira que também iria connosco.

Estava feliz pelo Max. Finalmente concretizou um dos seus objetivos mais profundos e fez a redução mamária. Agora, estava em pós-operação e tinha de ficar em repouso alguns dias. Tenho a certeza de, quando ele chegar à escola, não virá com nada em cima do peito, para mostrar o orgulho que tinha por si.

"Bu." Não precisava de fitar o rosto da pessoa que já sabia quem soprara na minha nuca: Tera Marshall.

"Finalmente, Tera! Como eu estava a dizer: sabendo que a viagem demora quase um dia, quando chegarmos a Freya, teremos um hotel à nossa espera, onde iremos jantar e dormir. No dia a seguir, para avisar já, é para acordar às horas habituais, para termos o jogo no fim da tarde. Depois têm tempo de tomar banho e jantarem para depois partimos. Chegamos na manhã do dia a seguir. Entenderam?" Ele lia o papel com os seus rabiscos.

"Não!" Responderam todos em coro.

"'Bora." Entramos dentro do autocarro.

Como eu e o Tera fomos os últimos a entrar no autocarro, escolhemos um lugar de dois, longe de todos. Sentei-me primeiro, ficando ao pé da janela. Logo senti a perna do Tera prender as minhas e o sorriso dele fitar-me os olhos. Não liguei muito ao seu olhar, estava mais concentrado na música que iria ouvir para o começo e no livro que tinha dentro da mochila.