15:[Princesa de Atlântica]- Parte 2

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[1/12/2018- Sábado]

TERA MARSHALL

Splash.

Senti toda a água da piscina percorrer todos os centímetros da minha pele. Nadei até ao fundo e, em braçadas rápidas, subi para poder respirar. Quando procurei o Ariel com o olhar, vi o quão molhado ele estava. "Era preciso me encharcares?" Perguntou antes de se queixar na sua língua materna. Nadei até à borda –onde ele estava sentado- e pousei as minhas mãos nos seus joelhos despidos.

"Não queres mesmo entrar. Olha a temperatura da água." Passei a minha mão pelo seu pescoço, rindo-me, ao vê-lo arrepiar-se e rosnar em escocês. "Tão boa."

"Não voltes a fazê-lo!" Ele já me tinha explicado o porquê ele não querer entrar dentro de água, mas eu tentava levá-lo comigo. Sem efeitos. Ele é persistente. Em contra-ataque, empurrou-me para debaixo de água com a sua mão. Agarrei no seu pé e puxei-o também. "Não!!" Ele não teve tempo de reclamar, que a água já estava acima da sua cintura. Os seus calções negros do treino ficaram todos molhados e parte da sua sweater cinzenta, também. Ariel voltou a gritar em escocês.

"Estavas a jeito, desculpa."

A sua boca mexia, mas eu não entendia nada do que ele dizia. O ruivo parecia bem furioso comigo, já que estava todo vermelho e apontava para mim com o seu punho esquerdo. Sem o poder evitar, empurrou-me de novo para a água. E, de novo, puxei-o para baixo comigo, molhando-o, completamente.

"Tha e fuar" Sussurrou, cruzando os braços em volta do seu dorso. "Tha e fuar" Voltou-se e nadou até às escadas da piscina, onde saiu, rapidamente.

"Então?" Ele apenas olhou para mim, com as sobrancelhas franzidas e com a cara fechada, mostrou-me o seu dedo do meio. "Ariel!" Voltou a gritar comigo em escocês. Vou arranjar um tradutor para entender o que ele diz. "Sabes que eu não entendo nada que dizes?!"

"Ainda bem!!" Cerrou os punhos e pegou na minha toalha, secando o cabelo na mesma. "Olha para mim! Todo molhado!" Saí também da piscina e dirigi-me até ele. Fiquei tão perto dele, que percebi, de novo, o quanto as nossas alturas contrastavam. "Não te atrevas a tocar-me!" Avisou-me, com as suas sobrancelhas franzidas. Como amo ver este menino chateado. "Estou gelado, seu imbecile!" Sussurrou pondo o punho bem na frente do meu queixo.

Dentro de tantos nomes e de tantas exigências, consegui com que ele se enrolasse na minha toalha e que fosse para o meu quarto. Durante o caminho inteiro, ele não falou comigo, apenas resmungava para si, com o maxilar cerrado. Ao ouvir o click do fechar da porta do meu refúgio, Ariel pareceu-se acalmar um pouco. Já não tinha os ombros tensos nem tremia de ódio.

"Desculpa aquilo que te disse."

"E é que te deve um pedido de desculpas. Não devia ter-te atirado para a água." Na verdade, eu não o tinha respeitado. Um sentimento ligeiro de culpa encheu a minha mente, no momento em que vi o olhar baixo dele. "Disseste-me para não o fazer, mas fiz. E olha para ti, com as roupas molhadas, com frio." Não segurei o riso.

"Não te esqueças que hoje dormes debaixo do mesmo teto que eu." Empurrou-me pelo peito. "Vou me vingar, Marshall."

Ups.

🌑🌒🌓🌔🌕🌖🌗🌘🌑

Saí do chuveiro, enrolando a minha cintura na toalha, logo em seguida. Puxei o meu cabelo para trás, sem conseguir olhar-me no espelho devido à quantidade de vapor que se encontrava lá dentro. Com uma outra toalha, sequei o meu corpo e vesti o meu pijama – que não passava de umas calças de treino cinzentas e de uma t-shirt preta --. Com a barba feita e com um sorriso vitorioso nos lábios, saí da casa de banho do corredor, dirigindo-me, rapidamente, ao meu quarto, na esperança de ver o Ariel, também de pijama, deitado no meu tapete com os olhos enfiados no livro do Paul Lestrange.

My Little Omega: Príncipe Da Lua [CONCLUÍDO/ EM REVISÃO] Onde histórias criam vida. Descubra agora