1: [CSA]

1.2K 183 572
                                    

[12/11/2018- Segunda-feira]- Stan Lee, sempre irás ficar nos nossos corações.

ARIEL MURPHY

O autocarro foi o que mais me impressionou. Não era amarelo como os dos filmes, mas sim branco com uma reta grossa vermelha nas laterais, com o nome "Colégio Secundário de Anoía- CSA" escrito a branco.

Quando parou bem na minha frente, abriu a sua porta. Não demorei muito a ajeitar as minhas malas –uma de viagem e outra mais prática- para subir os 3 degraus e entrar.

A primeira coisa que notei, foi a elegância e o bem-estar do autocarro. O ar condicionado não estava estragado, deixando o ambiente quente e reconfortante, e os bancos não estavam riscados nem partidos.

"E uniforme?" Ouvi o condutor perguntar. Era um senhor já velho, com olhos negros e cabelos grisalhos. "Ah, és novo?"

"Sim. Bolsa de estudo." Respondi e sentei-me nos bancos atrás da porta de trás. O autocarro estava completamente vazio, e, assim, era possível ouvir a música calma do rádio que passava.

Tirei as malas das minhas costas e pousei-as no lugar à minha esquerda. Pus o carapuço e encostei a minha cabeça à janela e foquei-me na vista de fora. Neve. A cor branca misturava-se com a cor laranja do céu preste a nascer e o verde de algumas árvores que não deixavam as suas folhas caírem.

Alguns minutos depois, outros dois alunos começaram a entrar. Eles estavam vestidos com o uniforme do colégio. Trajavam uma camisa branca e por cima dela uma sweater vermelha com o símbolo do colégio do lado do coração. Invejei-os. Pareciam estar quentes e confortáveis, o que era bastante útil para sobreviver nas ruas de Anoía. Mas não foi o que mais me impresionou. O segundo chamou-me muito mais a atenção. Era um pouco mais alto, e no topo de toda aquela altura, os seus cabelos, quase negros, eram puxados para trás de maneira natural. Os dois rapazes não tinham nada em comum desde da estatura à cor da pele.

Mas eram os dois Alphas.

Conseguia diferenciá-los apenas pelo cheiro e na maneira de agir. Um cheiro agradável, forte e fresco que combinava, perfeitamente, com a sua maneira intimidadora e segura. Nós, Omegas, somos um pouco diferentes. Possuímos um cheiro mais doce e calmo, e, naturalmente, somos tímidos.

Eles não pareciam ter notado a minha presença, ao se sentarem bancos atrás do meu. Uns segundos depois, notei mais duas meninas sentarem-se aos seus lados. Uma negra e outra com cabelos louros. Duas Betas. O uniforme delas, mesmo feminino, eram contrastantes. A menina mais escura, que logo me pareceu calada, vestia uma saia preta que a tapava até aos joelhos. Ela vestia a mesma sweater e a mesma camisa. Já a loura, e a mais faladora, vestia umas calças negras rasgadas um pouco abaixo das coxas e vestia apenas a camisa desabotoada nos dois primeiros botões.

Com o ouvido atento nas suas conversas, durante toda a viagem, pude saber que eram dois pares de irmãos. Kai e Max Andrews, os escuros, e Kira e Tera Marshall, os de olhos acinzentados.

Se o autocarro era estupendo, a escola estava a níveis altíssimos. O campus escolar era composto por dois prédios ambos com 3 andares. Ambos iguais, aparentemente, mas suponho que um deles seja os dormitórios.

🌑🌒🌓🌔🌕🌖🌗🌘🌑

Eu fui um dos primeiros a sair, e a ficar petrificado ao olhar para a dimensão da escola. Ok, eu estava perdido. Tinha de ir à secretaria saber qual era o meu quarto, receber o meu horário e subordinar por um mapa.

"Hum, desculpa." Decidi chamar por ajuda. Toquei no ombro da rapariga loura.

"O que fo— "Quando olhou para a minha cara tapada por alguns fios ruivos e pelo capuz, semicerrou os olhos por alguns segundos. "Hm..." E sem aviso prévio, destapou-me e mordeu o lábio. "Eu sabia!" Por fim largou-me e olhou-me de cima a baixo. "Murphy!"

"Como sabes o meu nome?"

"Não interessa. Eu adoro o teu trabalho! Os desenhos!" Gritou, olhando diretamente para os meus olhos. "Quem me dera desenhar como tu."

"E tu sabes...Todos os meus trabalhos?"

"Não, mas uma colega minha sabe. Ela ama-te. Adoraria conhecer-te!"

"Sim. Sim. Mas, depois. Agora só preciso de saber onde é a secretaria."

Ela, depois de mais alguns minutos de espanto e admiração, disse-me o caminho para a secretaria, e assim o segui. Marquei presença, pedi os meus horários, a chave do meu dormitório e supliquei para que me dessem um mapa.

Sai do primeiro prédio, como me indicaram, e dirigi-me ao segundo. Era um pouco mais pequeno e rudimentar. Por dentro, as paredes eram cinzentas e pretas e haviam dois corredores principais: o masculino e o feminino. Segui pelo masculino até encontrar o meu quarto. Em cada porta, havia um pequeno quadro branco onde, a meu ver, podíamos escrever qualquer coisa.

Ah, lá estava ele. O quarto, o meu quarto. Abri a porta com a chave e respirei fundo e olhei para ele. Era um compartimento um pouco grande. Duas das paredes eram cinzentas e as outras eram brancas. A cama, que estava encostada numa das paredes cinzentas, era pequena. Havia uma poltrona branca ao pé da janela. A secretaria era preta, redonda nos cantos. Ao lado dela, havia um armário dentro da parede.

Pus a minha mala de viagem ao pé da cama, e comecei a arrumar as minhas roupas, o computador e os livros.

Ainda não acredito que estava numa escola privada, longe das mãos do meu pai.

Assim que arrumei tudo no seu devido lugar, comecei a dançar ao som da musica "Happy", de Pharrell Williams. Admitam todos dançam ao som desta musica.

[Continua]

My Little Omega: Príncipe Da Lua [CONCLUÍDO/ EM REVISÃO] Onde histórias criam vida. Descubra agora