31:[Obrigado, Lua.]

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[30/03/2019- Sábado]

TERA MARSHALL

"Tera, por favor, larga-me..." A sua voz voltou a ecoar entre risos. "Eu não consigo desenhar assim!"

Tiro mais uma vez a sua mão esquerdina de cima das suas pernas e beijo-a. "Eu nunca mais te largo."

Já era o quarto dia que ele estava acordado e neste fim de tarde ele recebera alta, finalmente. Os médicos ficaram espantados, sem saber como, espontaneamente, ele tinha acordado sem qualquer tipo de lesão cerebral.

Não era normal...

Mas a vida é estranha, não é mesmo?

No momento em que ele acordou, eu chorei gargalhadas surpreendidas. Eu não sei como controlei a minha vontade por beijá-lo e abraçá-lo com força, mas consegui apenas agarrar no seu rosto, outrora, cansado e pálido, e sorrir de testas coladas.

Fazia mais ou menos quinze minutos que estávamos de viajem de volta para casa. Era a minha mãe que conduzia o carro, ela no lugar do volante e eu e o Ariel nos bancos de trás.

Ele ainda me temia um pouco, mas não tanto quanto a alguns dias atrás.

Durante estes dias, tenho lhe mostrado que nunca seria capaz de lhe magoar, e ele, a passos lentos e pequenos tem se entregado a mim física e psicologicamente. Disse-me que não conseguia aguentar o meu toque ao longo daquelas terríveis semanas, pois o relembrava...daquilo. E eu, burro, não fui capaz de entender isso. Ele contou-me também que não queria fazer queixa do caso, já que queria esquecer o seu pai o quanto antes.

Se ele soubesse que esse monstro já está no inferno eterno...

"O que estás a desenhar?" Beijei o seu coro cabeludo, contente por saber que este nosso pesadelo tinha finalmente acabado.

Ele olhou para mim com um sorriso tímido e voltou a fitar o desenho. "É uma paisagem. Eu via enquanto falava..." Ele hesitou por um momento em me contar. "enquanto falava com um amigo meu. Sempre íamos para um descampado conversar."

O que ele sabia era que todos nós, eu, a Kira, a Kai e o Max tínhamos preparado um pequeno retiro para nós passarmos a noite. Como a minha mãe me disse: precisávamos lhe mostrar, um por um que estávamos lá para ele, para aquilo que der e vier.

E assim lhe mostrámos.

Assim que a Kai o viu, saltou para cima dele com lágrimas nos olhos, contente por ele estar bem e a salvo. Infelizmente, nem ela nem o Max foram capazes de o ver acordado. Então, achava normal eles estarem pasmos- num bom sentido­- ao vê-lo ali. Já a minha irmã manteve-se no mesmo lugar, tentando mostrar-se forte com o seu boné da Adidas para trás. "Eu não estou a chorar!" Garantindo de perfil.

Na mesa do jantar, o meu pai ficou ferido com diversos cortes de defesa, assim como de ataque. A sua cara tinha poucos arranhões, o que indicava que ele não sofreu muito. Pelo que me falou, aquele monstro está a ter uma morte bem dolorosa, organizada pelo gangue amigável da policia. Eles eram acionados quando a Justiça não era mais capaz de condenar aqueles que deviam ser condenados até à morte.

Esses era o caso do Elijah.

E espero que esta seja a última vez que tenha de pensar e/ou falar no seu nome.

Ariel voltou aos seus hábitos alimentais normais, comia que nem um lobo, o que me fazia rir por dentro. A comida do hospital nunca é das melhores. O facto de o meu pai ter feito o seu jantar favorito também ajudava nisso, assim como o ambiente alegre que estava naquela mesa.

O meu menino está a voltar à vida durante estes dias.

Obrigada, Lua, por me teres ouvido.

Obrigada mesmo.

My Little Omega: Príncipe Da Lua [CONCLUÍDO/ EM REVISÃO] Onde histórias criam vida. Descubra agora