Campo de batalha

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Passou-se uma semana desde que a garota chegou...fiquei observando a vida dela...

Faculdade pela manhã...a tarde vai para o teatro onde está ensaiando  uma peça...a noite vai para casa, e janta com a avó e o irmão adolescente.

Nesse domingo começo a colocar meu plano em prática. Estava em frente a casa dela, quando a vi sair com a avó...

_ Vamos Gabe...a gente vai se atrasar...

Ela gritou...provavelmente deve esta indo a algum lugar importante. Quando seu carro deu partida, comecei a segui-la.

_ Oi Misa, o que foi?_ Atendi ao celular.

_ começou?

_ Já sim! Agora tenho que desligar ou tomarei multa por está falando ao telefone enquanto dirijo.

_ De boa, até depois.

Seguí a garota que ainda não sei o nome, não consegui descobrir...até que o carro dela parou na frente de um casarão, tinha uma placa escrita...Orfanato Anjinhos Sorridentes...parei um pouco mais distante, até que vi ela descer do carro, e pegar alguns doces e salgados junto com a avó, o irmão pegou um bolo que estava numa decoração até que bonita. Avistei outros carros parando, e então fui perguntar.

_ Ei, o que está acontecendo aí?

_ É uma festa beneficente._ Disse um homem acompanhado de um jovem da minha idade, mais ou menos.

_ Ok, obrigado!

Corri para o carro, eu tinha alugado um carro simples para que ela não desconfiasse. Dentro tinha uma camisa minha, tirei a que estava usando, joguei um chiclete na boca, e...vamos lá...hora de colocar meu plano em campo de batalha.

Por Belly

Caminhei com meu irmão e minha avó para dentro do orfanato. Eu e a diretora nos tornamos amigas depois de eu ter salvado o Miguelzinho de cinco anos das ruas, ele perambulava entre a rua da faculdade, é incrível como mais ninguém além de mim, não tenho o notado. Após leva-lo até o orfanato, eu e Christine ficamos horas conversando, nisso ela contratou os meus serviços para fazer os doces e salgados da festa, assim como o bolo, para a festa beneficente que ocorreria uma semana depois. Foi a maior correria por conta da faculdade e o teatro, mais consegui.

_ Isabelly minha querida!

_ Oi Christine, essa é minha avó, Dulce e meu irmão mais novo, o Gabriel Benito.

_ Oi...sejam bem vindos!

_ Obrigado!_ Minha avó e Gabe responderam juntos.

_ Venham, a mesa já está preparada a espera...o bolo ficou magnífico Isa.

_ E aí!? Muita gente vem?

_ Bom...creio que alguns amigos da alta sociedade apenas, já que a maioria dos convidados doaram verbas por que tinham outros compromissos hoje.

_ Ok então! Vovó, me ajude aquí. Pode dar uma volta Gabe, conhecer o pessoal.

_ Tá bom.

Ficamos ali ajeitando tudo, após uns quinze minutos ali, fui ver o Miguelzinho e deixei minha avó, conversando com um senhor muito simpático que pelo visto gostou dela. Minha avó tem cinquenta e um anos, mas não parece ter a idade que tem, apesar de não termos muito, ela se cuida...eu queria ter um pouco da vaidade que ela tem.

_ Oi..._ Me assustei com um cara alto e musculoso em minha frente. Ele é moreno, cor de amêndoas, olhos verdes, cabelo liso. Parece o Jacob do crepúsculo...

_ A...Oi! Precisa de ajuda senhor?_ Falei olhando pra cima, realmente a situação é engraçada, eu tenho 1.50 de altura, ele deve ter 1.85 ou mais.

_ Não! Eu queria mesmo é falar com você! Sabe...eu te vi na faculdade...

_ Ha é verdade, ti vi por lá...Bom, quero distancia de vocês requinhos da faculdade, já estou passando muito perrengue por causa de esnobes como você! Agora...se me der licença.

_ Espera...eu só queria saber se você poderia me passar seu telefone.

_ Não seja cínico, você não sabe meu nome, eu não sei qual o seu. Não nos conhecemos, mais eu sei qual o seu tipo.

_ E qual é o meu tipo?

_ É o típico garoto rico, rodeado de amigos, popular na faculdade, vive em festas, pega todas, e humilham pessoas como eu. Ah, sinto muito informar, mas mesmo se eu tivesse telefone, eu não te daria.

_ Então como conseguiu comprar aquele computador? Roubou por acaso?

_ Não queridinho,  se você não percebeu...eu trabalho,  diferente de muitos por aqui, eu não sou sustentada por meus pais.

_ Talvez porque eles percebam o quão idiota e ridícula. Eles devem te odiar!

_ Verdade...meus pais devem me odiar..._ Me segurei para não chorar!

Minha mãe morreu no parto, quando o Gabriel nasceu, ele só a conhece por fotos...ja papai morreu, eu tinha dez anos e Gabe sete, foi  um acidente de trabalho. Meu pai era brasileiro, mas nunca voltou ao Brasil depois do meu nascimento.

PRIMAVERA -- Coração De Estudante Contos( #Saga4Estacoes 3° Livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora