Capítulo 4 - City tour

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Passaram-se dois dias desde que chegaram e estou me mantendo a distância, não quero ficar olhando para ela e sentindo meu coração ficar sangrando as bordas e me sufocando. Porque é isso o que sinto, lembrando o que perdi, aliás não perdi tiraram de mim.

Estou no quarto e já são sete da manhã, tenho tantos compromissos. Ouço batidas em minha porta. Vou abrir sem vontade alguma.

— Bom dia Henrique — diz Cláudio.

— Só se for pra você — respondi com sarcasmo.

— Notei que alguns dias você ficou diferente e carrancudo. — disse preocupado. — está acontecendo alguma coisa?

— Não está acontecendo nada! — digo resignado.

— Tudo bem Henrique, não vou mais insistir — diz convicto. — Só vim te avisar que os hóspedes americanos solicitaram sua companhia para fazer o passeio pela cidade.

— Não entendi — questiono sem compreender.

— Bom, como você é fluente em inglês e o Alex é de extrema importância aqui. — diz sem graça. — e eles pediram sua exclusividade.

— Como é? Deixa ver se entendi direito. — digo exaltado. — eles querem que eu seja babá deles? Só porque estão nas melhores suítes, não quer dizer que tenho que ser o lacaio.

— Quem pediu foi a senhorita Krysna Thompson. — responde esperando que eu saiba a sua importância pelo sobrenome. — pelo jeito dela Henrique, percebi que não está acostumada a ter nenhum pedido  negado.

— Traduzindo, é uma filhinha de papai, mimada e chata. — respondo sorrindo.

— Sei lá cara, se vire. — Diz sorrindo da minha cara.

— Eu mereço viu! Cada uma que me aparece. — ambos sorrimos.

Depois desta conversa interessante com Cláudio, desço para um café rápido e vou organizar nosso passeio na cidade. Mandaram me dizer que querem ir no meu jipe. Fiquei puto, é muita exigência desses moleques cara de pau. Para mim parecem adolescentes.

Fico no jipe esperando a boa vontade deles  em saírem do restaurante. “Realmente pareço um lacaio esperando meus senhores.” — penso sarcástico.

Depois de vinte minutos eles descem como se eu estivesse no carro só cinco minutos, já tinha mandado avisar que estava pronto e no carro.

— Bom dia Frateschi. — disseram em uníssono sorrindo. — porque estavam com essa intimidade? Estou mole mesmo. As vezes o dinheiro nos faz escravo dele. É como me sinto agora.

— Bom dia! — respondo contido. — já fizeram algum passeio?

— Ainda não. — Krysna responde. — estávamos esperando você chegar de viagem para nos acompanhar.

— Mas por quê? Tem meu gerente e toda a equipe a sua disposição. — digo sem entender.

— Queríamos exclusividade do dono. — disse sorrindo.

— Tudo bem. — respondo fingindo educação. Mas por dentro eu estava gritando. “Qual é a dessa pirralha, além de me fazer de lacaio, fica curtindo com a minha cara.”

Ela sentou perto de mim e eu não quero olhar para ela, concentro-me na direção, estamos chegando ao centro, vou levá -los na beira rio para conhecer a loja de artesanatos e os restaurantes.

Estacionei perto da fábrica de gelo e todos desceram animados conversando entre si. Realmente é uma bela visão. Estava perdido em pensamento quando a Alice falou comigo.

— Sr. Frateschi que lugar lindo! — disse toda empolgada. — você é privilegiado por morar aqui.

— Sim! Eu amo esse lugar. — respondo com sinceridade.

— Moras aqui há muito tempo? — questiona curiosa.

— Não, faz dois meses. — respondo a verdade.

— Onde você morava? — continua com seu interrogatório.

Meu Deus até quando as mulheres vão fazer esse tipo de tortura com os homens? Querem saber até o local onde nasceram.

— Taylor, vamos comprar souvenir para sua mãe, ela adora essas coisas feita a mão. — diz Krysna a sua amiga.

Indico o Espaço Nordeste que tem uma rica diversidade de artigos feito por insumos local. Mas em vez dela ficar com a outra garota na loja ela pede para Alice ficar lá e vem para perto de mim.

— Livrei você de uma entrevista. — ela diz toda orgulhosa.

— Não se preocupe já estou acostumado. — respondo com sinceridade.

— Nossa os homens são todos iguais, metidos. — diz sarcástica.

— Não sou metido, apenas lhe disse que estou acostumado a dar entrevista por causa do hotel. — digo sem entender o porquê essa garota está me irritando.

— Quantos  anos você têm? — diz me encarando.

— Por que quer saber? — questiono sua indelicadeza.

— Só quero saber, vamos lá diga, está me fazendo esperar. — responde autoritária.

“Mas que garota doida!” — penso.

— Está acostumada a ter tudo nas mãos e fácil? — digo sorrindo para ela, enquanto caminhamos pela ponte em frente aos restaurantes.

— Sim, e você não está respondendo as minhas perguntas e está me deixando chateada. — diz mostrando irritação.

— Então você é uma garota mimada, não aprendeu que para conseguirmos o que queremos, temos que fazer por merecer ou trabalhar arduamente. — provoco descaradamente.

— Você é muito petulante! Nunca ouviu a frase “o cliente tem sempre razão“? — fala apontando o dedo pra mim. Ela bate em meu peito. Fico sorrindo interiormente dessa baixinha invocada.

— Obrigada pelo elogio, já me chamaram de muitas coisas, mais esses adjetivo é a primeira vez. — digo sorrindo.

— Tenho um milhão deles pra você, quer ouvir. — diz afastando o cabelo.

— Olha senhorita me desculpe, mais tem que ser mais humilde ao pedir ao informação. — falo dando-lhe um conselho.

— Não preciso do seu conselho, e para seu governo, sou bem mais humilde que você. — responde fazendo gestos com as mãos que achei hilário. Por dentro estava caído no chão de tanto rir da situação. Faz muito, muito tempo que não sinto tanta emoção em uma discussão.

— Ok! Você venceu, tenho trinta anos. Satisfeita? — digo sorrindo pra ela. — Vamos buscar seus amigos da loja?

— Precisava de toda essa discussão inútil? — fala sorrindo. — Nossa você é velho.

— Obrigado por chamar-me de decrépito. — respondo afetado. — E você tem dez?

Ela olha pra mim e começa a rir descontrolada.

— Hahahahaha você é um velho rabugento! — diz me encarando. — e pra sua informação, tenho  vinte e dois anos.

“Onde fui amarrar meu burro” — garota insuportável.

Passamos a manhã toda conhecendo lojas, andando pelas ruas, comprando souvenir e ela sorrindo sempre que eu sem querer a olhava. Almoçamos no Restaurante Barlavento e quando terminamos de fazer o pedidos, chegaram nossos drinks.

Eles pediram caipirinha e não  custou muito para ficarem animados. Não bebi pois faz muito tempo que abdiquei da bebida alcoólica.

De repente acontece algo interessante, não acredito que ela fez isso…..

Um Deserto Com Oásis de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora