Capítulo 11 - Família

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Ao ouvir sua voz gritando por mim, não consigo acelerar para que ela não me alcance.

― O que deseja? ― indago com gentileza ― Diz logo, preciso de um banho. Ela ficou me avaliando de um jeito que me deixou envergonhado. Tento mostrar pra ela que não me afeta, mais toda vez falho miseravelmente.

― Adoro quando você fica todo vermelho! ― diz na maior cara de pau ― Mais não foi por isso que corri atrás de você. Quero saber qual o horário que vamos ao seu cursinho de idiomas?

― As 09h00min da manhã. ― respondi no automático ― Se houver alguma mudança de planos, mando Claudio avisar.

― Por que você mesmo não faz isso? ― questiona com as mãos no quadril com a sobrancelha arqueada. ― A nossa suíte fica no mesmo andar.

― Desculpe, mais não quero ter essa liberdade com os hóspedes. ― ela me lançou um olhar incrédulo. Não aguentei e acabei sorrindo de sua expressão. Ela ficava ainda mais linda quando contrariada.

― Seu idiota, quase acreditei no você disse. ― sorriu de volta ― Não se esqueça de que Sharon também vai, quero que ela se distraia.

Mal ela terminou de falar os outros chegam para dividir o elevador.

― Galera! Estou acabado! ― diz Richard se espreguiçando.

― Eu também. ― concorda Alice, fazendo um coque em seus cabelos.

― Vou dormir a tarde inteira, porque a manhã já era. ― Steve diz arqueando a sobrancelha e olhando para Sharon.

― Se vocês estão assim, imagine a mim que quase passei desta pra melhor. ― Sharon fala sorrindo ao dizer a frase de efeito na melhor versão do português.

― Não ouse sorrir senhorita Stelle, isso não foi nada engraçado. ― pela primeira vez, notei tristeza e raiva em conflito ao mesmo tempo na expressão de Krysna.

Sharon abraça Krysna e quando meu amigo se junta a nós dentro do elevador subimos para os nossos respectivos apartamentos. Menos Claudio que me acompanha a minha suíte, pois ele estava com o cartão chave. Ao adentrarmos ele vai logo me interrogando sobre o que havia acontecido para quê tenhamos chegado tarde do dia seguinte.

― Henrique a festa foi tão sensacional assim? ― questiona com um sorriso malicioso. ― Eu fiquei preocupado, já que seus pais ligaram e eu disse que você tinha ido a uma festa mais não tardaria a chegar.

― A noite foi perfeita! Mas quando amanheceu o negócio complicou. ― respondi não me contendo, tenho que desabafar, pois foi uma situação tensa demais. ― Sharon a mais nova dos hóspedes praticamente se jogou no rio, fiquei me sentindo culpado porque quando a olhei ela já tinha decidido fazer isso, acabei gritando pra ela não pular e o efeito aconteceu ao contrário. E o pior de tudo é que a garota não sabe nadar e realmente acho que ela fez de propósito. ― conclui meu relato sem fôlego, pois ainda estava abalado emocionalmente.

― Cara que trágico! ― revida com uma expressão de horror, mais seus olhos demonstram confusão. ― Mais ela está ótima, nem parece que quase se afogou. Quem a resgatou?

― Me senti tão culpado, que me joguei de uma vez ao vê-la se afogando. ― respondi com um sentimento de alívio, se eu não tivesse conseguido, estaria morto. ― Depois que a retirei da água, Steve fez os primeiros socorros. Sabia que ele é bombeiro?

― Sério? ― diz ele com a expressão cética. ― Pensei que todos fossem filhinhos de papai.

― Pra você ver que as aparências enganam. ― eu mesmo estou surpreendido com os últimos acontecimentos. ― Foi interessante que depois que cheguei com o café da manhã, ela já estava completamente ativa como se nada tivesse acontecido.

Um Deserto Com Oásis de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora