CAPITULO 12 - Into my heart
No momento em que Devon abriu a porta do apartamento, se viu surpreso por tudo estar em perfeitas condições. Em seu intimo, temia que a cozinha estivesse destruída. Mas assim que ele se virou, sentiu o olhar frio de Marie em si.
―O que foi aquela cena patética? – Marie indagou ao cruzar os braços em frente ao corpo. Ela não pretendia ser uma mulher dócil em frente ao homem que havia esquecido dela. – Esquecer da minha existência não o bastante, parece que deseja que eu fique com vergonha. Você é realmente infantil. – Resmungou ao menear a cabeça.
A forma como Marie falava, com segurança e descrença, fez com que Devon se questionasse o que havia mudado em tão pouco tempo. Ela ainda continuava a mesma antes dele viajar – fisicamente – mas algo na forma como falara havia mudado.
― É por causa dele que mudou? – Devon se viu questionando de forma calma ao encará-la. – Quando sai parecia mais uma criança assustada.
― É claro! – Admitiu sem vergonha –Foi a primeira vez em que sai da França e nem assim demonstrou empatia. Encontrei pessoas que me ajudaram e não me abandonaram.
― O cartão deve ter chegado dois dias depois que eu fui. Pedi ao gerente do banco para vir pessoalmente falar com você, além do mais alguém estava cuidando de você, não? Pedi a minha secretária para achar alguém.
Marie esboçou um sorriso irônico ao se aproximar dele, descruzando os braços para em seguida colocar o dedo no peito dele.
― Acha que um cartão de crédito e uma visita de alguém que eu não conheço me faria feliz ou faria com que eu me sentisse aliviada? Tenha mais bom senso em sua vida. – O cutucou antes de tentar se afastar, sentindo o braço dele rodeando a sua cintura. – O que é? – Ela tentou não demonstrar o quanto apreciava a força dele. Ergueu a cabeça o suficiente para que olhasse em seus olhos.
― As esposas dos homens com que faço negócios sempre possuem um cartão de crédito, e eu não podia adiar a viagem. – Esclareceu. – Eu já tinha marcado essas reuniões tem três meses. Cancelar estava fora de cogitação.
― Me viu reclamando? – Perguntou ao bufar antes de desviar o olhar. – Agora me solte.
― Ainda não – Respirou fundo ao manter seu olhar nela. – A pessoa que minha secretária enviou, quantas vezes ela veio?
― Uma. Somente para verificar se eu estava viva. – Revirou os olhos – O que acha de me largar?
Devon estava prestes a soltá-la quando sorriu, levemente.
― Deveria estar me abraçando, feliz pelo seu marido ter chegado de viagem.
― Bastardo arrogante – Disse alto – Eu estava muito bem aqui morando sozinha.
― Qualquer marido ficaria depressivo em escutar isso – Sorriu ao soltá-la. – Ah, com o que está trabalhando?
― Sou modelo, mas como... Você colocou alguém para me vigiar – Percebeu – Se deseja saber algo, me pergunte, não coloque alguém para me seguir. Isso é algo que odeio. – Avisou séria. – Mais alguma pergunta?
― Eu não me importo que seja modelo, mas está tudo bem para sua família? –A pergunta feita de forma simplória a fez assentir e abaixar a cabeça em seguida. – Caso seu irmão diga algo, eu posso ajuda-la.
Marie ergueu a cabeça e o olhou demoradamente antes de desviar o olhar.
― Sou seu marido, certo? Preciso te proteger – Deu de ombros – Acho que vou tomar um banho e descansar. – Deu as costas a ela seguindo para o quarto, parando assim que a escutou falar.
― Eu sou um tipo de modelo especial. Sempre uso uma máscara e somente as pessoas autorizadas por Simon sabem quem eu sou. A minha identidade está segura – Afirmou ao olhar para ele. – Então, não precisa se preocupar, provavelmente.
Devon não se virou e nem falou nada ao ir em direção ao quarto.
― Ele é realmente difícil – Resmungou ao se jogar no sofá. Ela ainda não conseguia esquecer do momento em que ele se apresentou para Simon como seu marido e nem do braço dele envolta de sua cintura. – Se ele não fosse tão insensível até poderia imaginar que haveria um futuro entre nós – Fechou os olhos ao se recostar, imaginando como seria a primeira noite em que dividiriam a cama.
***
O café depositado pelo garçom em frente a Vanessa já estava frio. O som das risadas a sua volta tinha diminuído, contudo mesmo que tivessem passado quarenta minutos sentados um de frente para o outro, Louis permanecia em silêncio olhando para o seu próprio café.― Você que me chamou para sair, apenas diga o que quer – Vanessa falou perdendo a paciência, finalmente. Quando recebeu a ligação de Louis não imaginava que ele fosse ficar em silêncio em sua frente. – Se veio perguntar sobre Marie, ela está bem.
― Ela sempre fica bem – Respondeu ao erguer a cabeça. – E o marido dela?
― Como eu vou saber? – Respondeu por reflexo, arrependendo-se diante do olhar dele. – Você está parecendo um cachorro que foi abandonado pela família na mudança. Diga o que quer saber, eu vou responder.
Ele respirou fundo antes de indagar se poderia ter chances com Marie e o seu endereço.
― Você é muito corajoso ou estupido – Vanessa falou – Posso perguntar a ela sobre o endereço, mas duvido que há chances em ter algo com ela. Passaram anos como amigos, e o que conseguia? Beijos inocentes. Se ela realmente quisesse algo, vocês eram namorados e ela não teria se casado. Marie é esse tipo de pessoa. O conselho que lhe dou é siga em frente.
― Eu sei disso tudo. Venho falando isso comigo mesmo desde que descobri o seu noivado, mas ainda é difícil.
Vanessa revirou os olhos. Ela sempre havia achado Louis desesperado demais, dramático demais, exagerado demais. Por mais que ela tentasse compreender o amor que ele sentia por Marie, não entendia como ele passou anos sem demonstrar que a amava ou pelo menos tentou fazer com que ela o amasse.
― Não sou boa em conselhos amorosos, então seria melhor achar outra pessoa.
― Desculpe – Murmurou ao abaixar a cabeça – Eu só queria saber como ela está.
― Ela está bem, de verdade. Tem sorrido bastante, saído e conhecido pessoas novas. Mas se sente tanta falta, fale com ela – Pegou o guardanapo e uma caneta em sua bolsa – Esse é o numero que ela está usando. Ligue para ela. – Piscou ao empurrar o papel em sua direção e se levantar em seguida. – Tenho aula então preciso correr. Boa sorte. – Despediu-se sabendo que Marie iria brigar com ela quando descobrisse.
CONTINUA...
Ai gente, como será essa primeira noite dividindo a cama? To morta de curiosidade já
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A Princesa [degustação]
RomanceO que você estaria disposto a fazer pela sua nação? A vida da segunda princesa da França, Marie Juliete Orleans, sempre havia sido perfeita até o momento em que o seu irmão, o príncipe herdeiro Pierre, a apresenta para Devon Black em seu aniversár...