New York.... New York

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CAPITULO 7

Incomodo foi o único sentimento de Marie ao olhar para a poltrona próxima da sua e ver Devon concentrado ao olhar o seu computador. Durante todo o voo, ele não a olhou e nem tentou conversar com ela. A angustia começava a corroer o coração da jovem princesa ao desviar o olhar para a janela ao seu lado. Ela manteve seus olhos em seu próprio reflexo, enquanto tentava compreender como havia chegado a aquele ponto.

Sorriu diante de seu futuro ao virar o rosto e encontra-lo da mesma forma de antes, e deu de ombros ao chamar uma das aeromoças e pedir vinho. Ela desejava beber para esquecer o que havia feito. Esquecer o que sua família havia feito. Esquecer o seu noivo sentado a poucos centímetros.

Um noivo que não se importava com ela.

A bebida a fez sorrir após terminar a primeira taça e seguir para a segunda. Marie queria esquecer tudo e entorpecer qualquer sentimento que pudesse ter naquele momento. Aos poucos, seus olhos se tornavam mais pesados, o sabor doce em seus lábios e o silêncio estarrecedor a fizeram fechar os olhos, recostando a sua cabeça na janela.

Ela queria esquecer tudo e finalmente havia conseguido.

Devon olhou para o lado, fechando o notebook assim que percebeu que Marie encontrava-se adormecida pelo efeito do álcool. Suspirou ao manter o seu olhar frio sobre ela, sem desviar até escutar passos próximos a si. A aeromoça sorria largamente ao lhe oferecer uma bebida, o que ele negou com um aceno de cabeça. Seus olhos voltaram em direção a sua esposa.

― Conseguiu ser odiada pelo próprio irmão. O que diabos você fez? – Ele se perguntou antes de fechar os olhos. Ele estava mais cansado do que gostaria de admitir. A data escolhida para o casamento coincidiu com uma fusão empresarial que estava ansioso para fazer. Assim que chegassem em Nova York, ele iria a deixar no apartamento e em seguida viajar para China. Devon sabia que não poderia desperdiçar nem um segundo de sua vida, e muito menos, se fosse para perder com a princesa mimada que era incapaz de negar um pedido de sua família. – Isso nem sequer é lealdade, é simplesmente burrice. – Decretou ao abrir os olhos e a encarar. Marie continuava adormecida com um sorriso nos lábios.

Meneou a cabeça ao respirar fundo antes de voltar a sua atenção para a janela do avião. Ele havia passado grande parte de sua vida imaginando como seria viver da forma que vivia atualmente, e encontrar alguém que gastava dinheiro de forma tão desleixada o fazia sentir apenas repulsa. Devon apreciava pessoas que valorizavam o trabalho, o dinheiro e o tempo gasto.

Tudo o que sua esposa não era.

Apenas dois anos.

Foi o que se pegou pensando antes de fechar os olhos. Ele precisava descansar um pouco antes do avião aterrissar.

***
No instante em que o avião aterrissou no aeroporto internacional da Nova York, Marie se viu ligeiramente languida e entorpecida pelo álcool, e ainda assim Devon não a ajudou a se levantar da poltrona e muito menos durante o caminho até a área de desembarque. Ele caminhava em sua frente falando ao celular, a fazendo revirar os olhos. A cada segundo, ela se viu detestando ele ainda mais.

Em um momento, o perdeu de vista e quando olhou com mais atenção, ele estava parado conversando com um homem. Uma conversa que parecia agradável, pois ele sorria.

Ele é gay?

Se perguntou ao observar o homem alto com cabelos castanhos e pele bronzeada. O desconhecido deveria ser um pouco mais velho do que ela. Aproximou-se ao puxar suas duas malas grandes e parar atrás de Devon, escutando um dos assuntos. Seu marido falava sobre uma nova aquisição de empresa até ele parar quando avistou o olhar curioso do desconhecido em suas costas, a encarando com um sorriso no rosto.

A Princesa [degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora