A filmagem do chefe

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CAPITULO 9

Devon deixou escapar um suspiro cansado assim que avistou a sua secretária caminhando em sua direção no saguão do aeroporto. Percebeu o modo como alguns homens voltavam suas cabeças em sua direção, admirando-a, o que o fez sorrir. Giulia Martins possuía cabelos castanhos, olhos da mesma cor e lábios carnudos. Seu corpo atraia a atenção de todos os homens por onde passava, o que para Devon era uma ironia.

― Perdoe o atraso – Giulia falou profissional ao parar em frente a Devon. O seu vestido colado no corpo subira levemente diante de sua caminhada. – Os assentos foram reservados e apenas o do senhor é na primeira classe. – A forma profissional com que dizia cada palavra fazia com que ele sorrisse aliviado por ter a escolhido, anos atrás, para trabalhar com ele. Ela era perfeita para estar ao seu lado. – Infelizmente precisei reservar um carro com motorista em nossa estadia na China. Atrasos iriam impactar em nossa agenda.

― Confio em você – Devon respondeu ao ignorar o quanto aquilo estaria lhe custando. – Preciso que antes de viajar, peça que alguém acompanhe Marie, minha esposa. Ela é recém chegada no pais e acredito que não tenha dinheiro consigo. – Ele segurou o sorriso ao vê-la piscar, completamente confusa. – Me casei na França, como disse que faria por mensagem, mas vejo que não acreditou.

― Acreditar naquela mensagem seria o mesmo que acreditar que Papai Noel existe – Respondeu calma ao desviar o olhar. – E sua esposa, como ela é?

― Uma princesa mimada e que nunca precisou lutar por nada na vida. Ela é meu completo oposto.

― Então, por qual motivo casou-se? Quero dizer, pelo que falou sente desprezo ou coisa pior por ela. E poderia ter desistido da França e feito em outro pais.

― Sabe como me sinto em relação à França – Bufou – E de certa forma, esse sempre meu sonho. Me tornar bem sucedido em um pais que havia me tirado tudo. – Deu de ombros – Além do mais, casei com ela, mas sinto pena.

― Ela é uma princesa, não vejo muito motivo para ter pena.

― Uma princesa odiada pelo próprio irmão – Contou ao olhar para o painel que indicava a área de embarque de seu voo. – Ela é nova, não consegue viver sem alguém que a apoie, e isso acaba fazendo com que eu lembre do passado. Não gosto das lembranças.

― Eu sei – Murmurou – Vou falar com Lais para ajuda-la enquanto isso – Ao ver o modo como Devon a olhou, sorriu – Ela é de minha confiança, não se preocupe. Lais pode ajuda-la com tudo.

― E coloque alguém para segui-la. Preciso saber tudo o que ela fará em minha ausência. – Por mais que soubesse o quão exagerado era seu comportamento, sentia que aquilo seria essencial. Ele não a conhecia, e temia o que ela poderia fazer, pois já tentara fugir antes. – E somente é aceitável que ele faça alguma intervenção se a vida dela estiver correndo perigo.

Giulia sorriu ligeiramente ao assentir. A cada segundo se via mais curiosa sobre o casamento e a esposa dele.

― E que história foi essa de acreditar que Papai Noel existe? – Ele perguntou assim que começaram a andar em direção ao portão de embargue – Por que ninguém aceitaria se casar comigo?

― Além de ser um mão de vaca, você é grosso, não tem muito tato para falar com as pessoas e só pensa em dinheiro. Precisa de mais? Ah, não consegue manter relacionamentos longos.

Devon abriu a boca para responder, mas se calou ao desviar o olhar. Em momentos como aquele, ele odiava a sua secretária. Ela o conhecia bem demais.

― É melhor nos apressarmos – Mudou de assunto ignorando o sorriso vitorioso dela.

***
Marie olhou ansiosa para a porta mais uma vez antes da campainha soar, e finalmente correr em direção à porta, abrindo-a com rapidez. Vanessa a olhava com carinho antes de abraça-la.

A Princesa [degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora