How does she know?

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Assim que abri a porta dos fundos, Michelle chamou:

- Waves, é você? Preciso de sua ajuda aqui.

Deixei minhas coisas na mesa e segui a voz que estava vindo da sala.

- Ah, ótimo! Você poderia terminar de dar a comida para a Mel? Eu preciso urgente ir ao banheiro!

Libertei Michelle da bebê e da comida.

- Oi, Mel! - Falei carinhosamente erguendo-a no ar para que ela sorrisse mostrando aqueles dois dentinhos. Tão fofa. Aconcheguei ela em meus braços e continuei oferecendo a sua comida. Depois apoiei Mel em meus joelhos, ela levantava os bracinhos gordos no ar, fazendo-me rir. Ela era muito preciosa, em meu coração eu a tinha como minha irmãzinha.

Michelle voltou, suspirando por sentir alívio de ir ao banheiro em paz, prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo, e ao sentar na poltrona ela perguntou:

- Como foi seu dia?

- Foi bom - deixei Mel brincar com minhas mãos - E como foi o seu? Wynonna já chegou?

- Cansativo, como sempre. E sua irmã ainda não chegou, fico preocupada que ela esteja arrumando confusão novamente por aí! - Michelle não era nossa mãe, mas junto com Tio Curtis e Gus, ela nos criou como uma. Desde que nosso pai e nossa irmã mais velha desapareceram, foram eles que cuidaram de nós todo esse tempo e eu seria sempre grata por isso. - Eu pedi para a Sra. Emily pegar mais uns catálogos e fichas de inscrição pra você, só por garantia mesmo. Você encontrou com ela?

- Ah, droga! - Joguei a cabeça para trás. - Me desculpa, Michelle, eu esqueci!

Quando ela dizia isso, ela queria apenas garantir que eu fosse aceita em qualquer universidade, caso aquelas que ela escolheu, me rejeitassem. Eu já tentei explicar para ela que essas faculdades estavam longe de tudo aquilo que eu queria, mas fui obrigada mesmo assim a me inscrever antecipadamente.

- O prazo para as inscrições dessas outras são até Março, Waverly. - Ela disse - Não temos todo esse tempo para perder. E você não vai querer fazer faculdade na estadual daqui de Purgatory, por Deus! - Ela sempre fazia cara feia quando tocava nesse assunto.

- Você poderia me passar esse pano, por favor? - Mel estava deixando um fio de baba cair em meu colo.

Michelle se levantou e me entregou o pano:

- Hetty vai vir esse fim de semana.

- De novo? Mas a gente acabou de se livrar do demônio. - Wynonna entrou e foi logo se jogando ao meu lado no sofá. - Oi capirotinho! Você quer me morder? Ahn? Ahn? - Wynonna fazia uma voz de criança enquanto falava com Mel.

- WYNONNA! - Michelle a repreendeu.

- Tá bom, desculpa! - ela jogava aos mãos no ar como se tivesse se rendendo.

Hetty era nossa "irmã adotiva" má. Era um show de horror ambulante, segundo Wynonna. Atualmente ela estava na fase gótica, andava toda de preto e segundo Michelle cultuando vampiros e demônios. Eu até tentava um contato com ela, mas Wynonna e Hetty pareciam dois polos magnéticos que se repelem. Lou, marido de Michelle, nos apresentou poucas semanas antes que ele e ela se casassem, e na mesma hora eu soube que jamais teríamos paz com Hetty por perto.

Depois que Mel nasceu, eu tive que dividir o quarto com Wynonna no andar de baixo, e agora em finais de semana alternados, tínhamos que dividir com Hetty também. - No dia do meu julgamento, o júri vai ter que entender que eu cometi assassinato por motivos justificáveis! - Wynonna dizia. Não era todo mundo que conseguia levar minha paciência ao limite, mas ela conseguia. E Hetty sabia e fazia de propósito.

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