Clube de defesa gay

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Hey anjinhos, como vocês estão? <3
Espero que gostem desse novo capítulo e continuem acompanhando a história.
Perdão desde já por algum erro.
E divirtam-se!

<3
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O passeio ao lago congelado de Purgatory ocorreu como esperado, estava lotado como sempre fica essa época do ano. Pessoas patinando de um lado para o outro, fazendo bonecos e anjinhos na neve.

Assim que chegamos ao local, Champ nos convocou para uma partida de hóquei. Todos participaram, menos Rosita. Ela estava esquisita, meio... Afastada. Eu andei sendo uma péssima amiga, fiz uma promessa de conversar com ela para saber como ela estava. Beth ficou me alfinetando a noite inteira, o que eu fiz pra merecer isso? As vezes eu tinha a impressão de que ela gostaria de me ver irritada.

Logo no início da partida, eu senti alguém se aproximando:

- Oi, eu sou a Maddie.

- Waverly. – Tocamos nossas luvas em cumprimento.

Ela era extremamente rápida, e com aquelas coxas, ela só podia ser uma velocista no patins. Durante todo o jogo, Maddie saltava chamando atenção dos outros do nosso time, ela sempre estava livre e com espaço aberto para uma ótima jogada, mas os garotos não deram bola pra ela.

- Intervalo! – Alguém gritou.

Sentei em um banco próximo, precisava arrumar minha meia que havia se embolado no meu tornozelo. Maddie sentou ao meu lado.

- Nós teríamos feito três gols se não fossem aqueles dois idiotas. – Ela disse se referindo a dois garotos do time oposto.

- É isso aí. – Concordei. Eles estavam dominando o jogo.

- Se eu conseguir pegar o puck, tenho certeza que consigo fazer a loira comer poeira. – Ela disse se referindo a Beth.

- Eu posso tentar te ajudar. Ela tem o joelho esquerdo ruim – contei a Maddie. – Se você pegar ela por esse lado, ela não consegue se recuperar a tempo.

- Sério? – ela disse com os olhos brilhando. – Obrigada pela dica. Você vem muito aqui? – Ela perguntou me olhando por cima do taco.

E antes que eu pudesse responder, Champ veio patinando em minha direção com dois copos de chocolate quente.

- Aqui, amor. – ele deu um para mim e estendeu a mão entregando o outro a Maddie. Como um cavalheiro fofo.

- Muito obrigada. – Ela agradeceu sorrindo.

No segundo tempo, Maddie saiu quase que voando pela pista de gelo, conseguindo roubar o puck. Mergulhei na cola dela. Beth passou por mim em perseguição a Maddie, que dribou-a pela frente, quase fazendo Beth tropeçar. Os olhos dela percorreram a pista e me encontraram, e com um passe perfeitamente livre, ela lançou em minha direção. Champ se abaixou, e eu disparei o puck em um backhand. E mesmo ele mergulhando em frente a rede, o puck passou voando por baixo das suas pernas em direção a rede.

- Merda! – Ele gritou.

Maddie veio em minha direção me dando um sorriso de lado e estendendo a mão em cumprimento:

- Obrigada pela ajuda. Você foi genial. Formamos um ótimo time. – ela piscou, e seguiu em direção a saída.

Encontrei Rosita na saída ao lado de Beth, que esquentava as mãos. Rosie disse:

- Ótimo jogo. Eu consegui ver bem no final quando você fez o gol.

- É, mas nós teríamos vencido se não fosse aquela sapatão. – Beth murmurou.

- Como é que é? – Eu disse em um tom alto – Se você se refere a Maddie, ela é uma baita atleta!

- É, todas elas são.

- O que você está querendo dizer?

- Ei! – Rosita segurou meu braço. – Está esfriando, é melhor irmos embora.

- É melhor do que ficar discutindo sobre algo estúpido. – Beth soltou em tom de piada.

- Exatamente. Está na hora de trocar a fralda do seu bebê. – Soltei sem ao menos pensar.

A mandíbula de Beth se apertou e com um olhar furioso em minha direção disse antes de sair batendo os pés:

- Quer saber, Waverly? Vai se foder!

- Waverly... – Rosie suspirou.

- Eu sei – minha cabeça caiu pra trás – eu acabei de abrir o forno e botei a cabeça dentro. Eu vou ligar pra ela mais tarde.

- Obrigada. – Rosie disse. Ela era minha melhor amiga, e sempre estava ali quando Beth e eu trocamos farpas.

- E aliás, precisamos conversar. – eu disse encaixando meu braço no dela – vou pedir um super chocolate quente com chantilly pra gente, e calda extra de chocolate. Em homenagem aos nossos velhos tempos.

- Só nos seus sonhos. – Ela disse – eu teria que fazer dieta de uma semana inteira depois disso.
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Primeiro, o frio. Os pulmões inflando. Depois a força. Enfrentando-o, lutando com ele. Com mais força, mais empenho. Deslizando. Chutando. Respirando. Movendo-se mais rápido, para longe dele. Minha voz interior cantava:

- Chegue lá. Chegue lá. Chegue lá.

Lá onde? Fiquei me questionando. Nenhuma resposta veio.

O concreto passou na ponta dos meus dedos ao mesmo tempo em que minha cabeça irrompia a superfície da piscina. Meu peito doía. Cada músculo do meu corpo queimava. Por quanto tempo eu nadei? Meus olhos ardiam. Eu os fechei com força, agarrei a borda da piscina até que a tontura evaporasse. Depois sai da piscina em direção ao vestiário para tomar um banho aquecido.

- Oi Waverly.

Dei um pulo, normalmente eu estava sozinha nessa parte do dia.

- Eu adoraria ter a sua disciplina, mas lamentavelmente, minhas células de gordura se recusam a encolher.

Sorri para a Sra. Emily.

- O que está fazendo aqui? – minha voz soou pior do que eu imaginava. Acusadora. Do jeito como eu me sentia. Invadida.

Por infelicidade, ela não notou. Colocando uma faixa de ginástica na cabeça, ela respondeu:

- Começamos um programa matinal de exercícios para os funcionários. Para trabalhar os bíceps. – Ela disse levantando ao pesos imaginários.

Resmunguei mentalmente. Meu único momento de privacidade. Eu precisava tanto ficar sozinha nesse instante. Para pensar e para não pensar. Agarrei duas toalhas limpas no carrinho da lavanderia, que estava ao lado da porta e fui em direção aos chuveiros. E a Sra. Emily me seguiu.

- Chegou a estudar todos os catálogos que eu te dei? Já decidiu onde vai se inscrever?

- Ainda não. Passei o final de semana ocupada com os trabalhos de classe. – Falei girando a água quente do chuveiro. O que era verdade, a semana foi sofrida para acompanhar o conteúdo. E minha motivação estava em zero.

- Bem, não demore muito. As inscrições devem ser enviadas o quanto antes.

- Eu sei. – falei revirando os olhos. Acalme-se Waverly. Meu Deus. – Vou fazer isso hoje a noite. – Virei a cabeça sorrindo para ela, desejando que ela fosse embora.

- Recebeu o convite do prefeito?

Fingi que não ouvi, apenas mergulhei a cabeça debaixo do chuveiro e me desliguei.
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Nicole estava sentava no chão, em frente ao seu amário, lendo compenetrada uma revista dos X- Mens. O copo do café de um lado, e do outro a pequena caixa de donuts, aberta para o mundo.

- Você vai acabar engordando desse jeito. – Eu disse, antes de girar minha senha na fechadura. Acho que fui grosseira. Me virei para pedir desculpas.

Nicole não tinha escutado, ou estava me ignorando. Abri meu armário e olhei no espelho. Precisei ficar na ponta dos pés para conseguir vê-la. Ela deu uma mordida em um donut de chocolate e estava agitando-o no ar, como uma isca pra mim. Sorri para mim mesma, sabendo que estava sendo observada. Deixando o armário aberto, fui para o outro lado do corredor e examinei o que tinha na caixa. A maioria dos donuts eram esmigalhados ou eram sobras amassadas.

- Esses são os piores donuts que já vi na vida. – Abaixei e escolhi um com cobertura de morango. – Não sei quanto você pagou, mas foi roubada.

Ela fechou a revista em quadrinhos.

- Como não paguei nada, digamos que foi um ótimo negócio.

- Donuts grátis? – minhas sobrancelhas arquearam – onde?

- Alteza. A confeitaria da minha mãe. Ou como preferimos chamar lá em casa, o palácio da perdição.

Eu ri. E ela sorriu.

- E por ser da minha mãe, eu consigo pegar de graça.

Os músculos da minha coxa estavam repuxando, forçando meu quadril enquanto eu ficava agachada naquela posição. De pé ou no chão? Meus joelhos decidiram. Sentando do outro lado da caixa dos donuts, perguntei:

- E onde é esse lugar? O palácio da perdição.

Ela repuxou o lábio.

- Depois da delegacia. Ao lado do restaurante do Sr. Picles.

Confirmei com a cabeça, ainda sem saber onde ficava. Eu sei que a delegacia ficava do outro lado da cidade. O sinal das aulas tocou acima de nós e enfiei o restante do donut na boca. Me coloquei de pé correndo para o outro lado do corredor.

- Aqui está o formulário. – Ela disse, de repente ao meu lado.

- O que? Ah sim. – O título “Clube de Defesa Pessoal” saltou logo na primeira linha. Peguei o formulário e comecei a ler rapidamente.

- Quando é sua próxima reunião? – Ela perguntou.

- Na verdade é hoje. – Coloquei a folha dentro do meu caderno – durante o horário do almoço.

- Tudo bem.

Ficamos ali paradas por um momento, meio sem jeito. Meu coração estava disparado. Não sei quem se mexeu primeiro, mas começamos a andar pelo corredor juntas. Próximas. Ela parou na divisão dos corredores. Ou talvez tenha sido eu.

- Depois me conta o que eles falaram. – ela falou – vejo você na aula de anatomia. – Ela olhou nos meus olhos, segurando-me em um transe. Quando me dei conta ela estava afastando uma mecha de cabelo e colocando atrás da minha orelha.

- Tenha uma ótima manhã, Waves. – Ela disse se afastando e desaparecendo no corredor.

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