Right Time

Por que não conseguiria?

Na hora do almoço, fomos em direção ao estacionamento para encontrar com os outros no meu carro. Decidimos almoçar fora ao menos duas vezes por semana. Durante o percurso até lá, fui conversando com Champ e falando sobre evitar as idas ao meu quarto durante a semana. Ele não ficou satisfeito.

- Vou pegar o carro do meu pai emprestado esse final de semana então. – Ele disse.

- Não, Champ. Você sabe que eu não faria isso, ainda mais no carro do teu pai.

- Certo, então vou olhar qualquer lugar que esteja livre.

Estava claro que ele estava irritado. Ótimo.

- Desculpa, mas isso é nojento.

- Então é o jeito ser na sua casa.

- O Lou volta amanhã da viagem.

Champ ficou de cara emburrada durante o caminho todo até o restaurante. Ele não se importava em transar comigo bem debaixo do nariz de Lou. Pelo visto o que realmente importava para ele era dormir comigo, independente de como. Mesmo depois do almoço, no percurso de volta a escola, ele ainda estava de mal humor.

- Eu detesto isso, Waves. - Ele disse segurando a porta para mim.

- É, eu sei. Realmente não é algo legal de se lidar.

Champ levantou meu rosto com as mãos.

- Então, vamos logo nos casar.

- Ok, mas só depois da minha aula de anatomia, porque temos trabalho hoje para entregar. E que fique claro que eu não quero uma lua de mel no carro do teu pai.

- E você acha que eu vou esperar sair da igreja pra isso?

Dei um chute e ele me aninhou em seus braços.

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Sentei na mesma cadeira na aula de anatomia. Costumo sempre sentar no mesmo lugar. Isso me torna previsível e chata? Todos os outros haviam mudado de lugar. E Perry pegou uma cadeira e sentou ao meu lado.

- Hey – ele disse.

- Hey pra você também – devolvi.

Ela não estava no lugar de costume. Olhei por toda a sala e a localizei duas mesas adiante, próximo a janela. Ela estava de costas, observando o lado de fora.

Olhe pra mim, pensei. Olhe pra mim. Olhe pra mim. OLHE PRA MIM!

Meu Deus do céu, Waverly! Respira. O que foi isso? Peguei meu caderno e comecei a ler umas anotações, me esforçando para não olhar para ela.

Lucado entrou apressada na sala, segurando uma pilha enorme de caixas.

- Perdão, turma, eu me atrasei. – Ela colocou tudo em cima da mesa. – Todos estão aqui? Ótimo, não preciso fazer a lista de presença. – Ela abriu uma das caixas e pegou uma pilha de papel. – Passem adiante.

As folhas foram distribuídas nas fileiras enquanto ela dizia

- Eu desejo que vocês escrevam o que cada uma dessas setas representa nesse desenho.

Na folha tinha um desenho de um cérebro partido ao meio, com várias setas indicando os lugares. Eu entrei em pânico. Pensei que se aquilo fosse uma prova, eu passaria vergonha. Demorei para me concentrar, fiquei distraída com Shae que estava passando um lápis para Nicole que sorria em agradecimento. Ela tinha um sorriso lindo. Pensei em como estaria o braço dela, e se eu deveria perguntar. Queria mesmo era perguntar por que ela andou perguntando por mim. Voltei ao exercício. Ok, um cérebro. Eu tinha lido e estudado um pouco sobre o assunto, respirei fundo para me acalmar. Eu conseguiria, sabia que sim. Até que alguns minutos depois meu celular toca: