O segredo

1.3K 94 52
                                    

Hey there! 💛

Mais um capítulo quentinho pra vocês.
Espero que gostem e deixe o coração de vocês quentinho.

Um super beijo.
💛🌻✨
----------------

No dia seguinte não a encontrei nos armários e nem nos corredores durante toda a manhã.

Estávamos em semana de avaliações e tudo estava muito corrido dentro dos corredores da escola, talvez por isso ela não tivesse me esperado em algum lugar.

O sinal soou para anunciar o horário do almoço. Segui em direção ao refeitório e ela estava na fila, me aproximei de fininho por trás de Nicole e cobri os olhos dela com as mãos.

- Faz tempo que não te vejo. – murmurei junto ao seu cabelo.

Ela virou os calcanhares em minha direção. Os outros na fila viraram para nos olhar. Shae estava ao lado, e vendo o que aconteceu arregalou os olhos.

- Te procure a manhã inteira. – falei para Nicole – senti sua falta nos armários.

- É... Com licença. – ela virou falando aos amigos que estavam junto a ela na fila. Se afastando, evitando me tocar. Mas por que? E por cima do ombros ela acrescentou:

- preciso tirar uma dúvida de anatomia com a Waverly. Divirtam-se sem mim. – ela disse se afastando – mesmo sabendo que será difícil.

Ela me levou para fora do refeitório, em um corredor vazio próximo aos bebedouros. E sussurrou com urgência:

- O que você está fazendo?

- Hã... Te dando oi? Eu estava com saudades. – estiquei a mão para afastar uma mecha de cabelo da boca dela.

Ela se afastou. O olhar dela vasculhando os corredores. Meu estômago se retraiu. Que olhar era aquele? Nojo? Meu Deus, o que eu tinha feito? O final de semana tinha sido tudo mentira? Eu entendi errado? Ela deve ter percebido a palidez em meu rosto e levantou as mãos em defesa:

- Não, Waverly, não. Não é isso. – ela pegou minha mão rapidamente e apertou – a gente só... – ela olhou novamente pros lados – só precisamos pegar leve aqui. Na escola. Você entende o que quero dizer, né?

- Não, não entendo o que você quer dizer. Achei que você tivesse orgulho do que é.

- Mas eu sou. Você que não é.

- Mas eu quero ser. Quero poder falar livremente com você nos corredores.

- Wave... – ela fechou os olhos balançando a cabeça – vamos conversar sobre isso depois, tá bem? Por enquanto, precisamos pegar leve.

A mágoa transparecia em meu rosto.

- Ei.. – ela disse suavemente, acariciando meu rosto – só não quero que isso te machuque.

Machucar? Como um sentimento tão bonito poderia me machucar? Ela tocou a ponta do meu nariz, sorrindo, e se afastou, seguindo em direção ao refeitório. Deixando-me ali, em suspenso. No vácuo.

Na aula de anatomia ela se sentou ao lado de Shae. Não me passou nenhum bilhete, nem sequer olhou pra trás, mas Shae sim, como se estivesse me estudando, séria, quase como... com raiva? Ela virou para Nicole e disse algo em seu ouvido, rindo. Fez como se eu me sentisse alvo de piadas. Não entendi nada, será que aquilo fazia parte de alguma nova regra social? Se sim, esperava que Nicole pudesse me dar dicas depois. Ao final da aula, elas saíram juntas da sala. E como um cachorrinho abandonado, eu caminhei atrás delas. A cada duas palavras, Shae a tocava no braço, outra vez apertou sua cintura em uma risada. Se ela fizesse isso de novo, fervi, ela ia beijar o chão.

Na área das escadas, elas se separaram, Shae desceu e Nicole ia subir pro próximo andar. Ela virou a cabeça, para me olhar e sorriu. Eu não sorri de volta, meu rosto fervia de raiva. Por que ela falava com Shae e não comigo?

- Espero que tenha dado uma olhada nos panfletos que te dei.

Dei um salto. Lucado havia se aproximado e estava agora ao meu lado.

- Sim, eu dei uma olhada.. – menti – parecem ser universidades interessantes.

- Você tem um dom, Earp. É raro, e você não deveria desperdiça-lo.

Aquelas palavras se embolaram em minha mente. Um dom. Será?

- Obrigada, professora. – falei automaticamente.

- Continue pensando sobre isso. Caso você não queira seguir em si a área da saúde, quem sabe a área de ensino em saúde. Tenho certeza que você se daria muito bem. – ela suspirou e saiu descendo as escadas.

Ensinar? Ser professora? Nunca tinha me passado sobre isso na cabeça, mas não era lá uma ideia totalmente ruim.
----------------

Cheguei em casa correndo, naquela mesma tarde teríamos o evento beneficente na escola, que o conselho havia organizado desde o começo do semestre.

Right TimeOnde histórias criam vida. Descubra agora