Porto seguro

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Oi anjinhos!
Como estão? 🌻

Espero que gostem de mais um capítulo e obrigada novamente por cada comentário. ♥️

Beijinhos 🌈
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De todas as coisas que precisei contar na vida a alguém, uma das piores foi ter que contar tudo o que tinha acontecido a Wynonna. Ela permaneceu em silêncio enquanto eu contei tudo, não me interrompeu em momento algum, assim como eu havia lhe pedido. Entre soluços e lágrimas, eu terminei de contar. Por alguns segundos, achei até que a ligação tivesse caído pelo silêncio que ficou do outro lado da linha. E nunca irei esquecer da sua resposta:

- Waverly, eu estou voltando para resolver tudo isso. – Ela disse com uma voz tremida, fungando um pouco.

Eu implorei para ela não ligar pra Michelle, implorei para não ter confusão. Tentei dizer que não queria atrapalhar seu processo de trabalho, mas ela pouco se importou com o trabalho, alegando que eu era muito mais importante. Pouco menos de uma semana, era o tempo que levaria para ela voltar a Purgatory, e sabe lá o que poderia acontecer.

Na escola, após a briga de Nicole e Champ, Sr. Garcia pegaria ainda mais no nosso pé. Eles tiveram como punição ficar até mais tarde e ajudar na limpeza do pessoal do refeitório, algo bobo, na minha opinião. Acho que o nosso diretor não queria sujar nosso histórico escolar no último ano, pura bondade, talvez. Eu não tive punição, apenas recebi alguns conselhos para ter uma boa convivência nos arredores da escola. Como se a culpa tivesse sido minha de Champ ter surtado.

- Você não precisa me esperar até mais tarde, Waves. Vá para casa, toma um banho e me espera lá. – Nicole disse logo após eu ter dito que ficaria esperando ela sair da punição.

- Não, Nicole, não é justo. E eu não vou deixar você sozinha com... – Olhei em direção a Champ, que se estivéssemos em um desenho animado, estaria soltando fumaça pelas orelhas.

- Não se preocupe com isso – ela também o acompanhava com o olhar – depois que o Sr. Garcia disse que se visse isso se repetir, contaria aos pais dele e colocaria isso no histórico, eu duvido que ele chegue perto de mim de novo. E também, - ela soltou um risinho – ele apanhou feio, Waves, vamos combinar...

- Nicole! – Revirei os olhos rindo. – Isso não tem graça, olha só para você... – Segurei sua mão, vendo os nós de seus dedos quase em carne viva. Olhei seu rosto, e próximo ao seu olho, um pequeno roxo, e sua boca cortada. – Se machucou feio também, e eu não quero mais ver você se machucar por minha causa.

- Está tudo bem, não foi a primeira briga que tive com algum idiota, amor. – Confessou. – Agora preciso ir na enfermaria. – Disse levantando sua mão em minha direção, fazendo uma careta.

- Boba. – A abracei pela cintura – eu te acompanho.

Ao final das aulas naquele dia, Nicole me mandou uma mensagem, avisando que iria começar a limpeza do refeitório. E como as provas finais estavam se aproximando, respondi dizendo que estaria na biblioteca, estudando e colocando em dia alguns trabalhos avaliativos que perdi. Algumas horas depois, Nicole apareceu na biblioteca, com a roupa toda suja.

- Você estava limpando o refeitório com sua camisa, amor? – Brinquei. E ela olhou para baixo, avaliando o estado da roupa.

- Wav – ela ria – você acredita que me pediram para lavar o fogão inteiro?! E aquilo estava em um estado lastimável! – Ela dizia ainda rindo, nem parecendo que estava cumprindo uma punição. – Mas valeu a pena, agora eu digo com orgulho que ele é o fogão mais brilhante que existe. – Disse erguendo um dedo no ar. Olhei ao redor, e somente duas pessoas estavam em uma outra mesa adiante, me aproximei lhe dando um beijinho suave nos lábios

- Você fica linda até quando está suja.

Suas bochechas coraram.

- Você é suspeita para me dizer isso. – Ela tocou a ponta do meu nariz – Podemos ir agora? Eu preciso urgente de um banho. – Disse fazendo uma cara engraçada.

Juntei meus materiais, guardando na mochila. Durante o caminho até em casa, Nicole foi me contando como foi a tarde na punição e como Champ reclamou de todos os serviços que a chefe do refeitório passou para ele. E como se não bastasse, disse que ele lançava olhares que exalavam ódio por ela, mas que ela tinha mantido a pose de durona. Estacionamos na garagem da sua casa, e entramos pela porta dos fundos. A mãe dela estava colocando pequenas caixas empilhadas sobre a mesa, quando nos viu entrando.

- Oi queridas, por que demoraram tanto? – Veio em nossa direção nos cumprimentando com um beijo na cabeça. – E filha, por onde você andou? – Ela segurava a camisa da Nicole, como se estivesse me mostrando – Estava trabalhando em uma ofici... Nicole Rayleigh Haught, o que foi isso no seu rosto?!

- Ah, isso? – Ela apontou pro rosto, irônica – Ah mãe, não foi nada. Um idiota na escola tentou machucar a Waverly, e eu a defendi, mas está tudo bem, mãe.

- Tudo bem? Olha para o seu rosto! E desde quando você se mete em briga, minha filha? – Sra. Haught puxou uma cadeira e sentou, com uma expressão incrédula.

- Foi por isso que me atrasei, acabei tendo que limpar o refeitório como punição.

- Isso vai para o teu histórico? – A mãe perguntou preocupada.

- Não, mãe, o Sr. Garcia não anotou nada, por isso nos puniu.

Sra. Haught colocou a mão sobre o peito, e respirou pesado. E seu olhar me procurou.

- E você, pequena, tá bem?

- Sim, estou bem, Sra. Haught. A culpa toda foi do garoto, ele realmente foi um idiota. Minha sorte foi Nicole ter me defendido, mas sinto muito que tenha se machucado um pouco. – Levei meu olhar para o chão, eu já me sentia envergonhada de estar ali.

- Bom – Nicole quebrou meu raciocínio – Eu vou tomar um banho, meu corpo inteiro grita por isso. – Ela beijou o rosto da mãe e caminhou até às escadas, eu a segui.

- Waverly. – A mãe dela chamou – Você pode vir aqui um minutinho, querida? – Senti meu estômago queimando. E ao me aproximar, ela puxou uma cadeira, me convidando a sentar. – Eu gostaria de pedir desculpas a você.

- Desculpas? Por qual motivo, Sra. Haught? – Perguntei confusa.

- Por eu ter ido falar com sua tia. Eu me preocupo com você, como se fosse minha filha. E como já passei por essa situação, eu pensei que conseguiria tranquilizar um pouco a mente dela, em momento algum eu quis deixá-la alterada ou que isso caísse sobre você. Você poderia me desculpar por ter me intrometido? – Ela segurou minha mão, em um gesto de carinho.

- Eu não preciso te perdoar, Sra. Haught. Eu agradeço de coração por ter tentado, mas minha tia é... complicada. Mas queria dizer que não há motivos para se preocupar, minha irmã esta vindo de viagem e então poderei me estabelecer com ela em algum lugar.

- Ah, querida, e outra coisa... Eu não quero que pense que eu não te quero aqui, talvez isso não tenha ficado claro anteriormente. Você pode ficar o tempo que for necessário, tudo bem? Eu só realmente me preocupei com toda essa situação.

- Não se preocupe, de verdade! Eu entendo e inclusive, só tenho a agradecer por vocês terem me recebido tão bem aqui. Eu vou ser eternamente grata e tenho uma dívida com vocês.

- Não tem, não, querida. – Ela me abraçou – O maior prazer do mundo foi te acolher. Estamos resolvidas, então? – Assenti e ela me soltou – Então agora vai tomar um banho também e depois venham aqui comer uma macarronada deliciosa que preparei para o jantar.

Corri escada acima, para o quarto da Nicole. Um pequeno peso havia sumido das minhas costas, esses últimos dias estava me sentindo um incômodo aqui e fico aliviada de tudo ter sido apenas uma impressão negativa que tive. Um sorriso surgiu em meus lábios quando encontrei Nicole usando apenas suas roupas íntimas enquanto secava os cabelos de costas para a porta. Meus olhos percorreram seu corpo e pararam em um ponto específico, sorri e a abracei por trás.

- Que visão incrível acabei de ter. – Beijei suas costas e ela sorriu.

Nicole virou, ficando de frente para mim, acariciando meu rosto. Poderia passar o tempo que fosse, mas todas as vezes que ela me tocava, eu sentia meus pelos arrepiarem pelo corpo inteiro. Com as pontas dos dedos ela tocou meus ombros, e desceu pelo meu braço, parando em meus dedos e entrelaçando aos seus. Ela encostou a testa na minha, e assim ficamos por um tempo.

- Obrigada. – Falei quebrando o silêncio.

- Pelo que exatamente?

- Por tudo. Por ser tão incrível, tão única. Por ser meu porto seguro. – Senti meus olhos marejados.

Nicole permaneceu de olhos fechados, com um sorriso no rosto. Ela se aproximou da minha boca dizendo:

- Eu faria qualquer coisa por você. E não precisa me agradecer por nada disso.

E então ela colou os lábios nos meus, em um beijo devagar e cheio de sentimentos. Sua língua leve tocando a minha, fazendo minha nuca arrepiar de imediato. Suas mãos firmes, tocaram minha cintura e ali eu poderia me desmanchar. Nosso beijo foi se intensificando cada vez mais, e Nicole começou a desabotoar os botões da minha camisa e deixando a mesma cair em nossos pés. Com uma única mão, ela abriu o fecho do meu sutiã e abriu um sorriso no meio do beijo.

- Sua mãe – minha voz ofegava – disse que tínhamos que descer para comer. – Ela mordeu meu lábio inferior e soltei um gemido em meio ao beijo.

- A minha fome é de outra coisa, Waves. – Respondeu firme, mordendo meu pescoço. E eu senti o meio das minhas pernas dar sinal.

Ela me puxou pela cintura, colando meu corpo ao seu e eu senti os nossos seios se tocarem por cima das peças íntimas, com meu sutiã frouxo em meu torço. E com as mãos, ela segurou meu quadril e apertou, gemi, mas dessa vez foi de dor.

- Te machuquei? – Ela parou, me olhando preocupada.

- Não foi você, é essa droga que acabei batendo quando cai lá em casa. – Falei apontando para o lugar onde o aparador bateu. – Desculpa.

- Não é culpa sua, eu terei cuidado, tá bom?

Sorri em resposta, ela sempre foi muito cuidadosa comigo, principalmente na cama. E muito mais sabendo que meu corpo ainda reagia a dores do acontecido com Michelle. E para estragar o que estava ficando bom, a mãe dela gritou do andar de baixo, chamando para jantar. Ela soltou um suspiro de decepção.

- Se você não demorar a descer, mais rápido você pode comer a sobremesa. – Sussurrei no seu ouvido, a provocando.

Ela abriu um sorriso travesso, e quando tentou me puxar mais uma vez eu me esquivei, peguei minha blusa no chão e sai correndo pelo corredor, vestindo a peça com rapidez e rindo ao olhar para trás.

- Waves! – Ela veio atrás, gargalhando e tentando colocar a camisa de forma correta no corpo.

Ah, Deus, como eu gostava dessa garota.
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Logo após o jantar, eu corri para o banho e ainda precisava concluir uma atividade de anatomia para entregar na próxima semana e com Wynonna voltando, eu não sei se iria conseguir me concentrar com isso. Depois do banho, coloquei o único pijama que consegui pegar quando sai correndo de casa.

Casa.

Essa palavra só tinha sentido ultimamente quando eu olhava para ela. Sentada na sua cama com as pernas cruzadas, segurando um livro de terror nas mãos. Seu cabelo ruivo caindo sobre os ombros, ela definitivamente era a garota mais incrivelmente linda que já vi na vida. Encostei na entrada da porta do banheiro e fiquei apenas observando, guardando na memória cada detalhe daquela que parecia ter saído de dentro dos meus sonhos mais bonitos. Logo, um par de olhos castanhos surgiram acima do livro, de encontro com os meus. Ela abaixou o livro e sorriu.

- O que foi?

- Nada, estava apenas admirando você no seu mundinho. – Segui em direção a cama, me aconchegando ao seu lado. – Será que você está lembrada da atividade de anatomia da semana que vem?

- Droga, esqueci! É para segunda?

- Uhum! O que você acha de fazermos agora? Pelo menos no final de semana não iríamos precisar perder tempo com isso.

Ela concordou, levantamos da cama e sentamos em sua mesinha de estudos, Nicole pegou seus materiais e eu a segui. Juntas conseguimos montar um mapa completo do sistema urinário e suas funções. Vez ou outra, ela levantada e depositava um beijo em meus lábios por cima da mesa, aquecendo meu coração com tal ato. A mãe dela gritou um boa noite lá da porta do seu quarto, e em um coro, nós duas respondemos. E algumas horas depois, concluímos tudo.

- Nossa, achei que não iríamos terminar nunca. – Falei jogando minha cabeça na mesa.

Nicole riu baixo, e levantou da cadeira, vindo para o lado que eu estava. Ela parou atrás de mim, e abaixada, colocou meus cabelos para o lado, deixando minha nuca e costas exposta. Sorri quando senti meus pelos arrepiarem. E com todo cuidado e carinho, ela começou a beijar cada pedaço de pele que estava vendo. Na minha nuca, ela mordeu de leve, me fazendo contrair as pernas involuntariamente.

- Nic...

- Shhh, não fala nada. – Ela disse por cima da minha pele, e consegui sentir o seu hálito quente próximo ao meu ouvido.

Coloquei os braços para trás, na tentativa de tocá-la, mas ela segurou meus pulsos sobre a mesa, me impedindo de realizar qualquer coisa.

- E não me toque também.

Senti meu corpo pulsando de desejo.
Nicole girou a cadeira, se colocando a minha frente. E agachada, ela começou a passar as pontas dos dedos pelos meus tornozelos, subindo pela minha perna, até minhas coxas, sentindo cada pelo do meu corpo reagindo ao seu toque. E por dentro da blusa do pijama, ela tocou minha barriga, subindo lentamente e sem retirar os olhos dos meus. Com as duas mãos, ela segurou cada um dos meus seios, apertando com cuidado, segurando a ponta de cada um deles entre os dedos. Quando levantei minhas mãos para tocar seu cabelo, ela se desviou.

- Ainda não. – Disse seria, e achei a coisa mais sexy do mundo.

Obedeci, segurando as laterais da cadeira, enquanto ela retirou as mãos e segurando as pontas do pijama, puxou minha camisa para fora do meu corpo. Ela apontou para o short do pijama que eu usava.

- Tira.

E se distanciou, esperando que eu fizesse sozinha o que tinha me pedido. A obedeci, enquanto ela levantou, trancou a porta e deixou apenas uma luz fraca acesa no quarto. Sentei novamente na cadeira, e ela se aproximou, dessa vez abaixou e começou a beijar meus joelhos, subindo com a língua até a parte interna das minhas coxas, depositando pequenas mordidas apenas para me provocar. E chegando no meio, por cima da calcinha ela me beijou, de leve, e senti meu corpo se contrair. Ela continuou beijando minha barriga e com a língua, subiu até meus seios. Em um deles, ela começou passando a língua com movimentos circulares, enquanto com o outro, ela segurava firme com a mão. Nicole dedicou um pouco do seu tempo apenas estimulando cada um deles, e eu já sentia que meu baixo ventre estava pronto para ela.
Delicadamente, ela passeou seus dedos na lateral do meu quadril, vindo para o interior das minhas pernas. Com apenas um dedo, ela passeou pela lateral da minha calcinha, me provocando enquanto sua boca não saia dos dois pequenos montes em meu corpo. Ela puxou a calcinha para o lado e me tocou. Um gemido saiu baixo e eu não resisti, segurando seus cabelos. Ela começou a descer, sempre beijando cada parte que passava, e no meio das minhas pernas, com minha calcinha de lado, ela passou sua língua devagar, me fazendo segurar ainda mais firme seus cabelos entre meus dedos. E em um movimento suave e lento ela continuou. Meu quadril começou a se movimentar junto com ela, sentindo a sua boca me explorando por inteiro. Então ela parou, se colocando em pé e estendendo a mão para mim. Quando levantei, ela se aproximou do meu ouvido, segurando minha calcinha e puxando para baixo dizendo:

- Eu quero você aqui em cima dessa mesa.

Soltei todo o ar que tinha nos meus pulmões, e quase achei que minhas pernas não iam me segurar de tão bambas que ficaram. Ela selou nossos lábios, me puxando pelas pernas e me colocando por cima da mesa. Deixei minhas pernas abertas, cada uma de um lado do seu corpo, e puxei sua cintura para se encaixar em mim. Rapidamente retirei seu pijama e completamente nua, Nicole me puxou ainda mais para perto e eu senti o meu meio tocar sua barriga. Apoiei meus braços na mesa, atrás do meu corpo, e meu quadril se movimentou em sua barriga. Nossas respirações ofegantes eram a única coisa que dava para ouvir no quarto, e os baixos gemidos. Meus movimentos ganharam velocidade e sem aviso, ela colocou dois dedos dentro de mim, enfraquecendo meus braços. Segurei firme na mesa enquanto ela lentamente entrava em meu corpo... Sem parar, aumentando a velocidade enquanto sua boca alcançava meus seios novamente.

- Waverly... – ela sussurrou – vem pra mim...

E com movimentos mais rápidos e fortes, eu senti meu corpo chegando ao ápice quando sua língua tocou a minha em um beijo desesperado. E entre respirações pesadas e gemidos, meu corpo se entregou a ela. Agarrei seu pescoço, sentindo meu corpo mole, pesado, enquanto lentamente ela retirou os dedos de dentro de mim.

Ficamos braçadas, até que nossa respiração voltasse ao normal. Seus braços em volta da minha cintura, enquanto beijava com carinho meus ombros.

- Uau. – Foi a única coisa que consegui dizer. Nicole riu e quando minhas mãos começaram e descer pelo seu corpo, ela me segurou.

- Não. Hoje é só você. – Disse com a mesma firmeza de antes. Soltei um gemido revoltado.

- Você é malvada. – Estreitei os olhos, e ela respondeu com um sorriso mostrando as covinhas em seu rosto.

- Com você, eu jamais seria. Te machuquei? – Perguntou preocupada.

- Claro que não. – Beijei a ponta do seu nariz – Você nunca faria isso.

Então ela me segurou em sua cintura e me retirou da mesa. Antes de me colocar na cama, ela girou meu corpo pelo quarto e nós duas gargalhamos.

- Não conheço esse tipo novo de balé sem roupas. – Brinquei.

- Ah, amor, esse tipo de balé eu conheço bem. – Ela respondeu, toda metida. Dei um tapinha em seu ombro rindo.

- Boba!

Nicole me jogou na cama, com seu corpo por cima do meu. Enrosquei minhas pernas ao redor da sua cintura, a puxando para mais um beijo apaixonado. E quando senti meu corpo implorando por mais, me aproximei do seu ouvido.

- Você está com sono? – Perguntei.

- Não, por que?

- Por nada... Só queria saber se você não gostaria de me ensinar mais passos desse seu balé pessoal.

Nicole riu e puxou meu quadril em contato com seu corpo, e lá iriamos nós mais uma vez.
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Na manhã seguinte eu me sentia um pouco melhor. Acordei com uma notificação no meu celular, era Wynonna, avisando que tinha embarcado e que em breve estaria por aqui. Eu realmente estava feliz por ter minha irmã de volta depois de tantos meses, mas eu jamais imaginaria que seria por tal motivo. Nicole ainda dormia ao meu lado, me aproximei de seu rosto, lhe dando um beijo próximo a sua boca.

- Ei... Bom dia. – continuei espalhando beijos por todo o seu rosto.

- Se todos os dias eu acordasse assim, eu não iria reclamar nunca. – Ela disse com uma voz rouca, e sorrindo largo, mostrando as covinhas do rosto.

- Não quer tomar um banho comigo? – Sussurrei no seu ouvido. Ela levantou um pouco, se apoiando em um dos braços, virando em minha direção.

- Só se você aceitar tomar um sorvete comigo hoje. – Disse com uma carinha amassada de sono.

- Aí, eu adoraria! – Levantei em um pulo, empolgada – então vem... – puxei minha namorada pela mão, quase que a derrubando da cama.
Em meio a risadas, Nicole tirava a própria roupa e a minha também.

- Waves, assim nós vamos cair! – Ela dizia enquanto em a puxava pelo braço, para entrar na banheira.

- Se você cair, eu vou cair junto, lembre disso!

E com o chuveiro ligado, empurrei seu corpo para baixo da água, molhando seu cabelo enquanto ela me segurava pela cintura. Coloquei um pouco de shampoo nas mãos, e passei sobre seus cabelos, massageando, enquanto espalhava por seus fios. Nicole estava de olhos fechados, e não abriu em nenhum momento. Peguei uma esponja laranja que ficava pendurada próximo ao box, e comecei a ensaboar todo o seu corpo. Dos ombros até os tornozelos.

- Estou me sentindo um bebê. – Ela riu, mas sem abrir os olhos.

- Mas você é. O meu! – Falei em seu ouvido, e ela sorriu, apertando um pouco mais minha cintura.

Continuei minha agradável tarefa, virando-a de costas e passando a esponja por toda sua coluna, aproveitando o momento para admirar seu corpo nu. Nicole é linda, um corpo de deixar qualquer um babando por onde ela passar. Se eu pudesse, passaria todo o tempo que tenho livre apenas olhando para o seu corpo sem roupas. Soltei a esponja, e com minhas mãos, fui explorando seu ser, até chegar em seu quadril e com as duas mãos, apertei.

- Hey – Ela virou rindo – Waverly Earp, você está se aproveitando de mim? – Disse provocante.

- Eu? – Ergui as mãos em defesa – eu não estou fazendo nadinha, juro!

- Mas deixa eu te contar um detalhe... – disse próximo ao meu ouvido – se as mãos forem as suas, eu deixo.

Então para provocá-la, respondi baixinho também no seu ouvido.

- A culpa é sua por ser tão gostosa.

- Ah é? – Ela arregalou os olhos, me puxando pela cintura – que coincidência, eu digo o mesmo sobre você.

E quando ela começou a beijar meu pescoço, alguém bateu na porta do quarto.

- Nicky? – Era Thomas, o irmão mais novo dela – Tem uma menina lá na porta querendo falar com você.

Uma menina?

- Ah, tudo bem, avisa que já estou descendo, tá? – Ela gritou do banheiro. Pegando a toalha e enrolando sobre o corpo. – Eu vou descer para ver quem é, não demoro.

E enquanto ela vestia uma roupa e descia para atender quem quer que fosse, eu terminei meu banho e coloquei uma das poucas roupas que ainda me restavam. Tentei espiar pela janela, para ver se eu conseguia ver algum carro conhecido, ou algum rosto familiar, mas não consegui. Até que a porta do quarto se abriu, e Nicole colocou apenas a cabeça dentro.

- Você já está pronta? – Ela perguntou.

- Eu? – Apontei para o meu próprio peito e olhei minhas vestes – eu estou, mas pronta para o que exatamente? – Devolvi a pergunta, confusa.

- Você tem visita.

- Visita? – Levantei da cama e caminhei até a porta. – Quem?

- Vem... – ela disse abrindo espaço para que eu passasse.

Caminhei em direção às escadas e lá ao lado da porta da entrada, estava Hetty. Parecia envergonhava, com as mãos atrás do corpo.

- Hetty?

- Waverly! – Ela abriu um enorme sorriso ao me ver e correu escada acima, se jogando em um abraço. – Estou tão feliz em te ver. – ela me apertava forte.

- Como você sabia onde me achar? – Perguntei confusa.

Hetty e Nicole trocaram olhares que considerei suspeitos e eu fitei as duas, apontando meu dedo indicador na direção delas.

- Acho que ouvi minha mãe me chamar. – Nicole apontou para a cozinha e desceu as escadas apressada. – Vocês duas, conversem. Vocês precisam uma da outra. – Ela se aproximou de Hetty, tocando seu ombro. – Obrigada, tá? E conte a ela.

Depois disso, ela seguiu em direção a cozinha. Convidei Hetty para ir até o quarto da Nicole, onde poderíamos conversar melhor. Hetty entrou observando tudo no ambiente, como sempre fazia. Depois sentou na cama e tirou de seus ombros uma mochila gigantesca que carregava. Fiquei surpresa de não ter reparado no volume de suas costas antes, acho que foi porque fique muito pasma com a sua aparição.

- Eu trouxe suas coisas. – Ela disse abrindo a bolsa e tirando um saco de lixo enorme.

Então era isso que minha vida tinha se resumido. Lixo.

- Peço perdão pelo jeito de trazer, eu não sabia onde tinha uma mochila maior e coloquei tudo o que pude. – Ela deu de ombros e acrescentou – Ela ia jogar tudo fora, você acredita?

Uma dor percorreu meu coração.

- Meu cofre veio junto?

- Não, eu não consegui pegar, ela ficou com ele. Ela disse que... – e parou de falar.

Estreitei meus olhos.

- Ela disse o que?

Hetty levou sua mão a boca, roendo a unha.

- Nem precisa dizer, eu posso adivinhar. – Continuei – Ela acha que eu devo muita coisa a ela e por isso ficou com meu dinheiro. Isso é injusto...

Olhei a janela, tentei achar algum ponto através do vidro que me fizesse segurar as lágrimas que já insistiam em cair.

- Mas finalmente, o que você precisa me contar?

- Não fui eu. – Hetty sustentou o olhar no meu – Eu nunca faria isso.

- Isso o que?

- Contar sobre você.

- Mas eu nunca achei que tivesse sido você, Hetty.

- Não? – Ela arregalou os olhos – Achei que eu fosse uma possibilidade para você.

- Quê? – Sentei ao seu lado, e toquei seu ombro – Em nenhum momento eu pensei que tivesse sido você, tá bom?
Ela concordou, olhando para o chão.

- Me desculpa. – A voz dela era triste.

- Desculpa pelo o que?

- Por eu não ter conseguido te defender naquele dia. Tudo aconteceu tão rápido, eu tentei afastar ela de você aquela noite, mas eu falhei.
Então ela levou as mãos até o rosto, cobrindo os olhos e soluçou. Hetty, a garota que fazia pose de durona, estava chorando bem na minha frente.

- Ei... – me aproximei, a abraçando – Você não precisa me pedir desculpas por isso, nada poderia ter impedindo o que aconteceu e não foi sua culpa, Hetty.

Ela se acomodou em meu ombro, chorando. Ofereci um pouco de água que Nicole sempre levava para seu quarto à noite, mas ela negou. Depois de um tempo, ela se afastou do meu abraço.

- Não brigue com a Nicole – disse – Eu insisti para ela me contar onde você estava. Eu... Eu estava muito preocupada com você.

Ela estava preocupada comigo? E foi naquele momento que eu me senti culpada, por todos os momentos em que a tratei mal, em que reclamei de algo e a julguei sem a menos conhecê-la melhor antes.

- Mas então – eu disse forçando um sorriso – Como você está? Como estão as coisas?

Ela olhou para mim, colocou o dedo na boca e fez como se fosse vomitar.

- Tudo esquisito. Você pode imaginar.

- Você sabe quem contou a Michelle sobre mim?

Os olhos dela encararam os meus, mais uma vez.

- Acho que sei. – Ela respondeu soltando o ar.

Esperei, mas ela ficou em silêncio. A minha vontade era voar no pescoço dela e dizer para ela contar tudo o que sabia. Mas o que ela poderia me contar? Não iria mudar a situação de modo algum. Tinha acontecido e era isso. Eu não mudaria quem sou, e nem deixaria Nicole por conta de alguém que foi fofocar sobre a minha vida. Minha voz interior pediu para que eu superasse, seguisse em frente e não pensasse mais sobre esse assunto. Mas algo dentro de mim ainda queria saber quem tinha sido.

- Foi a Sra. Emily?

- Quem?

- Sra. Emily. Ela é amiga da Michelle e conselheira lá na escola.

- Não, eu nem sei quem é essa mulher – minha meia irmã disse.

E então, outro longo e desconfortante silêncio. Não acredito que eu teria que arrancar essa informação de Hetty, porque se fosse preciso, eu faria...

- Teve um dia que Michelle saiu ligando para todos os seus amigos tentando achar você. Você tinha saído, dizendo que ia encontrar com Rosita, que ia ver algo sobre algum vestido, não sei dizer...

Droga. Um dia, eu disse que iria comprar um vestido com Rosita, para o bendito jantar com o prefeito. Jantar que nunca fui, e que depois de ter sido expulsa de casa, me parecia ridículo. E claro, eu não saí com Rosie e nem fui olhar vestidos. Eu estava com Nicole aquela noite.

- Beth – sussurrei – Eu já deveria saber.

- Não, a Beth não estava em casa nesse dia. – ela pausou – Mas a Rosita estava.

Rosita? Não poderia ter sido ela, uma das minhas melhores amigas. E Hetty continuou...

- Ela conversou com a Rosita por dois minutos, e depois ligou para outra pessoa. Foi quando ouvi ela perguntando “que namorada? ”, e eu pude ter certeza que ela estava falando com o Champ.

- Champ? – Meu queixo caiu – Mas... – não tinha como ser ele, isso aconteceu antes da briga dele com Nicole. Ou será que ele sabia de tudo antes e esperou o circo pegar fogo primeiro? Será que foi ele quem espalhou tudo para a escola?

- E Waverly, depois que ela desligou a ligação, ela pirou! Ficou surtando pela casa inteira. Totalmente pirada! Ela me atacou, me deu um tapa na cabeça, dizendo para eu contar tudo o que eu sabia. Mas eu não contei, juro! Então ela foi para o seu quarto, certeza que ela estava procurando alguma coisa. Alguma prova, sei lá. Ela sempre mexe nas suas coisas, no seu guarda roupa...

- Você tá brincando? – Eu sabia apenas que ela recolhia algumas roupas no cesto, e colocava para lavar.

- Não, juro que não. E em todo caso, acredito que ela achou alguma coisa. Acho que era um cartão, algo assim.

- Acho que foi o cartão que veio junto com as flores e o Simba, mas eu escondi ele no meu cofre.

- Então, ela também mexe no seu cofre. E todos os dias, ela ia conferir a sua tabela de pílulas.

- QUE? – Gritei surpresa – Minhas pílulas anticoncepcionais?

- Sim, exatamente essas.

- Ué, mas isso não indica nada...

Então o celular dela tocou e ela atendeu, conversando brevemente com alguém.

- Ah, droga, tenho que ir. Meu pai está aqui na frente me esperando, acabei pedindo para ele me trazer aqui.

Meus olhos seguiram para a janela. O carro de Lou estava parado do outro lado da rua e ele parecia impaciente, dando tapinhas no volante. O seu olhar cruzou com o meu, e ele deu um sorriso amarelo ridículo.

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