11 | A ilusão que eu escolhi viver

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Seokjin socou o travesseiro. Deu um gancho com a mão direita, imaginando a cara de seu gerente. Já o gancho da mão esquerda, imaginou colidindo em um rosto familiar, que via todo dias pela manhã. O dele próprio.

Não gostava de violência, nunca gostou. Porém era inevitável seguir seus instintos grotescos quando se sentia como um animal enjaulado. A sensação de impotência era algo que o jovem descobriu que não sabia lidar. Odiava a si mesmo por não ter coragem o suficiente de acabar com aquela chantagem, mesmo que ela significasse uma realização que tanto almejou.

Em um lampejo de consciência, soltou o travesseiro. Por mais que estivesse com os nervos a flor da pele, quebrar coisas não iria ajudar em nada. Pelo contrário, iria trazer mais problemas, pois os meninos iriam ficar de olho nele. Mesmo alterado, Seokjin tentava raciocinar.

Tateou seu celular. Não precisou procurar muito para achar o número de seu gerente entre as últimas ligações. Um toque, e ele poderia parar aquela chantagem barata. Recusaria o papel e teria liberdade de se relacionar com quem entendesse.

Enquanto ensaiava seu discurso, um barulho da campainha interrompeu seus pensamentos. Involuntariamente, largou seu celular na cama. Alguém estava a sua espera. E não era qualquer pessoa. Era alguém que o porteiro já conhecia, que vinha frequentemente. Assim como seu chefe.

Que bom que você veio, assim posso acabar com essa palhaçada pessoalmente.

— Ah, é só você... – Seokjin não pode esconder sua decepção ao ver Jungkook na soleira de sua porta. O rapaz carregava um notebook numa mão, e uma mochila nas costas. Provavelmente pediria pra passar a noite em seu apartamento.

— Não faz essa cara! Você me disse que eu poderia vir sempre que quisesse. - Jungkook fez um bico.

— Caso você avisasse! – Jin ajeitou o cabelo, indicando impaciência.

— Ai que mau humor! Você estava dormindo? - Entrou sem pedir permissão — Está até de roupão...

— Não eu não estava dormindo. Daqui a pouco tenho compromisso – Inventou qualquer desculpa que tinha na cabeça. Não queria enfrentar as perguntas do maknae, e tomar um ar fresco poderia ajudar a se acalmar.

— Vai ser rapidinho! Eu estou terminando de compor um música, mas não 'tá rolando lá no estúdio.– Jeon se justificou. Foi tirando os sapatos e colocando o notebook em cima do aparador da sala de estar. - Hoje tá todo mundo muito barulhento.

— Vou deixar você sozinho então. E se quiser algo, tem comida na geladeira. - O mais velho ergueu o dedo, expressando autoridade. - Não quero quero ver caixa nenhuma de Panda Express quando eu voltar, 'tá ouvindo?.

— Vai ser rapidinho, não vai dar nem tempo de pedir.. – Jeon completou a frase com um grito de dor.. Ao olhar para o tapete, um pequeno ponto cintilante chamou sua atenção. Ao se agachar, pode ver que era um pedaço do que parecia ser um pingente.

Era um botão de rosa, que continha um brilhante no centro. A peça era tão pequena e delicada, mas capaz de arruinar os segredos de um homem. Provavelmente tinha se desprendido de algum acessório de Sooyoung, que estivera ali algumas horas antes. Seokjin engoliu seco. Ele sequer podia mentir para Jeon novamente, pois estaria quebrando sua promessa.

— Nossa, você deve estar bem do apaixonado 'pra trazer mulher aqui.

— Foi só uma das meninas daquele "clube". – Jin desconversou.

— Ah Hyung! O clube tem quartos!- Jungkook jogou a peça pra cima. provavelmente estava divertindo-se em interrogar seu hyung. - Se fosse uma delas, não tem necessidade de trazer pra casa. Pode ir falando quem é.

Deixe Cair »  Kim SeokjinOnde histórias criam vida. Descubra agora