Deixe Cair » Kim Seokjin

18 | De volta ao lar

Como passava muito tempo na cozinha, a televisão tornou-se a maior companheira da senhora Park. Ainda mais depois que Sooyoung foi para a capital para realizar seu sonho, ligar o aparelho passou a ser uma forma de conexão com sua com a filha. A mulher não cabia em si de orgulho quando via o rosto de sua filha preenchendo a tela.

Assistia a todos os programas musicais que passavam a noite, e todos os programas de televisão que Sooyoung tinha participado. Não gostava de programas de variedades, mas se esforçava para acompanhar. Afinal, fazia tudo por ela.

Não poupava esforços para fazer o que fosse necessário pelo bem de Sooyoung. Ao ver o escândalo envolvendo o nome de sua filha na televisão, parou tudo que estava fazendo e foi imediatamente foi pegar o primeiro avião para Seul. Apesar das filhas menores insistirem muito para acompanharem a mãe na viagem, a senhora Park foi incisiva e deixou as meninas a cuidado do pai. Conhecia muito bem a filha mais velha, sabia que a última coisa que Sooyoung queria expor as suas irmãs. Os flashes de fotógrafos sedentos por um flagra poderiam assustar as garotas.

Fez uma mala com roupas básicas e seu cartão de crédito. Ainda que seu corpo se movesse em modo automático, a senhora Park sabia exatamente o que queria fazer: abraçar sua filha. Não sabia quais palavras usar, mas seu coração de mãe tinha certeza que acharia a palavras certas para acalmar Sooyoung.

Durante toda a viagem, procurou-se acalmar. Não poderia negar que estava chateada com a falta de cumplidade de sua filha em não lhe contar o que estava acontecendo. Por mais que estivesse entristecida com aquele fato, nada daquilo importava diante do sofrimento da sua pequena.

Chorou muito quando a garota partiu, ainda adolescente, para fazer seu primeiro teste, e chorou descontroladamente quando também viu o nome dela estampando o noticiário. Ainda sim, limpou suas lágrimas assim que o avião pousou em terra. Precisava ser forte, o porto seguro que sua filha necessitava naquele momento.

Após chegar do aeroporto, estava tão ansiosa em encontrar Joy que sequer tinha vontade de fazer alguma refeição. A senhora pegou o primeiro táxi que encontrou disponível e mostrou o endereço do dormitório do grupo. Da janela do veículo, podia observar os primeiros raios de sol aparecendo no horizonte.

Ao deparar-se com um mar de jornalistas na entrada do prédio, tentando invadir a privacidade de sua filha, a senhora não conseguiu pensou duas vezes em esbarrar propositalmente nos repórteres até chegar na portaria. Sua vontade era de bater em cada um daqueles paparazzi, porém mais escândalo só prejudicaria ainda mais. Repórteres só iam atrás de fotos assim porque existia uma plateia interessada na privacidade do outro. Aquelas pessoas que estavam ali trabalhando, eram só a ponta de um iceberg.

— Olá, senhor! — A mulher tirou o documento da bolsa, comprovando sua identidade. — Sou a mãe da Park Sooyoung, posso subir?

— Só um instante senhora, vou interfonar para elas... — O homem rebateu.

— Então você é mãe da artista? Um jornalista que estava ali perto da portaria escutou sobre o grau de parentesco e se aproximou ainda mais, com um microfone na mão a conversa — O que você acha dessa situação?

— Eu... — Em poucos instantes, a atenção a lente de todas as câmeras se voltaram para a mulher, que viu-se numa situação constrangedora. Seu estômago revirou-se ao experimentar do que era uma fração da realidade de sua filha. Mesmo envergonhada, tirou forças de onde não tinha para fazer um discurso. — Minha filha não fez nada de errado. Não merece ser julgada por se relacionar com alguém. Não é isso que nos torna humanos? O sentimento uns pelos outros?

Obviamente que ninguém ali se comoveu. Eram repórteres, munidos de câmeras e microfone, fazendo o seu trabalho. Contudo, a mulher teve esperança que o discurso de uma mão pudesse comover quem visse aquela mensagem.