POR VOCÊ - IyV

06

A partir desse capítulo vamos começar a desenrolar as coisas. Inês fez suas escolhas e precisa arcar com as consequências, não a julguem tão severamente ou matem a autora.

Inês não podia negar o quanto estava realizada, seu sorriso iluminava todo seu rosto, não tinham ficado no banheiro, Benigno a levou para seu carro que estrategicamente estava estacionado em um lugar mais escondido para que pudesse aproveitar da companhia de qualquer garota e a morena foi a escolhida da noite. Quando se aproximou de onde havia deixado seus amigos, olhou para todos os lados e não os encontrou, perguntou para Heitor que a avisou que tinham ido embora.

O coração de Inês disparou, perguntou-se se Victoriano tinha visto sair do banheiro com Benigno ou até mesmo Cristina e por isso foram embora, sabia que depois dessa noite, seu melhor amigo nunca mais a olharia na cara. Inês entendia que tinha traçado um caminho sem volta ao se deixar levar pelo desejo que sentia por Benigno, ele tinha machucado Victoriano seriamente, mas nem mesmo isso a fez recuar em suas decisões.

Inês deu aquela noite por encerrada, ligou para Laura que imediatamente mandou que a buscasse e em pouco tempo pode ver a propriedade que morava. Laura sondou a filha que a respondeu como tinha sido a festa, depois foi para o banho e quando deitou sua cabeça no travesseiro mandou mensagem para os dois amigos, mas não recebeu resposta de nenhum deles.

A cama parecia ter espinhos, precisava contar o que tinha acontecido para alguém, não contaria a Victoriano, não depois de ouvi-lo se declarar, mas para Cristina com certeza contaria mesmo sabendo que a amiga não iria aprovar o que tinha feito, estava cansada demais e acabou por pegar no sono. Victoriano não acreditava no que seus olhos tinham presenciado, não era verdade que sua melhor amiga estivesse com Benigno aos beijos e pior ainda que saiam de dentro do banheiro.

Victoriano sentia todos os ossos de seu corpo doer, ficou por incontáveis minutos olhando na direção que tinham ido e quando deu por si caminhou até Cristina, a festa já havia acabado para ele que a chamou para ir embora e mentiu ao avisar que Inês queria ficar. Victoriano deixou Cristina na porta de sua casa com um gosto amargo na boca, chegou em casa e não conseguiu entrar e sentou ali mesmo nas escadas da entrada.

O céu estava lotado de estrela, focou por alguns minutos no quanto a noite estava bonita, mas logo sua mente foi preenchida nas imagens de Inês se entregando a Benigno, seu coração rachou mais um pouquinho e as lágrimas começaram a transbordar de seus olhos. Ronaldo ao ouvir o carro ser estacionado, levantou-se para ver como o filho estava, mas não o encontrou no meio do caminho e sim na entrada da casa, chorando, não era o tipo de homem que tolerava ver homem nenhum chorando.

Chorar era para mulheres, sempre fez questão de deixar isso muito claro dentro de casa, mas não era qualquer homem que estava chorando e sim seu filho e não o magoaria com seu machismo. Ronaldo sentou-se ao seu lado, passou o braço por seu ombro e o trouxe para perto de seu corpo o deixando chorar o quanto quisesse, Victoriano deitou no ombro do pai, controlou o choro o quanto pode e respirou fundo.

— O que aconteceu? — Ronaldo perguntou olhando para frente para não vê-lo chorar.

Victoriano sabia bem que o pai não gostava daquelas cenas, mas ele estava quebrado e sentia que não podia se recuperar daquele tombo ou se conseguiria esquecer a cena de sua melhor amiga aos beijos com seu inimigo. Victoriano esperava sua oportunidade com Inês, mesmo negando a si mesmo seus próprios sentimentos, ele sabia que ela não era mais virgem, mas vê-la se entregar a Benigno, seu inimigo acabou com seu coração apaixonado.

O plano de Benigno tinha dado certo e Victoriano pensava em agradecer com um soco no meio de sua cara, mas era uma pena que Inês não percebia o quanto estava sendo usada somente para que ele fosse atingido com sucesso. O silencio ainda se fez presente entre os dois e só quando se sentiu capaz de falar sem gaguejar, Victoriano disse: