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Olá, olá. Segurem os forninhos porque a coisa esquentou. 

Não me matem.

Pri, hoje é o seu aniversario, espero que tenha passado um bonito dia, obrigada por permanecer na minha vida por tanto anos. Feliz aniversario. ❤❤

Inês conseguiu se projetar ao passado. Era como reviver as brigas entre Victoriano e Benigno, o modo como foi usada para atacar seu melhor amigo, o quanto quis uma pessoa que não tinha caráter nenhum. Inês sentiu-se mais uma vez estúpida por ter cedido as suas vontades, por magoar a pessoa que mais amava por um lixo de pessoa, no entanto não tinha mais como voltar atrás, olhar para o passado era perder mais uma vez seu marido e não estava disposta a que isso acontecesse por um maldito erro.

Inês sentiu a dor intensificar no seu corpo, o sorvete quis voltar no mesmo instante, suas mãos suaram e o corpo se endireitou na cadeira. Victoriano ainda não o tinha visto, estava concentrado na conversa com Frederico e dividia a atenção com a filha que comia do sorvete dos dois, Cristina olhou para a amiga e franziu a testa por ver o quanto estava pálida, no entanto antes que pudesse perguntar ouviu.

— Ora, ora. — parou diante de todos. — Juntos como nos velhos tempos!

Victoriano ao erguer os olhos sentiu seu sangue ferver, a colher que estava indo na direção da boca de Vick caiu no chão. Só poderia ser uma grande sacanagem do destino o trazer de volta justamente no momento em que mais estava feliz em sua vida, olhou para Inês que estava branca feito papel.

— O quê? Não vão me dar as boas vindas? — abriu os braços esperando, como se realmente fosse querido por alguém naquela mesa.

— O que está fazendo aqui? — Cristina foi quem perguntou. — É melhor ir embora.

Benigno sorriu ladino como fazia nos tempos da escola, no entanto não tinha mais o mesmo efeito de antes e seus olhos foram diretos a pequena Victória, seus olhos eram iguais aos de Inês e antes que pudesse falar ou fazer alguma coisa, Victoriano ficou de pé e foi até ele.

— Essa é...

— Acho melhor você calar a porra da sua boca. — Victoriano o interrompeu.

Cristina aproveitou o momento e pediu que Frederico tirasse a pequena dali e fosse comer o sorvete na praça, foi discreta para não assustar a afilhada.

— O que foi? — riu. — Está com medo?

Inês tomou fôlego e ficou de pé também. Não deixaria que acontecesse mais uma briga entre os dois, não era necessário magoar ainda mais Victoriano porque tinha a plena consciência de que um embate com Benigno respingaria direto em seu casamento.

— Vai embora daqui, Benigno. — Inês pediu. — Não estamos mais na escola para você ficar arrumando confusão.

Benigno a olhou dos pés a cabeça, seu sorriso ficou ainda maior por ver o quanto estava bonita, seu corpo bem mais desenhado do que quando estudavam juntos e Victoriano o segurou pela camisa de imediato, não iria permitir que ele a olhasse daquela maneira.

— Não olhe para ela. — Victoriano bradou. — Vá embora ou eu não respondo por mim.

Os olhares de ambos se encontraram e Benigno mesmo sabendo que poderia apanhar sorriu o segurando nas mãos.

— Eu só quero saber da minha filha.

O tom de Benigno era tão desdenhoso que o coração de Inês se apertou, o chão fugiu de seus pés e por um instante deixou de respirar. Não era possível que o passado estava mesmo de volta para lhe cobrar mais uma vez por suas escolhas, estava bem, feliz, reatando, ou melhor, recomeçando sua historia com Victoriano e o destino não poderia ser tão cruel assim.

POR VOCÊ - IyVOnde histórias criam vida. Descubra agora