POR VOCÊ - IyV

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Quem é vivo sempre aparece kkkk. Espero que gostem desse.

MAIS TARDE...

Inês sempre quis uma família grande, queria que Victória tivesse irmãos para brincar, brigar, não queria que sua menina crescesse sem companhia assim como foi com ela e Victoriano. No entanto, o destino parecia jogar com suas vontades, mês a mês, anos e anos tentando, fazendo testes e nada do positivo, nada daqueles dois tracinhos que indicava que estava novamente grávida. Inês levou uma mão aos lábios trêmulos e seus olhos continuavam presos no objeto que piscava em letras garrafais que estava grávida.

GRÁVIDA!

Só poderia ser brincadeira, olhou os outros sete e todos revelavam o mesmo resultado. Inês já tinha desistido de tentar, não queria mais se frustrar, não queria mais ver nos olhos de Victoriano o quanto ele estava apreensivo a cada novo negativo, tinha medo de que seu casamento acabasse se o filho no viesse. No entanto, o primeiro positivo veio, sete anos atrás, Cassandra. Uma mini adulta cheia de vontades, uma gestação complicada, a maioria foi na cama para que não arriscasse perdê-la e quando o chorinho ecoou pela sala de parto foi como se um peso deixasse os ombros dos papais, Diana quatro anos depois da irmã, com uma gestação mais tranquila, Inês pode respirar um pouco mais tranquila e achou que aí a fábrica de bebê poderia ser fechada.

Ledo engano, dois anos depois Emiliano apareceu em um exame, Inês estava de cinco meses, não tinha barriga, não tinha sintomas de grávida, menstruava normalmente, no entanto, o pequeno estava chegando e chegou com uma pressa descomunal fazendo com que Victoriano quase enfartasse no meio da estrada ao tê-lo em seus braços. Inês não esperava mais crianças, não com um bebê ainda aprendendo a falar, outra que não deixava de gritar mamãe por todos os cantos e mais uma que demandava atenção por já querer usar batom e ainda tinha Victória que demonstrava ter seu mesmo espírito aventureiro e isso a fazia gelar, não queria o mesmo futuro para sua filha, não queria uma gravidez precoce e muito menos que encontrasse um homem em sua vida que a fizesse sofrer.

Inês se olhou no espelho, há dias se sentia estranha, casada, notava os claros sinais de que algo estava errado com seu corpo, estava tomando pílula, se cuidava para não ter que passar pelo mesmo que nas duas primeiras gestações, seus exames estavam todos em dia e agora esperava seu quinto filho.

— Meu Deus, o que eu vou fazer com tanta criança? — ao mesmo tempo, em que queria chorar estava rindo e ficou de lado para olhar sua barriga. — Oi, segredinho.

Inês não sabia quanto tempo estava presa dentro daquele banheiro, no entanto, precisava sair, seus filhos estavam em algum canto da casa fazendo arte e pelo silêncio não deveria ser boa coisa. As lágrimas foram limpas e os testes guardados na última gaveta, precisava marcar uma consulta, conversar com Victoriano... não, precisava preparar uma grande surpresa para ele e um sorriso pintou seus lábios, seria mãe mais uma vez, seria mãe.

A veterinária deixou o banheiro, o quarto e desceu as escada encontrando Emiliano no pé dela pronto para subir a sua procura, pegou seu pequeno nos braços e o encheu de beijos tendo seu pescoço agarrado.

— O que foi, neném? — fez cosquinhas nele que só se esquivou rindo.

— Mama, mamãe. — Emiliano sentiu seu cheiro e enrolou seus cabelos no dedo.

Inês olhou a hora em seu relógio de pulso estava quase na hora do jantar e se lhe desse leite, não teria jeito de fazê-lo comer.

— Que tal pegar sua comida ou uma fruta?

— Aoiii, fejo e carninha. — a olhou e levou as duas mãos ao seu rosto.

— Isso mesmo. — beijou a ponta de seu nariz que sorriu, era uma mini cópia de Victoriano. — Vamos pegar seu papa.