POR VOCÊ - IyV

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Oiee, por favor, não desistam de mim, porque não estou desistindo de vocês.

— Graças a Deus, eu vinha devagar! — sorriu. — Posso ao menos saber seu nome?

— Victória. — o respondeu com um meio sorriso.

— Prazer Victória, eu me chamo Benigno. — estendeu a mão para ela com um sorriso lindo no rosto.

Victória segurou em sua mão para não ser desrespeitosa, no entanto seu corpo todo se arrepiou fazendo com que o soltasse rapidamente. Mal sabia os dois o laço que os unia, Victória nem imaginava que estava diante de seu pai, do homem mais maldoso que seus pais tiveram o desprazer de conhecer e se não fosse esse encontro nunca descobriria quem era Benigno.

— Eu preciso ir.

Victória saiu novamente correndo em direção a sua escola. Benigno ficou olhando na direção em que correu, sem duvida alguma era uma jovem linda, tinha o rosto familiar, no entanto não conseguiu se lembrar, o único que sentia era uma sensação estranha, diferente ao recordar o rosto bonito de Victória. Benigno olhou para os lados e passou as mãos no cabelo, estava novamente de volta à cidade e um sorriso se formou ainda mais brilhante em sua face, tinha voltado apenas por um curto tempo, contudo seria o suficiente para resolver algumas pendências de seu passado.

Benigno voltou para seu carro, dirigiu direto para a casa de seus pais, no entanto ao virar uma esquina, viu Victoriano, parou por um instante e o encarou sem ser visto, enquanto estivesse ali poderia provocar o seu inimigo, sorriu vitorioso com suas ideias e seguiu seu caminho. Victoriano fez o que tinha que fazer ali na cidade e por volta do meio dia foi encontrar com Frederico para que resolvessem algumas pendências da sociedade que tinham juntos.

Quando desceu do carro, o cumprimentou com um abraço apertado, com o tempo tinham virado melhores amigos mesmo morrendo de ciúmes do amor que sua Vick sentia por seu padrinho, se implicavam bastante e depois saiam abraçados para beber alguma coisa forte e jogar conversa fora. Os dois caminharam pela grande plantação e Victoriano percebeu que seu amigo não estava bem, tocou seu ombro para que confiasse seus problemas a ele.

— O que aconteceu? Cristina te chutou da cama de novo? — brincou para ver se ele ficava menos tenso.

— Está tão na cara assim? — passou a mão no cabelo por debaixo do chapéu e o encarou de volta.

Victoriano soltou uma gargalhada pela cara de sofrido que ele fez, sabia que os dois viviam bem, via no olhar de ambos o amor que senti um pelo outro, no entanto, ultimamente as brigas eram constantes por Frederico querer se casar. Cristina pensava que uma aliança ou um papel assinado não significava nada quando existia amor, respeito e era o que tinha com Frederico durante todos aqueles anos em que viviam debaixo do mesmo teto, contudo ele estava empenhado em querer se casar.

O desejo de Frederico era ver o seu amor entrar na igreja toda decorada com flores de sua escolha, com um lindo vestido branco e seus amigos sentados no primeiro banco prestigiando sua felicidade. Sempre que imaginava seu casamento, seu sorriso se alargava, seus olhos chegavam a lacrimejar. Cristina não entendia esse seu desejo, sabia que Frederico estava em seu limite e começava a ter medo do que poderia acontecer com seu relacionamento se continuasse a recusar.

— O que aconteceu agora? — Victoriano perguntou.

— O mesmo de sempre... — passou a mão no rosto. — Mas dessa vez eu disse a ela que marquei a data do casamento pra um mês e ela disse que não vai.

Victoriano tentava entender aquela negação de Cristina, chegou a perguntar para sua melhor amiga que apenas dava de ombros sem realmente explicar o porquê de se recusar a casar. Eles se amavam, tinham uma família linda, não deveria ser tão difícil decidir dizer sim na frente de um juiz ou padre, no entanto Cristina seguia sem dar o braço a torcer.