Mais do que palavras podem dizer

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Roseiral, 1827

Em 1825, preocupado que as revoluções que estavam sendo organizadas ao sul do Império Brasileiro, chegassem ao litoral do Rio de Janeiro, o Império mandou construir um prédio da Guarda Imperial na província de Roseiral no Rio de Janeiro, com intuito de proteger a cidade e conter qualquer invasão de povos estrangeiros que achassem que o Império estava desprotegido desde que o Brasil deixou de ser colonia de Portugal.

Então dois anos depois, começaram a circular boatos de que a policia Imperial havia torturado e assassinado um soldado alemão. Com medo de que acreditando nos boatos e na fragilidade da qual o Império poderia está passando, o imperador enviou para Roseiral um contingente de soldados que ali treinariam e protegeriam a cidade de Roseiral e a capital do Rio de Janeiro.

A população de Roseiral esperava com expectativa a chegada dos guardas com festas,  comemorações e presentes. Mas numa casa a expectativa parecia ser maior, vez que um membro da família finalmente voltaria. Manuel Monte Viegas (Tarcísio Meira), um poderoso e importante fazendeiro de gado e general aposentado, recebeu a notícia de que seu filho fora promovido a sargento e seria o braço direito do Capitão Xavier Pedrosa (Nikolas Antunes) que comandaria toda a Guarda daquela região.

Apesar da pouca demonstração de entusiamo do fazendeiro, a jovem Beatriz Monte Viegas (Vitória Strada), filha do fazendeiro e irmã do sargento Henrique Monte Viegas (Felipe Camargo) estava eufórica para a chegada da Guarda por acreditar que traria mudanças a cidade, pois aguardava a chegada da Guarda com um que de esperança, além da presença do irmão de quem sentia muitas saudades.

Beatriz Monte Viegas é uma moça de 20 anos, dona de uma beleza e de um carisma que encanta a todos que a conhecem, ela é uma princesa para seu pai. É por todos considerada a alegria da fazenda e da vida do fazendeiro.

Apesar de ser um homem duro e de ter sido um homem apegado as regras da sociedade, quando Beatriz nasceu, a esposa o fez prometer antes de morrer que ele seria o maior protetor da menina, lhe ensinaria o que era o amor, o carinho e o riso, pois ele nem sempre tinha sido aquele homem duro, e ela queria que a filha fosse feliz e amada.

Dessa forma, Beatriz se tornou uma mulher independente, altiva e curiosa. E foi assim desde criança, tendo o pai sempre permitindo que ela fizesse basicamente tudo que sonhasse, subir em árvores, montar a cavalo e galopa-los, aprender a ler e escrever. Beatriz foi criada a imagem de um pai amoroso.

Isso permitiu que ela sempre soubesse que, quando chegasse o momento de casar-se com algum dos pretendentes, seria um que estimulasse a independência dela, não conseguiria se imaginar como alguém tão presa a regras como sua cunhada e sua sobrinha.

Ela amava o irmão, mas percebia que mesmo quando estava longe, era ele quem ditava como as duas viviam e se portavam pro mundo. Beatriz não suportaria casar-se com alguém apegado a todas aquelas regras de comportamento que ela fingia desconhecer por serem sufocantes demais.

〰️X〰️

Com um sorriso feliz, Beatriz entrou na sala de jantar do casarão da fazenda onde morava, ansiosa pelo dia que começava. Ela cumprimentou com beijos e abraços sua cunhada Carolina Monte Viegas (Júlia Lemmertz) e seu pai Manuel Monte Viegas.

"Bom dia, filha! Que travessura esta linda cabecinha está planejando?" - perguntou o pai com um sorriso.

"Bom dia, Bia!" - disse Carolina.

"Bom dia, papai! Bom dia, Carol! Não estou planejando nada, meu pai. Hoje, Henrique volta pra casa. Ele agora é um sargento, deve está tão feliz. Estou louca pra ouvir todas as histórias que ele tem para nos contar. E também quero parabeniza-lo pela conquista." - contou Beatriz colocando um pouco de comida no prato.

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