Boa noite amor

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Danilo desistiu de viver quando Júlia fechou os olhos pela última vez. 

Mesmo que Júlia tenha dado sua vida para que ele vivesse, não adiantou muito, uma vez que ela era o pilar que sustentava a vida do pintor. Júlia era a luz, a inspiração, a felicidade, o amor e a vida dele. Tudo isso se foi com ela. 

Quando a bala atingiu o peito da jovem, atingiu também a resistência de Danilo, que só conseguia resistir a tudo por tê-la ao seu lado. Ele não protestou quando Dora o entregou a arma e lhe disse para atirar em Eugênio e nem quando ela o acusou de matar Júlia, ideia essa tão absurda quanto dizer que ela não havia dormido com Gustavo Bruno várias vezes. Ele não tinha forças para protestar. Não ligava das pessoas o culparem, uma vez que se a pessoa mais importante para ele, Júlia, soubesse da verdade estava tudo bem. E ela sabia.

Danilo já havia sido preso pouco tempo antes, e se a primeira vez era ruim, a segunda seria mil vezes pior. Era como o inferno na terra ter de lidar com a perda de Júlia e não saber onde seu filho estava. Era angustiante a sensação de acordar todo dia com um vazio imensurável no peito, não conseguir respirar, não conseguir falar ou comer, apenas encarar o teto e chorar até conseguir pegar no sono, que era quando ele estava pouco menos propício ao sofrimento.

~♡~

Júlia foi visitá-lo pela primeira vez um ano depois da prisão.

— Meu amor? — ela se abaixou e disse perto do ouvido dele. 

Danilo estava dormindo e o semblante era marcado de sofrimento. Ela sentia falta de vê-lo dormir como um anjo, de dormir ao lado dele, dos toques, das carícias... De tudo.

— Meu amor, acorda! — tocou seu rosto e ele abriu os olhos.

— Júlia? — perguntou assustado e se sentou em um pulo. — Meu amor, é você?

— Sou eu! Sua Júlia! — ela sorria feliz por finalmente poder vê-lo.

— Eu tenho sentido tanto sua falta... Tanto, Julinha!

— Eu sei, meu amor. Sente tanto quanto sinto a sua!

— Você veio me buscar? Veio me levar daqui? — ele segurou suas mãos entre as dele e as lágrimas rolaram. — Veio acabar com meu sofrimento, não é?

— Não. — Júlia tocou o rosto de Danilo. — Ainda não posso fazer isso, meu amor. Eu queria tanto...

— Por que não? Não aguento mais esse inferno, Júlia! Não tenho você ao meu lado, não sei como passa o nosso filho...

— Nosso menino... — sorriu. — Está lindo, bem cuidado! Tem muita saúde e possuí seus olhos!

— Nosso André Luís! — em meio as lágrimas de ambos vieram os sorrisos. — Onde ele está? — o sorriso de Júlia diminuiu. 

— Está vivendo em minha casa, sob a tutela de Gustavo Bruno e Dora.

— Como puderam deixar nosso menino com aqueles...

— Não se exalte, meu amor! Dora e Gustavo não deixarão que nada falte ao nosso menino. André terá do bom e do melhor! A única e mais importante coisa que não serão capaz de dar-lhe...

— É amor! — Danilo respondeu imediatamente.

— Sim, é o amor! Mas isso Bendita dará por nós dois.

— Ela trabalha para o crápula do Gustavo?

— Bendita nunca abandonaria nosso André... Afinal, ela é a melhor madrinha que poderíamos ter escolhido. — ele sorri.

DanCris Fanfic ChallengeOnde histórias criam vida. Descubra agora