Lembre que um dia nos encontraremos

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Beatriz Castilho – Julia/Cristina

Catharina – Dora/Isabel

Edmundo – Eugênio/Américo

Eleonora - Graça/Grace

João Felipe – Gustavo Bruno/Alain

No imenso e vasto campo da fazenda dos Castilho, raios de sol cintilantes se infiltravam pelas copas das árvores que preenchiam o ambiente, uma mistura de luz e sombra, que faziam cintilar a água que caia pela cachoeira, formando uma das mais belas manhãs de primavera.

Beatriz Castilho estava a sombra de uma dessas árvores a contemplar e pintar mais uma de suas telas, já havia perdido as contas de quantas vezes pintara paisagens da fazenda que herdou de seus pais, mas ainda sim era uma das poucas atividades que lhe davam prazer. Ela decidira que o dia estava lindo demais para ser desperdiçado dentro de seu quarto, apesar deste ser o primeiro pensamento que lhe veio à mente ao abrir os olhos aquela manhã. E ali, ao levantar os olhos para captar mais alguns detalhes do cenário que agora pintava, observou a certa distância os cavalos serem soltos e correrem com entusiasmo em direção ao pasto, e naquele milésimo de segundo em sua mente desejou sentir e até mesmo viver a mesma sensação de liberdade, mesmo que momentânea que viu naqueles cavalos ao serem liberados, foi quando ouviu a voz de sua prima, o que lhe tirou de seu pequeno devaneio.

- Bia, não acha que deveríamos voltar a casa para nos aprontarmos, para o almoço? – Falou de repente Catharina

- Na verdade Catha, confesso que nem sei a quanto estamos aqui, quando estou pintando sinto que viajo no tempo, ou melhor me transporto a outra dimensão, e nem vejo o tempo passar.

- Ah, minha prima querida, eu vejo bem isso. E posso informa-lhe que a muito estamos aqui - Respondeu Catharina, com certa irritação, o que fez Beatriz soltar uma gargalhada e Catharina fazer cara feia.

- Não precisa ser irritar, disse-lhe essa manhã para não me acompanhar, pois sempre o faz termina por fazer essa cara de poucos amigos, mas a senhorita insistiu. – Disse-lhe com misto de graça e ironia – Já, já guardo as coisas e vamos.

- Não estou irritada, e vim pois estava inquieta queria distrair um pouco a mente, desse jantar de hoje a noite.

- Queria distrair a mente do jantar ou dos convidados do jantar, ou melhor, do convidado do jantar?

- BEATRIZ

- O que Catharina?Estou mentindo? – Fez-se de desentendida  - Desde que se mudou para cá com seus pais quando eramos crianças e conheceu João Filipe é apaixonada por ele, não entendo o motivo, mas nem mesmo depois desses anos que ele passou fora estudando,veja aí você – Apontou para prima com o olhar – toda nervosa por reencontra-lo.

- Tudo bem, Bia, confesso esta certa – Admitiu envergonhada – Agora mudemos de assunto.

- Claro. Então, venha aqui me ajudar a guardar as coisas para que possamos voltar para casa.

***

Mais tarde aquele dia, Beatriz estava sentada a mesa, acompanhada de sua prima e os pais dela Eleonora, e Edmundo, irmão mais novo de seu pai, morava com eles desde que se mudaram para sua casa, quando tinha 9 anos, após a morte de seus pais e seu tio ser nomeado seu tutor e administrador. Edmundo não fazia questão de esconder a falta de afeição por Beatriz, mas não era algo que a afetasse, o tio era um homem rude, mal humorado e autoritário e não tratava muito melhor a filha e a esposa.

- Como foi a manhã de vocês, meninas? – Perguntou Eleonora, procurando quebrar o silêncio daquela refeição.

- Ah, Tia Nora, para mim foi bem produtiva, o dia hoje estava especialmente favorável a pintura de um quadro.

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