A time for Us

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Deitado na cela do presídio para o qual foi transferido após ser condenado pela morte de Julia Castelo, estava Danilo Breton o mesmo Danilo que se apaixonou por Julia no primeiro instante que a viu entrar na sala da residência dos Castelo para iniciar as aulas de pintura, e que viu morrer na mesma residência com um tiro no peito que era direcionado a ele, mas que foi parar no coração dela, que ele sentiu bater tantas vezes contra seu peito, que ela um dia entregou a ele, e entregou por ele, naquele que foi o pior momento de sua vida e o fim de sua vida, pois no instante que aquela bala atravessou o coração de Julia, seu amor de todas as vidas, sua alma gêmea tudo acabou, ela fazia parte dele e ele fazia parte dela quando ela se foi ele se foi.

Não sabia ao certo quanto tempo estava daquele lugar, não que o interessasse saber, para ele não importava se era dia ou noite, se fazia sol, relampeava ou chovia, não via mais sentido na vida e nela ele só existia, esperando a hora de sua concreta partida. Chegou a receber visitas de sua mãe que as vezes o atacava –
Eu lhe avisei que Juliá seria sua desgraça – as vezes implorava – Mon fils, fale com sua mãe - e ao fim Hildegard apenas chorava, vendo o estado que o filho se encontrava.

Os olhos de Danilo pesavam de sono, mas ele geralmente se esforçava para não dormir na tentava fugir dos pesadelos e lembranças que vinham como flashbacks e o relembrar o trauma, e como sempre fazê-lo se questionar o que podia ter feito para salva-la. Mas aquela noite foi diferente após sucumbir ao sono, Danilo ouviu o mais belo chamado – Meu, amor. Danilo acorde. – Ele abriu os olhos ainda meio confuso sem saber muito bem onde estava, não acreditava no rosto que estava em sua frente era ela sua Júlia, linda e iluminada com o mais belo sorriso que só ela tinha, como ele sentiu falta daquele sorriso, daquela luz que iluminava sua alma independentemente do tamanho da escuridão.

- Júlia, meu amor. É você? Mas como? – Falou tocando o rosto dela sem ainda acreditar, e em seguida abraçando-a como se nunca mais fosse solta-la.

- Nosso amor é algo que vai além do céu e da terra. Lembra? – Respondeu com breve e emocionado sorriso, afastando-se o suficiente para que pudesse olhar nos olhos dele – Demorei a ter permissão de visita-lo, mas como senti sua falta nesse tempo, meu amo, seu olhar, cada pedacinho seu. – Falou estreitando novamente o espaço entre eles o beijando, com fúria, paixão, alegria, tristeza e principalmente saudade, eram tantos sentimentos contidos naquele beijo, que se a perguntassem ela não saberia explicar, como sentira falta dele, como o amava. Esforçou-se para desvencilhar seus lábios dos dele. – Meu amor, não posso ficar muito tempo...eu te amo, te amo, te amo.

- Eu também te amo muito, meu amor. – Deu uma breve pausa, e encostou sua testa na dela e a olhou nos olhos, e então as lágrimas que haviam se acumulado nos olhos dele caíram.- Me desculpa...me perdoa, por não ter sido capaz de proteger, por não conseguido cumprir minhas promessas, mas Julia ... me perdoa principalmente, por abandonado nosso filho, por não ter tido ou encontrado forças suficientes para lutar por ele, sei que não há desculpas, mas você era minha força.

Agora Julia também chorava. – Ah, meu amor não se culpe não era sua função me proteger da fúria de meu pai, quando me coloquei a sua frente sabia das consequências de minha escolha e a teria feito de novo se necessário...porque eu te amo...E olhe para mim, nem por um segundo lhe culpei por não ter ido atrás de nosso filho, nosso André, e doí no meu coração saber o quanto isso o atormentou nesse tempo, eu mesma não sei o que teria feito se eu o tivesse perdido aquele dia. – O abraçou com toda força e sussurrou em seu ouvido. – Ele é a sua cara.

Danilo a encarou meio sem entender, com uma expressão de indagação. – Você ...?

- Sim, meu amor – respondeu com um misto de felicidade e emoção – Eu as vezes vou visita-lo, e você tinha toda razão ele é sua melhor parte, nossa melhor parte.

- Como ele é? Onde ele está? Onde ele está?

- Ele é lindo, tem seus olhos, pena que são tão tristes. Dora se casou com Gustavo, que o pegou para criar por remorso e culpa talvez, não o maltrata, mas também não o dar amor, e André é menino muito inteligente sabe que ele não gosta dele.

- Que tristeza, meu amor, nossos sonhos eram tão simples só queríamos viver o nosso amor e criar nossa família juntos.... Queria tanto poder velo, abraça-lo dizer o quanto o amo.

- Você vai, meu amor. – Acariciou o rosto e os cabelos dele - Esse seu sofrimento está perto de acabar, a próxima vez que voltar você virá comigo, e o levarei para conhecê-lo, ele ficara tão feliz. – E sorriu.

- Aguardarei com ansiedade esse momento poder ver nossa família reunida, mesmo que em planos distintos trará muita felicidade ao meu coração.

Julia sorriu com lagrimas de esperança, assim como Danilo se despediram com um beijo de até breve e ela se foi. Mas Danilo pela primeira vez em muitos anos sentia paz, alegria e esperança.

@pbirdmecontou

*Foi curtinho nem 1000 palavras, pois decidi escrever ontem a primeira ideia que veio, foi mais para não emendar o terceiro desafio sem participar. 

DanCris Fanfic ChallengeOnde histórias criam vida. Descubra agora