Inicio do fim

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Lembro-me deste dia, minha mãe e meu pai estavam tão felizes, estávamos em um evento na praça da cidade onde morávamos, eu tinha onze anos, estava tão alegre de finalmente ter altura suficiente para ir na montanha russa.

 Violet  ouço meu pai chamar.

 Oi pai  respondo botando o porta retrato de volta no rack.

Vamos comer, já está na mesa.

O sigo até a cozinha, sento-me e boto um pouco da comida na boca.

Estava com saudade deste tempero Espanhol.

 Então querida, quer me contar agora o que aconteceu?  Indaga.

O explico tudo, desde quando comecei a trabalhar na Versart até dois dias atrás quando Thomas terminou comigo.

Sinto muito minha filha, por não ter estado com vocês todos esses anos, não ter te ajudado a passar por tudo isso e por não ser o pai que você merece. Me sinto tão culpado por não ter feito parte da sua vida, por não te ligar todos os dias eu só não queria te fazer passar por tudo aquilo de novo já que, eu sabia que você estava bem e seguindo em frente  murmura com lágrimas nos olhos.

 Tudo bem pai - digo chorando, porém com um sorriso. Meus sentimentos estão confusos - Apesar de tudo o que aconteceu, sei que isso vai passar e o que importa é que estou aqui, com você e agora podemos recuperar o tempo perdido  seguro firme em sua mão.

Ele levanta e me abraça forte.

Me encolho em seus braços, apesar dele não ter sido presente, ainda me sinto segura em seus braços.

 Tudo bem, chega de choradeira, vamos terminar o café da manhã para sair, quero te fazer uma surpresa  diz enxugando as lágrimas do meu rosto sorrindo.

Ele parece feliz, nunca o tinha visto assim desde a morte da mamãe.

Voltamos a nos sentar à mesa. Logo terminamos nossa comida.

 Então pai para onde vamos?  Indago curiosa.

 Se eu te contar irá deixar de ser surpresa  retruca sorrindo.

 Mas como vou saber o que vestir?  Cruzo os braços.

 Vista algo casual  dá de ombros.

Entro no quarto bufando, tomo um banho, logo depois visto uma calça preta que possui corte de alfaiataria e pequena fenda na lateral, combinada com uma camisa de tricoline branca e uma rasteirinha, deixo o cabelo liso e não boto maquiagem.

 Pai, estou pronta  digo após quarenta minutos.

 Eu já estou indo!  Ele grita de dentro do seu quarto.

 Pai você sabe onde botei meu celular? Preciso ligar pra Raquel  indago.

 Botei ele dentro de uma das gavetas ai na sala querida.

Existem quatro gavetas na estante da sala, ao abrir a primeira vejo um porta retrato virado para baixo, o pego, na foto é do meu pai com seu amigo Romero. Estão em uma mesa sentados, aparentemente é algum restaurante da cidade, dou de ombros e ponho de volta. Abro as outras e finalmente acho o celular em uma delas.

Tem sessenta e oito ligações perdidas de Thomas e doze de Raquel, tiro todas do visor e retorno a ligação de Raquel.

 Alô.

Srta Violet: De Paris à Espanha - PausadoOnde histórias criam vida. Descubra agora